Ferreira narrando
Carro já tava encostando no morro, sensação de estar em casa.
Nem desci do carro direito e minha mãe já me abraçou fortão, nem gosto desse grude todo mas tem momento que até vai.
Começou só os barulho de fogos com a nossa chegada, saiu do meu abraço e foi até o alemão dando um abraço nele. Sempre foi assim, desde pequeno o alemão considera minha corôa como mãe dele e vice-versa, tenho um ciúmes fudido mas fazer o que né ?
Ferreira: já tá me trocando dona Neusa ? - olhei pra ela de braços cruzados.
Neusa: Seu ciúmes é preocupante - saiu do abraço e deu um tapão no braço do alemão.
Alemão: colfoi que hoje todo mundo resolveu me bater ? Sou saco de pancada não pow - esfregou a mão no lugar onde ela bateu.
Ferreira: vai otario - dei uma risada nasal, na hora só foi um tapão nas minhas costas.
Neusa: pra vocês dois aprenderem e começarem a me avisar quando for sair, e não ficar sabendo pela boca dos outros.
Ferreira: se eu avisasse se ia me prender em casa - dei de ombros.
Ela negou com a cabeça me olhando indignada, dei foi risada.
Aysha: Voltou viva caraí - falou vindo me abraçar
Ferreira: Eai pirralha, tudo certo por aqui ? - chamei ela de pirralha só pra gastar, 17 anos nas costas já.
Aysha: pirralha é a puta que te pariu e ta tudo tranquilo por aqui - falou e só deu pra escutar o estralo nas costas dela. - acordou agressiva hoje, mãe ?
Neusa: se me respeita garota - ela deu risada e fez um toque com o Bruno.
Aysha: bora, que pela tua cara feia deve tá cansada - olhei pra ela com o maxilar trincado mas não falei nada, muita encheção de saco. - A mãe fez comida lá pra vocês, encosta lá também Alemão.
A gente foi subindo os quatro, tava brocada demais bati maior pratão e fiquei só marolando com os dois enquanto tava deitada no sofá, isso sim é um sofá digno.
Aysha: avisaram lá que chegou moradora nova- tirou o radinho da cintura e colocou em cima do centro.
Alemão: Amiga do gael eu acho - falou enquanto mexia no celular
Ferreira: Gael com essa putaria dele de ficar trazendo gente desconhecido pra cá.
Alemão: a gente tem controle de quem entra e sai daqui, então fica mec - me olhou por cima do celular
Ferreira: acho bom mesmo, última vez se tá ligado a merda que deu, vou passar o papo pro Gael logo logo - avisar logo pra ficar esperto, quando o b.o vim nas costas não chorar.
Alemão: dessa vez ai nem foi o Gael que trouxe - nem tava no celular mais.
Ferreira: independente caralho, podia ser. Quero ninguém entrando e saindo a hora que quiser do meu morro não - ela virou pro outro lado do sofá colocando o boné no rosto e nem me respondendo.
Alemão: Jaé pow, para de estresse, uma hora dessas vocês perturbando - apareceu do nada com uma garrafa de água na mão.
Ferreira: tô discutindo com ninguém não, só tô avisando e você fica esperta, sem dá muita liberdade - ela assentiu calada. - vou subir pro quarto descansar um pouco, mais tarde vou brotar lá na boca central saber como tá a contabilidade - levantei do sofá já subindo sem nem esperar resposta.
Deitei na cama e consegui dormi rapidão, milagre.
Levantei com barulho de televisão vindo da sala, minha mãe parece que é surda se deixar ela fica com a televisão e o celular no volume máximo, sem contar da tela do celular que parece lanterna.
Peguei meu celular, vendo que era 16:34.
Tem que vê como tá a contabilidade, levantei e tomei outro banho pra dá uma acordada. Coloquei um conjunto da lala, boné, passei perfume e peguei o celular, já fui logo descendo as escadas vendo minha mãe de frente pra TV.
Ferreira: tá vendo novela ou escutando música ? - mo barulhão da porra.
Neusa: posso fazer nada nessa desgraça dessa casa, tudo reclama- jogou uma almofada em mim.
Ô veia dramática.
Ferreira: cada a Aysha ? - falei indo até ela e sentando no sofá.
Neusa: ela tava na rua mas chegou faz pouco tempo e tá lá no quarto dela, falou que ia com você fazer num sei o que lá. - assenti e fui no WhatsApp vendo status de umas minas.
Senti um tapa na minha nuca, virei só no soco, Aysha filha da puta, ama me irritar essa peste.
Neusa: vocês são chata hein, da nem pra assisti em paz - essa mulher só anda estressada, a Aysha deu risada beijando o topo da cabeça dela.
Aysha: bora, bora.
Ferreira: tamo indo lá véia qualquer coisa só chamar - nem me respondeu continuo vendo a novela.
Aysha só de top e bermuda a camiseta no ombro, calor do Rio ninguém aguenta não.
Fui indo na frente e a Aysha logo atrás, ficamo conversando até chegar.
Cheguei lá deu até vontade de ri, um bando de marmanjo sentado no chão conversando, tá tirando só pode.
Ferreira: colfoi caralho, acabou o trabalho e eu não tô sabendo ? - falei dando um chute de leve na perna de um que tava quase dormindo sentado, é palhaçada uma porra dessa só pode, Bichão levantou no pulo.
Formiga: ô patroa foi mal aí - ajeitou a postura e a arma nas costas.
A Aysha só olhou pra mim negando com a cabeça.
Ferreira: vamo pow, quero atividade aqui caralho, folga acabou vambora - levantei a camiseta e passei no rosto, fico indignada que dois minutos fora de casa já é o suficiente pra suar e morrer nesse sol.
Entrei empurrando a porta vendo geral tudo sentado anotando nuns papel, outros na contagem, tudo bem organizado, gosto assim pow.
Bahia: Eai patroa - levantou vindo fazer um toque comigo, que foi correspondido. Moleque tá aqui não faz muito tempo igual o alemão mas tá passando confiança demais.
Ferreira: Eai Bahia, tranquilo ? - ele assentiu e foi fazer toque com a Aysha.
Bahia: bailão sábado tá de pé ? - perguntou animado, olhei pra Aysha.
Aysha: Ainda, e ó tua mulher vai tá lá - falou dando risada, ele negou com a cabeça.
Bahia: inimigo pra que se já tem a Aysha ? Impossível esquecer da desgraça com essa peste lembrando - empurrou ela de lado.
Ravena e Bahia tiveram um "casinho" mas já faz muito tempo, ele ainda é todo boiolinha por ela sabe nem disfarçar metade do tempo é ele falando da mina. Deus que me livre de namoro, casamento, filho e essas porra tudo, tô fora.
A gente ficou mais um tempo, aproveitei pra olhar como tava minha sala e organizar uns papéis de carregamento.
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Estrelinha ⭐️⭐️
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A cada passo - romance sáfico
Romansa📌 Rio de Janeiro, morro. {romance sáfico} início: 18/06/22