Capítulo 67

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Ferreira narrando
Capítulo 67
Quinta feira

Namoral cara eu tô sem vontade de fazer nada nessa porra, antes eu achava que o que eu sentia por ela era sei lá um "ai to gostando" mas papo reto pensa na vida merda que eu to, passei um dia mermão, um dia tentando me afastar dela e to malzona.

Num é nem bagulho de "to curtindo ela" porra o bagulho é que não dá pra esquecer rápido assim, já não consigo dormi direito e pra piorar só vem ela na cabeça, aí tu pensa "a vai deitar pra descansar" como que descansa com o cheiro da filha da puta no teu travesseiro ? Num da não parça.

Passei a noite virada só pensando nela, mas o que não parava de rodar na mente era o bagulho de "te considero só como amiga" "isso nunca vai acontecer" papo reto na hora eu nem consegui olhar pra ela pensa na bad que bateu, eu tava real achando que ela tava curtindo nosso lance tá ligado ? Mas pelo jeito me enganei.

Ai fica aqui deitada na cama encarando o teto com cara de quem queria tá chupando os peito dela, namoral eu tô só a derrota, saudade fudida e olha que foi um dia.

Parei de boiolagem e levantei indo tomar um banho gelado porque se fosse quente eu lembrava dela, mas também tudo lembra essa desgraçada.

Fiquei de marola no banho tentando afastar da mente mas não conseguia, minha cabeça fazia questão de voltar no momento do carro ontem.

Cara o pior de tudo foi vê minha pretinha toda pra baixo pelo jeito que eu tava tratando ela, mas cara é pro bem dela tá ligado, desde que a gente começou com isso eu não tinha nenhuma visão de machucar ela só fui deixando rolar mas quando eu percebi eu já tava toda enrolada.

Se eu tratasse ela bem eu taria dando mais esperança pra uma parada que não vai rolar, não vai acontecer. Embora eu saiba que tratar ela mal não é a melhor opção.

Sai do banho escutando a porta do meu quarto sendo aberta, era minha mãe sei reconhecer só pelo som dos passos.

Neusa: dona Ferreira vai assumi a Alanny pra família quando ? - perguntou toda sorridente, inocente.

Ferreira: nem me fala um bagulho desses não mãe - passei a mão no rosto sou mo sentimental bateu foi vontade de chorar - deu certo não.

Neusa: como assim não deu certo ? Vocês não estavam juntas terça mesmo ? - assenti com a cabeça indo até o meu guarda roupa.

Ferreira: é mãe mas sabe como é né - peguei minha camiseta azul escura da Nike.

Neusa: não, não sei.

Ferreira: essa vida minha aqui não tem isso de namoro não mãe, a qualquer momento eu posso aparecer morta ou presa ou até mesmo ela - bateu três vezes na madeira.

Neusa: para com isso garota - se benzeu - mas você não acha que isso quem tem que decidi é ela ? - neguei com a cabeça.

Ferreira: eu vou chegar pra ela como ? "Ai tu prefere ficar comigo ou morrer assim que eu te assumi ?" Bagulho não funciona assim não mãe - ela sentou na minha cama.

Neusa: olha isso que você e a Alanny tem é muito complicado, porque foi bem mais que um lance da madrugada, vocês passaram por diversos momentos incríveis que eu sei, vocês já se odiaram, já correram na chuva, saíram pra praia de madrugada, passaram por tudo isso pra você jogar tudo pro alto por medo de acontecer alguma coisa ? Olha você tá certa em querer proteger ela desse mundo cruel que a gente vive, mas fazer uma decisão por ela não tá certo também - os bagulho que a minha mãe fala é pica mano fica tudo colado na mente.

Ferreira: mermo assim mãe, ela já falou que só me considera como amiga mermo - ela negou com a cabeça dando risada.

Neusa: se você reparar no jeito que ela te olha sempre que vocês estão conversando pode ter certeza que não é amizade - parei de vesti a bermuda olhando pra ela - olho dela brilha, como se fosse uma chama de fogo iluminando seu dia, ela não é sua amiga. - levantou da minha cama indo até a porta - desce pra tomar café.

A cada passo - romance sáfico Onde histórias criam vida. Descubra agora