Ferreira narrando
Capitulo 19Médico: eu sinto muito... - neguei com a cabeça na hora.
Ferreira: sem essa de sinto muito, fala pra mim que ela tá bem e que ela não morreu - ele ficou quieto - fala caralho, ela tá bem né.
Médico: a gente tentou de tudo, a cirurgia houve muita complicação e a bala atravessou seus - ele ia falar mais outro cara que tava na sala de cirurgia gritou ele.
Médico 2: doutor Maurício corre aqui, rápido - ele nem falou nada saiu correndo pra sala de cirurgia, sentei novamente na cadeira e abaixei a cabeça me deixando levar, começando a chorar, ser forte as vezes cansa.
Fiquei ali chorando por um tempo até senti alguém me abraçando levantei o olhar pra saber quem era, Alanny.
Alanny: vai ficar tudo bem com ela, logo ela tá aí infernizando a gente e falando que eu pareço o Gasparzinho de avental, ou postando mais indireta do namoro da Kiara no Twitter - dei uma meia risada em meio às lágrimas ela passou a mão no meu rosto limpando às lágrimas.
Sentei direito na cadeira e ela abriu os braços pra me abraçar, cheguei mais perto apoiando a cabeça no peito dela, senti ela passando a unha por dentro do meu cabelo, fazendo um carinho odeio chorar me sinto fraca, mas as vezes não tem o que fazer.
Passou horas e horas e ninguém falava nada já tava de noite e nenhuma notícia, a Alanny já tinha discutido com a moça da recepção umas 3 vezes.
Vi os dois médicos saindo de dentro da sala de cirurgia com um sorriso no rosto vindo até a gente.
Médico 2: ótimas notícias. - levantei na hora esperando eles falarem.
Médico 1: ela está ótima, como eu disse à cirurgia apresentou muitas complicações e quando a gente achou que não tinha mais o que fazer, houve uma solução é agora ela tá dormindo, os medicamentos são fortíssimos então provavelmente ela vai acordar somente daqui uns 4 dias nada a mais e nada a menos. - meu sorriso foi na orelha, e a Alanny também aparentava tá felizona.
Conversei um tempo com os médicos procurando entender tudo que aconteceu na cirurgia. Aproveitei pra pergunta se podia ver ela mas eles negaram, falaram que só amanhã às 12:00 horário de visita.
Minha mãe também só vai acordar lá pra meio dia uma da tarde.
Meu celular tava cheio de notificação perguntando como a Aysha estava mas eu fui direto na conversa do Alemão.
————— WhatsApp on ————-
Alemão: tudo suave por aqui, vitória nossa mais uma vez 17:33Alemão: Aysha como tá ? Deram notícia já ? 17:33
Ferreira: Aysha tá dormindo aconteceu umas paradas na cirurgia mas agora ela tá bem, dormindo 21:34
Alemão: ainda pow, fé que logo ela tá benzona 21:35
Ferreira: descobriu quem foi na maldade pra cima da Aysha ? 21:35
Alemão: descobri pow, o tigre filho do cara que ela matou, tá lá na sala de tortura 21:36
Ferreira: fazem nada com ele agora, eu mesmo quero fazer 21:36
Alemão: jaé 21:37
———— WhatsApp off ————-
Filho da puta, vai sofrer o dobro quero nem saber.
Alanny: vamo ? - pegou os papéis na mão da recepcionista.
Ferreira: bora - essa aí é outra que eu devo muito, ficou comigo aqui desde as seis da noite.
A gente foi saindo indo em direção do carro que eu estacionei nem sei aonde, depois de um tempo achei o carro.
A gente entrou e foi o caminho inteiro em silêncio, mas eu logo acabei com o silêncio.
Ferreira: papo reto, mais uma vez te pedindo obrigada pelo que se fez hoje, tava desde as seis comigo e agora já é nove da noite quase dez. - ela deu um sorriso largo, sorriso dela é lindo demais.
Alanny: não precisa agradecer por isso, é a Aysha Ferreira, vive implicando comigo mas criei um carinho tão grande por essa garota em tão pouco tempo - olhou pela janela.
Ferreira: tô ligada pow, antes eu achava que se era chatona mas agora eu tenho certeza - falei só pra descontrair um pouco, amo irritar ela.
