Cap.74 (MARATONA)

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                                 Menor
Minha vida tava tudo indo certo, a favela tava faturando tranquilo, conheci a mulher da minha vida, minha coroa tava bem lá no bagulho e eu sempre indo ver ela lá.

Mas do nada tudo capotou nessa porra, tava mal pra caralho, minha coroa tava com uma doença rara no intestino que levou ela ficar em coma, ela foi transferida pra um hospital particular que eu to pagando, tive que fazer mó b.o pra fazer isso, no meu nome nada da pra fazer por causa dos cana.

E agora a cacheada ta putassa comigo, eu to ligado que fui cuzao, ela foi lá dar mó moral pra mim, levou comida, foi firmeza e eu só vacilei, agora to aqui correndo atrás dela e convencendo ela não vazar.

Menor: Porra Beatriz, na moral mermo! Volta aqui caralho.

Beatriz: Eu vou embora!!! - Grita.

Menor: Puta que pariu.

Eu não tinha escolha, corri na frente dela e peguei a doida no colo, com certeza ela me bateu né? Mas levei ela pra casa.

Beatriz: Tu ta ficando louco Matheus??

Menor: Quero falar contigo pô!

Beatriz: Pois diga! Porque depois eu vou embora.

Menor: Eu te amo porra, e tu sabe disso, eu to fraco e cada vez que to contigo me sinto mais fraco ainda, não queria deixar nada nas tuas costas! E essa porra de ter sido corno, me fode até hoje.

Beatriz: Eu sei disso, mas agora tu vai se privar por um medo? Tu sabe de mim, do meu caráter, sabe que nunca nem namorei.

Menor: Eu to ligado, deixei essas porra me dominar.

Beatriz: Ei, Matheus? Eu te amo poxa, e estou aqui contigo - Se aproxima.

Menor: Também amo tu cacheada, foi mal mermo, tava sendo babaca contigo.

Beatriz: Vem, deita aqui, tu precisa descansar pra ver sua mãe bem amanhã!

Menor: Valeu mermo.

Ela me deitou na cama e me cobriu, se é louco! Eu me sentia o cara mais foda dessa porra toda perto dela, o jeito que ela cuida, que ela faz os bagulho, nenhuma nunca fez, papo.

Eu levantei no pulo de madrugada avoado com um pesadelo que tive, tava assustado pra porra, e eu não queria acordar a Beatriz, então só levantei e peguei uns baseado, umas farinha e fui pra laje.

Fiquei lá me drogando, único momento que me fazia esquecer dessas porra toda. Vendo a favela de lá de cima, eu fiquei pensando na vida, no porque to aqui ta ligado? Tantos anos, não tive um pivete pra me preocupar, uma fiel pra chamar de minha, agora minha coroa ta lá naquela porra, quase morrendo.

E a mina que eu amo ta na cama dormindo, nem pensa que to aqui me drogando pra me sentir melhor, mal
sabe ela que eu sou fraco pra caralho! Que eu sou essa porra de bandido que mata a sangue frio, mas que no fundo é só um fraco de merda! Que porra Matheus, que porra tu ta fazendo?

Eu já tava doidão mané, acordei sendo arrastado por alguém, não conseguia manter meu olho aberto, tava todo mole, e adivinha de quem eu apanhei? Dela mermo.

Beatriz: SEU FILHO DA PUTA!!!! TU QUER MORRER? - Balança.

Carioca: Calma mandada! O mano tá doidão.

Beatriz: Quero que ele se foda!

Carioca: Pega leve pô.

Beatriz: Vamo Matheus, levanta agora!

Eu não conseguia levantar, e ela tava puta pra caralho, cuspindo fogo pela boca.

Ela me bota no chuveiro e deixou a água cair, fiquei pensando em tudo, e o único momento que eu poderia chorar sem
me preocupar de alguém estar vendo, era no banho.

Ela percebeu que eu tava chorando pra porra, e me abraçou se molhando também, ficou lá fazendo carinho no meu rosto e me dava só mais vontade de desabar pivete, os bagulho não tava fácil.

Beatriz: Vem, vamos se secar, tu vai ficar doente.

Ela me ajuda a levantar e me seca, deito na cama envergonhado do bagulho que eu fiz, eu era o cara que dava os conselho e incentivava os mano a parar de fazer essas merda, e acabei fazendo também, nunca fui tão fraco!

Carioca: O mandada, vai lá pra sala que eu vou bater um lero com esse cuzao.

Beatriz: Demora não, preciso dormir.

Carioca: Pode crê - Fecha a porta - Qual foi porra? Quer se matar?

Menor: Sem lição de moral mano.

Carioca: Te foder! Tu vive enchendo a porra do meu saco e ta criando caso agora? Qual é a tua filho da puta?

Menor: Qual é a minha? A tua coroa ta lá bem né porra? Não vem encher a merda do meu saco, to por aqui já - Aumenta a voz.

Carioca: Ninguém tem culpa da tua coroa ta assim, muito menos a mandada que ta cuidando de tu! Toma vergonha na cara porra, tu não é assim! Sempre foi o cabeça da favela, ta indo nas ideia errada porque?

Menor: To indo em ideia nenhuma, minha vida tá difícil e é só isso.

Carioca: A vida ta difícil e tu vai encher o cu de droga porra? Eu sou teu patrão e não vou aceitar essa porra na Rocinha não.

Menor: Tu não é dono da minha vida porra! Mete o pé daqui e me deixa.

Carioca: Marica! - Levanta - Quando tu ver do porque que eu te passei essa visão, tu vai me pedir perdão ajoelhado, escreve o que to te dizendo!

Menor: Chupa meu pau!!

Vai se foder, Carioca me irritou mané, nunca nem aumentei a voz com ele mas minha coroa tava em jogo nessa porra! Sempre foi minha base, me protegeu do mundo ta ligado? O mínimo que posso fazer é ta gastando a porra do dinheiro todo com esse tratamento e me drogando pra caralho.

Beatriz: Conversou com ele?

Carioca: Tu que se resolva com esse pau no cu, largo de mão, falou morena.

Beatriz: Tchau! - Se levanta - Matheus? O que tu fez?

Menor: Mandei ele meter o pé.

Beatriz: O que ta acontecendo contigo?

Menor: Nada porra, nada!

Beatriz: Fala direito comigo Matheus!!

Menor: Foi mal porra, só quero ficar sozinho.

Beatriz: Vou te falar apenas um coisa! A doença da tua mãe não é o fim, quando meu pai morreu aqui nessa favela eu achei que seria o fim de tudo, inclusive da minha vida, mas depois que eu te conheci e conheci a favela de outra forma eu passei a ver que meu pai só abriu as portas pra mim, e hoje eu agradeço por ter conhecido esse lugar em que ele viveu, pois aqui eu lembro de sua essência! - Pega o travesseiro - Vou dormir na sala, boa noite!

Caralho, essa mandada sabe como me afetar, sabe como mexer com a porra da minha mente e do meu coração. Eu fiquei pensando naquilo a noite toda, não preguei o olho depois daquelas coisa que ela mandou, eu sabia que tava sendo cuzao, só precisava concertar as merda.

Antes de mim, Você (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora