Capítulo 68

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Acabei de ver que estou com 52 seguidores, obrigado meus amores. Boa leitura💓
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Alanny narrando
Capítulo 68
Quinta

Senti um peso em cima de mim e era a Nath que tava dormindo no meu colo, quase dei um empurrão nela mas fui educada e tirei ela de cima de mim tentando não acorda-la.

Olhei pra janela do quarto dela tendo a visão dos prédios e o barulho do carro passando nas ruas, o sol tava lindo mesmo ele me torrando inteira assim que eu pisar no morro.

Levantei de fininho pegando a camiseta dela e colocando, tinha uma varanda na casa dela e eu fui indo até lá, sentei no chão frio sentindo a brisa e o clima de solzinho hoje, abracei meu próprio corpo escorando a cabeça na parede e nem me dei conta de que tava chorando, até senti minha bochecha molhada, passei a mão no rosto tentando parar de chorar.

É horrível sabe ? Não é como se eu tivesse chorando só pela Ferreira, é que as vezes eu só me sinto meio cansada de tudo entende ? Meio esgotada, parece que a minha vida é sempre a mesma coisa além da saudade inexplicável que eu sinto da minha mãe, as vezes eu só quero um momento totalmente voltado pra mim mas não consigo, eu amo a minha própria companhia só não sei conviver com ela.

As vezes eu acordo naqueles dias que você só que deitar e chorar, é péssimo porque mesmo estando assim eu evito falar com as pessoas sobre, sempre tive muita dificuldade de me abri com as pessoas.

Senti alguém me abraçando e continuei imóvel olhando pro céu.

Nathalia: tá assim pela Ferreira ? - neguei com a cabeça.

Alanny: na verdade mais ou menos, sabe aquela sensação de cansaço mesmo sem fazer nada ? Tô carregando muitas coisas sozinhas nas costas e as vezes acaba que eu não tenho tempo pra colocar minha saúde mental em dia ou simplesmente tentar fazer um programa sozinha comigo mesmo - ela me abraçou mais forte e eu deitei a cabeça no ombro dela.

Nathalia: as vezes ser forte não é o suficiente Aly - eu assenti com a cabeça - você guarda tudo pra você.

Alanny: não é só isso Nath, eu sempre procuro ajudar todo mundo querendo resolver os problemas de todo mundo mas ninguém tá disposto a chegar me perguntando realmente se eu tô bem, sem aquela mensagem ridícula dê WhatsApp perguntando "tudo bem ?" Um tudo bem real que eu falo - passou a mão no meu cabelo dando um beijo logo em seguida.

Nathalia: você tem um coração muito doce Aly, mas como você que ajudar os outros sendo que nem mesmo você se ajuda ? - fiquei quieta escutando só o barulho do meu choro - olha aqui pra mim - levantei a cabeça devagar olhando ela que segurou meu rosto - para de se fingi de forte sempre, quando senti vontade de desabafar eu tô aqui pode me ligar ou até mesmo vim aqui em casa - dei um beijo na bochecha dela. - para de guarda tudo pra você, isso tá te matando.

Fiquei na minha olhando o céu enquanto ela mexia no meu cabelo.

Alanny: as vezes eu me sinto meio sozinha sabe ? Mesmo tendo as meninas, não sei explicar - ela passou a mão no meu rosto limpando umas lágrimas.

Nathalia: solidão é uma condição de vida, até as pessoas mais bem acompanhadas são sozinhas, dentro da nossa mente sempre vamos ser sozinhas só temos que aprender a conviver com ela - dei um sorrisinho levantando a cabeça olhando ela.

Alanny: se você não fosse tão fudida ia falar pra você ser psicóloga - senti um tapa na minha cabeça - tô brincando.

Ficamos em silêncio por um tempo mas logo puxamos um assunto e quando fui ver já era 13:35 fui direto pro banho e a primeira coisa que fiz quando entrei foi chorar, mas baixinho pra Nath não escutar.

A cada passo - romance sáfico Onde histórias criam vida. Descubra agora