Ferreira narrando
Capítulo 83
Maratona 3/3Acordei tentando me mexer mas meu corpo tava todo amarrado em uma cadeira, olhei pra cima tentando raciocinar aonde eu tava mas sem resultado, não faço a menor ideia de onde eu tô, mas tô toda amarrada na cadeira não consigo nem me mexer.
Cobra: a princesinha acordou - fechei o olho quando ele me deu dois tapinha no rosto.
Ferreira: a gente precisa parar de ficar se encontrando assim, se não as pessoas vão começar a achar que a gente tá apaixonados - dei risada, pow com todo respeito mas ô carinha feio, tem 26 anos e parece que tem 50.
Cobra: engraçadona você né - se escorou em uma mesa que tinha ali, o barulho dos tiros ainda dava pra escutar perfeitamente então deduzi que a gente não tava no matagal. - então quer dizer que tu veio da uma de espertona pra tentar invadi o meu morro, que foi Ferreira ? Hein, ficou revoltada com os 14 tiro que teu amiguinho tomou.
Ferreira: você é um filho da puta, se eu morrer agora tu também morre cara, não dou dez minutos pra lotar de cara aqui querendo sua cabeça - ele deu risada acendendo um cigarro de maconha.
Cobra: pelo menos vai ser a tua cabeça e a minha juntas, pensa que lindo no jornal duas pessoas do comando morrendo e passando as favelas pras policia - o que eu disse ? Não deu nem dez minutos e a porta foi arrombada mostrando o Bahia e uma tropa atrás dele.
Ferreira: errei na contagem, não deu nem três minutos - dei risada e o Bahia destravou a arma apontando na cabeça dele, ele fez a mesma coisa e ficou os dois nisso.
Cobra: se tu der mais um passo eu atiro nela - apontou a arma pra minha cabeça.
Ferreira: pode atirar nele Bahia - ele negou com a cabeça.
Bahia: se eu atirar se morre também - metade dos meus moleque tava com a cabeça do cobra na mira.
Ferreira: foda-se atira com 14 tiro - ele negou com a cabeça abaixando a arma devagar - escuta Bahia caralho, atira, só atira moleque - o cobra destravou a arma encostando o cano na minha cabeça.
Bahia: vamo negociar, o que tu quer ? - o Cobra deu risada.
Cobra: fala sério Bahia, tantos anos no crime tu sabe que isso de negociar não existe aqui dentro - deu risada debochando, o Lennon saiu de uma porta sem ninguém vê, começou a andar pra trás do Cobra. - se eu morrer ela também morre - o Lennon atirou certinho na mão dele fazendo a arma cair no chão, a porra do sangue espirrou na minha cara.
Lennon: ajoelha com as mãos na cabeça - ele virou olhando o Lennon e pareceu surpreso.
Cobra: Lennon... confesso que tô um pouco surpreso com a sua coragem de ser X9 dentro da minha favela - não demonstrou medo só ficou rindo com deboche.
Bahia: Ajoelha caralho - tava lindo o pontinho vermelho na cabeça dele.
O filho da puta ágil rápido, deu um tapa no revólver do Lennon e se jogou pra fora da janela, deu tempo ainda de atirar nele mas não matou pegou de raspão.
Ferreira: caralho vai tomar no cu, anda porra vai atrás - uns cara saíram atrás dele e o Bahia e o Lennon ficaram - desamarra aqui - os dois ajudaram a tirar as cordas das minhas pernas e dos braços - faz o seguinte, passa radinho pros cara que tão próximo daqui e pede pra da cobertura pra gente, nóis vai entrar naquele beco que entramo aqui na favela - puxei o fuzil que tava escorado na porta recarreguei e sai atirando com os moleque dando cobertura.
Quando chegou na laje eu dei uma cambaleada pra trás mas o Bahia me segurou pelo braço.
Bahia: ixi qual foi Ferreira ? Tá suave ? - assenti devagar sentindo minha cabeça doendo pra caralho, além de ta pesando. - namoral tu tá zonza mano ?
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A cada passo - romance sáfico
Romance📌 Rio de Janeiro, morro. {romance sáfico} início: 18/06/22