Capitulo 2

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Ferreira narrando
Capítulo 2

Mano de verdade, odeio ter que fazer parte de missão com os caras, ficar aqui por um tempão sem ter notícias de ninguém da minha família, isso aqui é uma tortura psicológica de outro nível, papo reto.

Pelo menos esse é o último dia que fico aqui, já vai fazer uma semana que tô em missão fazendo operação em um outro morro porque o tal do Gomes me mandou pra cá, é o chefe de todos os comandos daqui do RJ e BH.

Fico mal pra caralho só de pensar como a minha coroa deve tá lá em casa, rezando pra eu sair viva disso aqui, o que é coisa raro de se acontecer né, bem que dizem que vaso ruim não quebra fácil, tô inteirinha até agora.

Fiquei de marola no sofá velho que tinha ali, era a "casa" que a gente tava resolvendo os bagulho da missão, se é que pode chamar isso aqui de casa.

Tava na maior paz mas assim que escutei a porta sendo aberta com toda pressão eu levantei na hora com a pistola apontada na direção da porta, Parça é por isso que eu vivo xingando o Alemão, essa porra chega entrando como se tivesse morrendo.

Ferreira: tá louco caralho, chega arregaçando a porta- de qualquer modo eu senti um peso saindo das minhas costas.

Alemão: amei a recepção com uma arma apontada pra minha cabeça- deu um sorrisinho e se jogou no sofá que quase quebra todo.

Ferreira: esse sofá já é muito do bom, se ainda se joga com esse peso todo em cima, acaba com o que nem tem - neguei com a cabeça tirando uma seda do bolso.

Alemão: As vezes fico me perguntando porque ainda tenho amizade contigo - me deu espaço pra sentar no sofá também, e tirou esse meio metro de perna dele.

Ferreira: como será que tá o movimento lá no morro ? - perguntei mesmo sabendo que tava tudo certo, deixei na mão da minha irmã, única que eu confio fora o alemão.

Alemão: tudo suave, Aysha cuida melhor daquele morro do que você - fica de tiração esse noia. - tua mãe que deve tá preocupadona - assenti com a cabeça sabendo que realmente ela tava.

Ferreira: amanhã já tamo voltando mesmo.

Alemão: finalmente, cabeça fica até doendo com toda essa desgraça- passou a mão no rosto frustrado.

Ferreira: papo - levantei do sofá indo em direção do banheiro, mas antes de entrar lembrei de perguntar uma parada pra ele - tem isqueiro aí mano ? - tirou o boné do rosto e assentiu com a cabeça, meteu a mão no bolso e jogou o bic pra mim - valeu.

tomei um banho gelado mesmo, nem resistência tem nessa merda, tava de noite só tomei banho e já fui em direção do quarto.

Alemão: caralho que demora da porra, achei que ia morar lá - levantou da cama com a toalha na mão.

Ferreira: Tudo se reclama, vai logo tomar teu banho - assim que ele saiu eu puxei a mochila e troquei de roupa, coloquei qualquer uma mesmo.

Fui até a janela que tava batendo um ventinho maneiro, já tinha deixado bolado lá no banheiro, por isso demorei pra sair, só acendi e fiquei de boa sentindo a brisa do vento.

Comecei a bocejar pra caralho e achei melhor tentar dormir, só foi eu deitar que o sono sumiu, virei pro lado virei pro outro e nada, mais uma noite sem dormir.

Olhei pela janela vendo a claridade toda na minha cara, virei pro outro lado tendo a visão do alemão quase caindo da cama, vai nascer alguém que dorme pior que ele, puta que pariu o cara é feio demais mermão.

Levantei já organizando minha mochila, que já já tamo sumindo daqui.

Peguei uma roupa melhorzinha na mochila e fui até o banheiro tomar um banho, assim que acabei me troquei colocando uma cueca preta, bermuda preta da Nike, camiseta branca e havaiana no pé mesmo.

Coloquei minhas correntes e passei perfume, entrei novamente no quarto e o outro lá já tava de pé organizando as coisas dele.

Ferrari: dorme pra caralho tu ein - olhei pela janela vendo se tinha alguma coisa.

Alemão: tô cheio de sono ainda- puxou a primeira roupa que ele viu na mochila e foi indo até o banheiro.

Tava na janela e vi de longe um carro chegando, joguei a mochila nas costa e fui saindo do quarto dando um grito no alemão, saiu do banheiro nas pressas pegando a mochila.

Fomos descendo até chegar na rua principal, PK tava encostado no carro esperando a gente.

PK: Eai patroa - falou dando um sorrisão cheio das intimidade.

Nem dei confiança só entrei no carro.

Viagem vai ser longa.

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Estrelinha ⭐️

A cada passo - romance sáfico Onde histórias criam vida. Descubra agora