Ferreira narrando
Capítulo 18
3 dias depois (sexta- feira).Passei a madrugada inteira aqui na boca, organizando os bagulho tudo tá a maior correria por conta dessa invasão do caralho, uns dos meus morreram e agora tem que da assistência pra família .
Só sei que tamo na merda, contabilidade e armamento tá péssimo, a invasão foi pesada segunda, e como a principal que eles criam catar era eu a chance de invadirem novamente é grande.
Não tô tendo tempo pra porra nenhuma, maior parte do tempo eu passo aqui na boca ou amanheço o dia por aqui mesmo.
Minha mãe tá preocupadona comigo, eu achei uma boa deixar a Aysha um pouco longe da boca porque quando os caras invadiram ela matou um dos frentes de lá, mas tá tranquilo não fiquei bolada com ela por isso até porquê seria ou ela ou ele.
Antes ele do que minha irmã então tá suave menos um no meu caminho, só que agora que eles vão querer guerra mesmo, Aysha matou ele com cinco tiro na cabeça e tão atrás dela e de mim.
Minha mãe nem tá sabendo disso, que tão atrás dela.
O negócio agora é ficar na atenta, antes eu já não tava conseguindo dormir por conta da insônia agora com esse bagulho da invasão não to conseguindo dormir nem por 2 horas.
O bagulho da perna dói um pouco mas já tá bem melhor que antes e o do ombro tá suave.
Falando em curativo... faz uns 3 dias que não vejo a nega, desde o bagulho lá no vestiário do restaurante nenhuma mandou mensagem e nem se viu mais.
Mas o bagulho não sai da cabeça não, ela toda ofegante, toda arrepiada é pra piorar tava toda entregue no meu braço, papo reto que mulher do caralho.
Mas até então nenhuma chamou a outra e nem se trombamo por aí.
Finalmente eu consegui um tempo pra ir pra casa descansar, Alemão também tá cansadão os moleque da entrada tá pior.
Peguei a moto ligando e indo direto pra casa. Cheguei e minha mãe tava assistindo televisão, uma novela da tarde.
Assim que eu entrei ela veio correndo me abraçar, toda preocupada. Fazia três dias que ela não me via já que eu só chego em casa de madrugada e saiu cedinho pra boca.
Neusa: como você tá meu amor ? - colocou as duas mãos no meu rosto vendo se tava tudo bem.
Ferreira: tá tudo tranquilo mãe, só os bagulho da invasão que tá me deixando pilhada - me olhando quase chorando, é foda essa vida mas não tem saída, ou a morte ou cadeia das duas uma.
Neusa: Amanda você não tá dormindo direito ultimamente né - menti eu não ia, só confirmei com a cabeça - eu tô te falando pra você começar a tomar remédio Ferreira.
Ferreira: í mãe relaxa eu sempre consigo dormir bem e só por conta da invasão mesmo, tira meu sono quando tô preocupada - ela olhou pra mim e ficou quieta na dela voltando pro sofá assistir novela.
Neusa: tem comida pronta, acabei de fazer tá quentinho, aproveita e vai lá em cima chamar a Aysha. - concordei com a cabeça e fui subindo a escada indo direto pro quarto da Aysha.
Ela tava deitada com as duas mãos embaixo da cabeça encarando o teto, escutei ela fungar, tava chorando.
Entrei no quarto dela e ela limpou o olho rápido, fechei a porta e fui até ela sentando no chão.
Ferreira: precisa esconder que tá chorando não pow, sou tua irmã - ela continuou encarando o teto enquanto chorava, segurei a mão dela apertando firme e aí ela desabou mesmo, chorando pra cacete.
Aysha: tá tudo uma merda cara - falou soluçando.
Ferreira: eu tô ligada, tá foda a situação pra gente mas lembra que "nóis" já passou por situação pior e no final sempre deu tudo certo. - continuei apertando a mão dela.
Aysha: escuta - olhei pra ela esperando ela falar alguma coisa - provavelmente vai acontecer outra invasão, era vitória nossa mas eu matei o frente de lá, com certeza tem outra pessoa no comando se for preciso me entregar nem pensa duas vezes só faz isso - neguei com a cabeça na hora, enlouqueceu só pode.
