Cap.53

648 16 0
                                    

Thiago Th

Sai da favela e fui resolver umas parada caso aquele arrombado vacilasse, deixei 5 bomba na entrada principal, se ele entrar metendo o louco vai acabar indo pra vala.

Henrique: Você confia mesmo nesse Nego?

Th: Porque não confiaria?

Henrique: Sei não, ele tava querendo passar por cima da sua voz.

Batata: Qual foi porra? O Nego é meu parceiro, vou deixar filho da puta de gravatinha vir falar merda não.

Th: Calmou Batata! Quero saber porque tu ta pensando nisso ai.

Henrique: Ele é esquisito, não quis deixar tu dar a ordem ontem, parecendo que estava tentando proteger a Julia.

Th: Batata também falou, ele quer proteger ela também? Tu já ta falando merda, papo reto.

Henrique: Só um negócio que to pensando.

Batata: Nego que fortaleceu nossa favela, quando o Th não tinha nada ele que apareceu pra ajudar.

Henrique: De onde ele tirou tanto dinheiro pra ajudar?

Th: Nego veio do Vidigal parceiro, o pai dele era dono de lá, mas morreu pelos cana e teve que vazar porque agora aquilo ali virou uma favela falsificada, os cana faz a festa.

Henrique: Já soube que lá virou deles mesmo, então o pai do nego era o Negão do Vidigal?

Th: Esse mermo, ele até tentou ir pra outras favela mas a metade era tudo rival do Vidigal, eu aceitei ele aqui pra fortalecer, mas depois fui gostando daquele parceiro mais que nunca, agora ele é um Maré.

Henrique: Não confio nele.

Batata: Vai te foder, tu nem é cria, gravatinha.

Henrique: Logo te mostro quem é gravatinha.

Th: Chega porra!

Batata: Ele ta opinando demais pro meu gosto.

Henrique: Mas porque será que ele quis a Maré? Nunca se perguntou isso?

Th: Que porra é essa Henrique? Ta apaixonado pelo Nego? Puta que pariu.

Henrique: To desconfiado.

Th: Vai te foder, ta falando merda, confio naquele parceiro de olho fechado, e ainda mais que ele não gosta do Carioca.

Henrique: Porque ele não gosta?

Th: Carioca tirou uma boa grana dele quando ele pediu pra entrar pra Rocinha.

Henrique: Esse favelado é um bosta mesmo, puta merda.

Nós chegou na favela e subimos lá pra cima ver como o Nego ta.

Th: A vagabunda tentou algo?

Nego: Tentou não chefia, ficou caladinha.

Th: Assim que é bom, queria bater um lero contigo.

Nego: Solta ai.

Th: Mete o pé ai, vou bater um papo com ele.

Batata: Falou chefia, bora gravatinha.

Nego: Pode falar.

Th: Tu ta ligado que confio pra porra em tu né?

Nego: Claro pô.

Th: Henrique me passou uns bagulho que não curti, eu nem acreditei nesses assunto dele mas queria falar pra tu, tu ta aqui a anos por causa da nossa aliança, não é?

Nego: Pô Th, sério mermo que tu vai desconfiar de mim? Eu sei que ele é teu primo, mas caralho, vim pra ajudar, fiz da Maré meu lar.

Th: Eu sei caralho, mas ele botou uns bagulho na mente.

Nego: O que ta acontecendo com tu? Não era influenciado desse jeito por qualquer um não, tu me conhece desde que nós era mlk, te contei a história do meu pai pô.

Th: Foi mal aí parceiro, a Rocinha ta me deixando louco, não penso em outra coisa.

Nego: Se eu fosse tu não ouvia tudo que esse mano fala não, eu que não confio nele, psicopata querendo abusar das mina? Pô Th, tu vacilou, eu sei que essa vagabunda merece se foder por ter aliança com o Carioca, mas cresci desse jeito não, e nem tu.

Th: To ligado, vacilei mermo.

Nego: Não quero te por contra ninguém não ta ligado? Mas nem o Batata curtiu isso pô, nós é bandido, não estuprador. Tu sabe o que acontece e o que os mano faz com gente que nem ele.

Th: Me perdi mano, só penso na Rocinha e parei de pensar nos bagulho importante, valeu por ta fortalecendo sempre, por ser meu irmão.

Nego: Tu é meu compadre mané, meu sangue!

Th: Valeu mermo! Bom, então bora, vou esperar o Carioca dar o sinal quando tiver vindo.

Nego: Pode crê, nós vai tomar essa favela na marra parceiro.

Fiquei pensando no bagulho que o Nego mandou, ele ta certo pivete, tenho que confiar nos meu cria da favela, não sei o que eu faria se não tivesse Batata e Nego, os mano é firmeza mermo.

Sai de lá do galpão e fui pra boca, acender um na laje do morro, vi minha favela de lá de cima, tava dando tudo certo pra mim, pensei no meu velho, porque que ele teve que ir ta ligado? Lembro de nós, dele me ensinando a atirar falando que vou tomar conta disso tudo aqui, me ensinando os bagulho, era coisa errada mas era meu pai mané.

Não parei de pensar nele, via o rosto dele no alto do morro, vi tudo que ele construiu no suor, até aonde ele chegou pra me por aqui, respeito pra porra!

Fumei o último que tinha, olhei pra cima e agradeci, agradeci a Deus por me botar na onde cheguei, e agradeci meu coroa, fechei o colete, botei a meiota na cintura, derramei a última lágrima, e fiz a última oração, apaguei o beck, e parti pra Maré.

Fé minha favela, fé!

Antes de mim, Você (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora