Cap.84

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                              Carioca

Eu me sentia diferente, sentia que eu tava no caminho certo ta ligado? Pra mim se aqueles arrombado ficava querendo dar palpite é porque nunca foram meus irmão.

O Nego e o Batata ficaram por lá, mandei eles descer e fazer tudo que tinha pra ser feito, e enquanto isso eu fiquei na salinha fumando uns, já era quase 2h e eu não podia voltar pra casa, não queria ver a cara de ninguém.

Os mano sobe e deixa os bagulho dos arrombado, não deixei eles levar nada, só a grana do assalto que era parte deles, vão se foder pra arrumar um lugar.

Nego: Tu vai dormir ai mermo?

Carioca: Vo, quero ir pra casa não, briguei com a coroa e to afim de bater boca mais não.

Batata: Tu não acha que ta passando um pouco do limite parceiro? É tua coroa.

Carioca: Qual foi porra? Quer meter o pé que nem eles?

Nego: Relaxa ai Carioca, ele só ta perguntando. Nós viu como tu ama tua coroa, pra mim tu nunca tratou ela assim não.

Carioca: Fui bom por muito tempo e só tomei no olho do cu, cansei dessa porra.

Batata: Pô parceiro, mas o que ta pegando? Nós é irmão, pode soltar o lero de boa.

Carioca: Que mané lero Batata, eu to suave, só não vou ser bonzinho mais, já era. 

Nego: Eu vou fazer meu turno, tu vai ficar ai Batata?

Batata: Vou vazar também.

Nego: Bora lá, falou cuzao.

Carioca: Falou.

Fiquei lá por um tempo fumando uns, usei droga pra caralho pivete, papo reto. Tava doidão, subi pra laje e fiquei pensando, se o Menor tivesse aqui já tinha me enchido de murro por ta usando droga.

Se a Julia tivesse, já tava me xingando dizendo se eu tava querendo morrer, é engraçado pô, a mina é braba pra caralho, mas tinha que ser metida a rica né? Se essa mina tivesse o costume da favela, já tinha botado um anel naquele dedo, já tinha virado a dama da Rocinha faz é tempo.

Mas tem coisa que não é pra ser, e eu to ligado nisso, nós ficou, foi bom os momento, mas ela não serve pra mim e eu não sirvo pra ela e pra mim ta suave.

Acordei lá na laje mermo com os mano enchendo o saco, tava tremendo de frio mané.

Nego: Porra Carioca levanta daí - Balança - Vamo porra.

Carioca: Qual foi?

Nego: Ó a garoa que ta ai caralho, tu vai ficar doente, levanta daí - Segura ele - Tu não tem jeito pivete.

Ele me ajudou a ir pra salinha, o frio tava do caralho, e eu comecei a passar mal pra caralho, quase não conseguia ficar de pé.

Nego: Qual foi mané? Vai ficar se entupindo de droga? Virou usuário?

Carioca: Não enche.

Nego: Não enche o caralho, quero teu bem, vou te levar pra tua coroa.

Carioca: Sai fora, vou pra lá não.

Nego: Tu vai sim porra!

Ele me levou a força, mas eu nem tentei bater de frente, tava fraco pra caralho, enjoado demais.

Antes de mim, Você (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora