Capítulo 103

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Ferreira narrando
Capítulo 103
03:30 am

Com ajuda de policial aqui dentro tudo fica mais fácil, é raro vê alguém que preza pela farda que tá vestindo ao invés de só pensar no dinheiro, sem querer generalizar mas a maioria é assim.

Consegui ir direto pra sala do alemão na madrugada enquanto as câmeras de segurança estão desligadas, não tinha nada planejado, pelo contrário eu agi em cima da hora sem nem pensar direito.

A única coisa que eu sabia é que os dutos de ventilação que ficam no pátio do presídio tem um tamanho até que bom pra poder entrar, e pelo que o alemão falou, o final dos dutos sai direto em um matagal, mas a rua exatamente eu não sei.

Agora a gente tava tentando fazer o mínimo de barulho possível destrancando o portão de ferro do pátio, consegui arrumar uma chave de fenda também com o policial pra poder tirar a parte da frente do tubo de ventilação.

Já tinha conseguido tirar a parte da frente, agora só faltava procurar o gerador de energia daqui pra poder desligar até porque dentro de todos os dutos tem a lâmina de ventilação que funciona a base de energia, certamente se eu desligar consigo facilmente arrancar ela de la de dentro sem me machucar.

Assim que a gente desligou tudo, continuou escuro do mesmo jeito que tava, até porque agora é de madrugada e a única luz que a gente tem pra usar é a da lanterna do celular que a gente arrumou também com o policial, precisou até de escada, já que os tubos ficam bem la pra cima.

Assim que finalmente entrei dentro do duto bateu até um alívio mas quando eu vi que aquele bagulho era apertado pra caralho ja me bateu um desespero, não tenho claustrofobia mas até mesmo quem não tem, não conseguiria ficar aqui por muito tempo.

Ferreira: da não cara, se a gente for por isso aqui vai ficar sem ar - voltei pra trás já querendo desistir.

É impressionante que sempre quando tem algo dando muito certo comigo é porque tá errado, puta que pariu.

Alemão: e agora ? - falou sussurrando também pra evitar de alguém ouvir mas bem na hora a gente ouviu barulho de passos, na hora eu me afastei correndo pra me esconder atrás da lata de lixo junto com o alemão.

A gente já tá na solitária, se alguém pegar a gente aqui, tudo vai desandar mais uma vez em dose dupla.

Carcereiro: sou eu - apareceu do lado da gente, levantei com a mão no peito pronto pra xingar ele pelo susto mas tô tentando ser alguém melhor.

Alemão: o bagulho ali não deu certo, vamo ter que arrumar outro jeito ou voltar pra celas - olhei ao redor pensando em alguma coisa pra arrumar uma solução mas sem ideias.

Carcereiro: tem o esgoto.

Subi a tampa do esgoto bem devagar só pra ter certeza que não tinha ninguém passando pela aquela rua, seria muita loucura duas pessoas saindo de um bueiro com roupa de presidiário, analisei os dois lado e não tinha ninguém, a rua tava um breu.

Afastei a tampa dando espaço pra gente subir, assim que eu saí o alemão subiu também, nem perdi tempo pra descansar, comecei a correr pra uma rua que eu nem conhecia só tava correndo pra achar um canto e ligar pros cara vim pegar a gente.

Alemão: fudeu - falou quando a gente tava entrando em uma rua e bem na hora uma viatura tava passando, voltamo pra trás mais uma vez, correndo pra outro lado.

Já tava tudo dando errado e pra largar de completar a gente tava dando fulga de uma viatura militar, se tivesse pelo menos de moto era menos pressão.

Entrei em um bairro que não me era estranho mas ao mesmo tempo não conseguia lembrar, entramo na primeira casa que a gente viu e trancamos a porta.

Acendi a luz do quarto e tinha uma mulher dormindo que acordou no pulo, quando ela ia gritar o alemão tampou a boca dela.

A cada passo - romance sáfico Onde histórias criam vida. Descubra agora