Ferreira: nem fudendo Aysha, prefiro me entregar mas não entro você - ela sentou na cama apoiada na cabeceira.
Aysha: Amanda se não tá entendendo, o que eu tinha que viver eu já vivi cara, eu tô ligado que com a próxima invasão que tiver eu não saiu viva - neguei com a cabeça rápido.
Ferreira: não fala besteira - joguei a cabeça pra trás pilhada com toda as merdas que tá rolando.
Aysha: eu só tô falando a verdade Ferreira dessa vez não cara, pode ter certeza que se eu não morrer alguma coisa vai acontecer comigo - soltei a mão dela passei a mão por dentro do cabelo totalmente frustrada.
Eu tava com a cabeça baixa sentada no chão só na minha.
Aysha: Ferreira - me chamou e eu senti a mão dela na minha cabeça - olha aqui - virei olhando pra ela - independente de qualquer bagulho, de todas as brigas que a gente teve não tira da tua cabeça o que eu vou falar, eu te amo pra caralho - deu um sorriso em meio às lágrimas - independente da porra que acontecer comigo por favor eu te imploro segue em frente, conforta a mãe e deixa claro pra ela que eu amo ela.
Ferreira: ixi Aysha cala a boca mano já tá falando merda - limpei uma lágrima solitária que insistia em sair, tava sentindo um vazio do caralho no peito, como se ela tivesse se despedindo.
Um burulho alto invadiu o quarto e eu só vi o vidro estraçalhar inteiro, olhei pra cama e a Aysha tava caída na cama com o peito sangrando a blusa dela que era branca tava toda vermelha de sangue, arregalei o olho.
Ferreira: Aysha - gritei por ela que não respondia mas tava com o olho aberto - não fecha o olho, escuta tu é foda mina você é foda não fecha o olho - peguei ela no colo e desci a escada, na hora que a minha mãe viu ela no meu colo ficou travada.
Corri indo até a garagem pegando meu carro e colocando ela atrás vi a minha mãe entrando atrás também e colocando a cabeça dela apoiada no seu colo fui descendo aquele morro rasgando.
Ferreira: Aysha - chamei por ela que tava fazendo uma força do caralho pra tentar deixar o olho aberto - não fecha o olho de jeito nenhum, você é forte consegue deixar o olho aberto.
Aysha: eu amo vocês - falou por um fio de voz com a maior dificuldade, minha mãe chorando sem parar.
Ferreira: eu amo você mas não fecha o olho pelo amor de Deus Aysha. - vi o olho dela fechando aos poucos, puta merda.
Neusa: filha, não fecha o olho por favor - colocou a mão na bochecha dela.
Estacionei em qualquer canto e peguei ela no colo, pouco me fudendo pro tanto de segurança que tinha ali.
Chamei os médicos que já foram colocando ela na maca entrando na sala de cirurgia.
Abracei minha mãe forte e ficamos lá sentada, minha mãe não parava de chorar de jeito nenhum e minha cabeça só se passava os bagulho que ela falou.
Meu seu celular chegou notificação do WhatsApp.
————- WhatsApp on ————
Alemão: Ai Ferreira cadê tu ? 16:21
Alemão: invasão aqui no morro 16:21
Ferreira: no hospital, Aysha tá em cirurgia não vai da pra ir pro morro agora, Alemão confio em tu, fica no comando hoje 16:22
Alemão: Aysha tá em cirurgia ?? 16:23
Ferreira: não dá pra explicar agr, alemão fica no comando faz o que for preciso 16:24
———- WhatsApp off ————Passou uma, duas, três horas e até agora nada, minha mãe tava chorando muito e deram um calmante pra ela. Eu tô aqui sentada me fingindo de forte e por dentro tô destruída.
Vi o médico que levou ela na maca vindo na minha direção com uma cara nada boa.
Médico: eu sinto muito...
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Estrelinha ⭐️
Não me matem, bju
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A cada passo - romance sáfico
Romance📌 Rio de Janeiro, morro. {romance sáfico} início: 18/06/22