Alanny narrando
Capítulo 105Ultimamente eu tô tão preguiçosa que se sobrar 10 minutos vago no meu dia eu vou direto dormir, fico impressionada com esse povo que não consegue dormir na casa dos outros, ou qualquer outro lugar, eu se encostar num poste já tô tirando um cochilo.
Assim que o Alemão e a Ferreira saiu daqui eu fui direto dormir, mas ainda fui meio preocupada porque agora que ela tá solta vão fazer de tudo pra colocar ela de volta lá dentro, o caso do Alemão já não é tão alarmante porque todo mundo jura que ele tá morto, todo mundo no caso os polícias porque pelo que parece uns ou outros que sabem.
Tava na cozinha comendo uva mas criei coragem não sei da onde pra ir lavar as roupinhas que o alemão deu, separei tudo certinho conforme o médico indicou que era pra usar sabão neutro ou de coco.
Ouvi a porta batendo e nem me procurei em abrir, com esse tanto de cara que fica aqui na frente posso deixar tudo aberto que eles tão sempre de olho.
Alanny: Tá aberto - gritei da varanda enquanto esfregava as roupas, tava lavando na mão mesmo, são em grande quantidades mas são bem pequenas.
Neusa: Oi Aly - puxou a porta de correr entrando com duas sacolas, com certeza também é pra Ayla pela sacolinha da pra vê o nome "Baby". - trouxe umas coisinhas pra Ayla.
Alanny: se essa criança nascer mimada, a culpa vai ser de vocês - dei risada enxaguando as roupas na água da pia.
Neusa: olha que lindo - colocou a sacola na espreguiçadeira e puxou dela uma saída de maternidade rosa.
Alanny: Lindo mesmo, obrigada mas você sabe que nem precisa tá gastando com isso - ela me olhou óbvia como se tivesse indignada.
Neusa: "isso" não, minha neta, mais respeito por favor - afastou as sacolas pro lado e sentou na espreguiçadeira. - Amanda tá aonde ?
Alanny: advinha ? - ela negou com a cabeça já sabendo o que era - Nem queria que ela continuasse com essa vida do crime, mas também não posso falar nada, aceitei já sabendo disso. - ela assentiu e ficou em silêncio por um tempo.
Neusa: Fico preocupada sabe, a gente não cria um filho pra entrar assim nessa vida errada - olhei ao redor procurando a caixinha que eu deixo os pregadores, eu sempre esqueço aonde coloco.
Alanny: Não mesmo, mas não é culpa da senhora também Neusa, o que você tinha que fazer você fez - continuei passando o olho pelo lugar que eu tava mas não achei - que porra, esse negócio tava aqui agora.
Neusa: procurando o prendedor ? - assenti com a cabeça e ela levantou procurando também - aqui embaixo olha - agachou pegando embaixo da pia.
Alanny: oxe que estranho, ontem eu lembrei de ter deixado aqui em cima da máquina - coloquei de volta em cima da máquina, sai com alguns na mão e fui estender no varal.
Neusa: normal as vezes a gente esquece mesmo - achei estranho, eu sou muito perfeccionista quando eu coloco algo em algum lugar sempre fica no mesmo lugar - pra ir mais rápido eu vou lavando e você vai estendendo, pode ser ? - assenti com a cabeça indo até o cesto pegar mais prendedor.
A gente ficou conversando e dando risada sobre qualquer coisa, eu e a Neusa ri até do vento, não conseguimos ficar séria quando tamo juntas.
Faltava só mais duas peças, uma que tava na minha mão e a outra que a Neusa tava enxaguando, na hora que eu fui puxar outro pregador eu percebi que tinha um negócio branco lá no fundo.
Coloquei a roupa de volta na pia e joguei todos os pregadores sobre a máquina, e quando eu vi tinha um papel escrito alguma coisa.
Neusa: que isso ? - abri o papel e a Neusa se esticou pra vê o que tava escrito, terminei de ler e olhei pra cara dela assustada - mais essa agora - secou a mão na roupa puxando o papel da minha mão pra ler melhor - a cada dia que passa a nossa segurança e a nossa paz vai sumindo.
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A cada passo - romance sáfico
Romance📌 Rio de Janeiro, morro. {romance sáfico} início: 18/06/22