Capítulo 76

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Alanny narrando
Capítulo 76
Domingo

Abri o olho devagar vendo a Ferreira dormindo com a mão no meu peito, não tinha escolha e ainda tava com sono então só fechei o olho virando pro outro lado e pegando no sono rapidinho.

Acordei de novo mas ela já não tava mais aqui na cama junto comigo, nem enrolei nem nada fui direto pro banheiro pra escovar os dentes, única forma de da uma acordada, troquei de roupa rapidinho colocando um macaquinho mais soltinho pra ficar em casa sem me apertar.

Escutei a Kiara falando assim que eu pisei os pés na escada, ficamos o café da manhã inteiro conversando sobre coisas relevantes e aleatórias, deu a hora da Ferreira e ela teve que ir pra boca de fumo resolver alguma coisa lá.

Neusa quase implorou pra mim ficar e eu não achei motivos pra não ficar, permaneci conversando com ela mas a Kiara logo foi embora dizendo que tinha lição e ia acabar logo pra a noite não ficar fazendo, mentira ela foi ver série.

Neusa: mas a Steffany sempre foi sem noção desde pequena, conheço ela ó - estalou os dedos - a tempos Aly, tempos.

Alanny: e continua o mesmo capeta atazanando a vida dos outros aquela demônia do caralho - a Neusa deu risada.

Neusa: pegou ódio mesmo em piranha - assenti com a cabeça - se bem que quem gosta da Steffany é sem noção igual ela.

Alanny: exatamente, a Raica que tava estranha tia se tinha que vê - ela frangiu a sobrancelha se concertando no sofá.

Neusa: estranha como mulher ? Conta isso direito - levantei indo colocar o potinho de sorvete lá na cozinha - tem mais no congelador pega lá aly.

Alanny: quero não tia, tô cheia - voltei sentando no sofá - falou umas coisas com a Steffany, sei lá tava toda simpática, ou é falsidade ou ela tá mudando.

Neusa: olha, eu acredito na mudança de algumas pessoas sabe Aly - assenti com a cabeça. - na verdade a Steffany que é o mal caminho, se mesmo vê, as meninas sem ela parece outra pessoa.

Alanny: realmente, mas ontem a Steffany tava junto com a Raica mas ela nem jogou piadinha nem nada tava na dela - ela deu a última colherada no sorvete logo em seguida colocando o pote em cima da mesinha.

Neusa: espero que tenha mudado mesmo.

Ficamos conversando por maior tempão e nem vi o tempo passar.

Alanny: vou pra minha casa tia, outro dia chego aqui pra vê a senhora - levantei ajeitando a minha roupa que estava um tanto quanto amassada por tá muito tempo sentada.

Neusa: vai agora não, depois você vai - neguei com a cabeça dando risada.

Alanny: se também me ama né flor - ela revirou o olho e eu dei risada - vou lá pegar minhas coisas. - nem esperei resposta fui direto subindo pro quarto da madame, gosto de ficar muito tempo na casa dos outros não, sinto que tô incomodando, e assim como eu amo uma privacidade as pessoas também, sai fora de ficar o dia inteiro na casa dos outros.

Peguei minhas coisas tudo e desci as escadas vendo que ela não tava mais na sala e sim na cozinha descascando uma maçã.

Neusa: já vai mesmo ? - parou de descascar me olhando.

Alanny: já vou, depois venho aqui - fui até ela dando um beijo em sua bochecha e ela retribui com um beijo na testa.

Neusa: toma cuidado - última coisa que ouvi antes de atravessar a porta pisando os pés naquela calçada quente do Rio de Janeiro.

Tô passando em um beco quando eu escuto a voz de uma pessoa que eu nem queria cruzar no meu caminho.

Steffany: foi chorar ontem no colinho da namoradinha foi ? - revirei o olho pensando seriamente em só seguir meu caminho mas virei pra trás encarando ela. - fala aí pra todo mundo que você é uma cagona e chorona.

A cada passo - romance sáfico Onde histórias criam vida. Descubra agora