Ela deu um tapa na minha coxa e eu dei uma meia risada.
Ferreira: tô te zuando pow, mas se é daora quando que - ela virou o rosto me olhando tirei a atenção rápido do caminho e olhei pra ela por um tempo.
Alanny: você também é "daorinha" - fez aspas com a mão e eu dei risada, ela continuou me olhando.
Ferreira: e a Kiara ? Tá bem ? - falei enquanto dirigia até o morro.Fui indo devagar só pra aproveitar um pouco do tempo com ela
Alanny: mais ou menos - voltou a olhar pra janela
Ferreira: colfoi ? - já perguntei meio assim né.
Alanny: ela teve uma crise hoje na hora da invasão, fiquei com ela tentando acalmar e depois coloquei ela pra dormir aí quando eu fiquei sabendo da Aysha vim pro hospital mais perto. - situação tá foda pra gente.
Ferreira: caralho, de pânico ou ansiedade ? - falei porque era as que eu conhecia.
Alanny: cara eu não sei, isso que me deixa mais abalada, pelo fato dela ter medo de barulho receio sei lá e aí começa a crise, mas acho que é de ansiedade - coloquei minha mão na coxa dela e fiquei alisando, ela olhou pra minha mão e depois voltou a olhar pra janela, enquanto eu dirigia.
Ferreira: ai, topa ir em um lugar comigo ? No morro mesmo - ela me olhou de novo.
Alanny: bora, rapidinho - assenti e ficamos trocando um papo até chegar no morro.
fui subindo até lá em cimão, no alto do morro.
Alanny: você não vai me matar não né ? - perguntou meio receosa e eu dei risada.
Ferreira: tu viaja mina, tô te levando no alto do morro, lugar mais bonito daqui - estacionei e ela desceu primeiro, desci logo em seguida e fui indo na frente e ela me seguindo.
Chegamos e eu sentei no chão de terra e ela sentou do meu lado, lua tava bonita demais.
Alanny: meu Deus que lugar maravilhoso, a lua tá incrível - apontou com o dedo e eu assenti.
Ferreira: quando eu tô na merda, dias difíceis eu venho pra ca, único lugar que eu consigo ser eu mesmo tá ligado ? - ela assentiu me olhando e depois voltou a olhar a lua.
Alanny: minha mãe era obcecada pela lua, adorava ficar deitada na varanda de casa olhando o céu - uma lágrima escorreu pelo seu olho mas ela limpou logo em seguida.
Ferreira: o que rolou com a tua mãe ? - vi que ela ficou meio desconfortável com a pergunta então desconsiderei - não precisa falar não pow, tá suave. - coloquei a mão no ombro dela.
Alanny: há 3 anos atras a mulher da minha vida faleceu, minha guerreira sabe, sempre fui apaixonada por tudo que minha mãe tinha, sempre colocando a necessidade das pessoas acima das delas, querendo o melhor pra todo mundo, apontando somente qualidades nas pessoas, sempre querendo mudar o jeito das pessoas depositando confiança e fé em todo mundo achando que uma hora as pessoas vão mudar, a Kiara puxou isso dela - deu um sorriso - ela morreu com aquela doença maligna que eu nem gosto de falar o nome. - limpou às lágrimas.
Puxei ela pra um abraço, nem curto esse grude todo mas ela me deu maior força no hospital e no momento eu acho que ela precisa de um abraço também.
Ferreira: pow foi mal por desenterrar essa ferida não queria te de... - fui interrompida por um beijo, apenas retribui passando minha mão por dentro do cabelo dela, ela colocou a mão por dentro da minha camiseta. Nossas línguas dançavam em perfeita sincronia o beijo encaixou do jeito certinho, lentinho. Ela foi subindo a mão até o meu pescoço arranhando, com a unha arrepiei na hora.
A gente se afastou depois de um tempo e eu puxei ela novamente pra outro beijo, senti ela sentando no meu colo e levei minha mão até a cintura dela apertando e trazendo ela mais pra perto de mim.
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Estrelinha ⭐️⭐️
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A cada passo - romance sáfico
Romance📌 Rio de Janeiro, morro. {romance sáfico} início: 18/06/22