Capítulo 80

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Ferreira narrando
Capítulo 80
Terça

Alanny : tá, eu aviso ela - abaixou o celular começando a chorar mais, abracei ela mesmo sem entender nada - Ferreira o Alemão morreu...

Na hora eu senti como se uma adaga tivesse entrado no meu peito da forma mais doída possível, mesmo assim custei acreditar, o Alemão tava comigo hoje mesmo enchendo meu saco ele tá vivo sim.

Ferreira: tá ficando maluca Alanny, o cara tava comigo hoje pow - me afastei dela e ela passou a mão embaixo do olho limpando às lágrimas.

Alanny: tá tendo operação no morro, a Becca tinha ficado até mais tarde no salão sozinha e quando tava saindo começou o tiroteio, em um dos becos ela achou o Alemão morto - neguei rápido com a cabeça na hora.

Ferreira: para de caô ele tá vivo sim parça - comecei a procurar meu celular desesperada e achei ele na areia, tava desligado, liguei ele no mesmo nervosismo.

35 mensagens e 12 ligações.

Comecei a ligar pro alemão e ele não atendia de jeito nenhum comecei a me desesperar mais ainda, parei de tentar ligar pra ele e liguei pro Bahia, terceiro toque ele atendeu.

———- ligação on ———

Bahia: aonde que tu tá mano ? O cobra invadiu aqui tá maior trocação de tiro pra tudo quanto é lado, os cara não tão achando o Alemão em quanto nenhum - a respiração toda desgovernada enquanto corria.

Ferreira: eu tô encostando aí agora, mas tu tá aonde ? - ele ia responder mas do nada ligação ficou muda - Bahia - ele tava quieto sem falar nada só dava pra ouvi os barulhos do tiro - Bahia caralho.

Bahia: Ferreira o Alemão tá caído no chão daqui - escutei ele correndo mais rápido e peguei minha camiseta que tava toda molhada, coloquei rapidão - To nem conseguindo olhar parça meu estômago tá embrulhando o rosto dele tá todo deformado.

Ferreira: sai rápido dai, já eu chego.

————— ligação off ———-

Levantei da areia e ela levantou junto comigo ajeitando a roupa toda encharcada, tava chorando já fazia o maior tempão.

Ferreira: olha aqui - segurei o rosto dela com as duas mãos - vai ficar tudo bem, preta. - dei um selinho rápido nela e comecei a correr junto com ela em direção da moto, em pensar que antes a gente tava correndo até a moto por medo da chuva e agora tá correndo porque um mano meu morreu. - se não vai poder ir pro morro junto comigo - falei assim que subi na moto colocando a chave.

Alanny: como assim não vou poder ir pro morro ? Eu vou ficar aonde Amanda ? - abraçou a minha cintura.

Ferreira: confia em mim pow - sai arrastando a moto em velocidade alta pela pista pra tentar chegar em uma das casas que eu tinha por aqui, Teixeira ficava nela quando vinha pra cá antes.

Tava indo tão rápido que nem demorou pra gente chegar na casa, ela olhou estranho pro lugar e depois olhou pra mim sem entender nada.

Alanny: vou ficar aqui sozinha amor ? - era um casão da porra, mas só até a poeira abaixar lá no morro.

Ferreira: tem tudo ai, eu volto ainda hoje pra te buscar fecho ? - ela negou na hora.

Alanny: eu vou ficar sem notícias até de madrugada ? - desceu da moto colocando o capacete no braço.

Ferreira: é pro teu bem amor, não complica a situação, só fica quietinha aí sem fazer escândalo e daqui a pouco já tô vindo te buscar jaé ? - ela pensou um pouco mas assentiu.

A cada passo - romance sáfico Onde histórias criam vida. Descubra agora