Boa Sorte Vá com Deus

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Isto tinha de ser feito.

Isso era para o bem dela.

Isso era, no que dizia respeito a V, o resgate necessário e há muito esperado da Srta. Evey Hammond, de uma forma que não tinha absolutamente nada a ver com todos aqueles Fingermen rastejando pela propriedade de Gordon Dietrich.

Ela estava deitada em seus braços leve como uma pena, o clorofórmio fazendo efeito total. Era melhor assim, porque sem visões, sem sons e sem sensações, ela também não sentiria medo. A invasão surpresa da meia-noite, sua queda de uma altura considerável, e sua própria aparição como o 'captor do mal', selando o destino dela dentro de um daqueles infames sacos pretos, foram todos momentos de terror muito descontrolados. Acontecimentos que fizeram o coração disparar de incerteza. Até mesmo seu próprio coração, quando ele percebeu que Evey a fez correr para fora de uma janela do andar superior. Não era bem como as coisas deveriam ter acontecido.

Mas essa parte da equação estava agora sob seu controle, e ela estava segura. A vida dela seria garantida pela dele, mesmo enquanto ele a salvasse. Esta noite, e nos próximos dias que virão. Por mais que parte dele temesse os eventos que logo aconteceriam, ainda... por enquanto, ele daria um suspiro de alívio.

Ele a levou rapidamente para um automóvel próximo, deixado lá por Gordon, mas oficialmente sem relação com o showman. V tinha fixado uma braçadeira de roda em seu pneu, até mesmo adicionando algumas multas de estacionamento falsas ao para-brisa. Aquele carro não iria a lugar nenhum esta noite.

Com a garota suspensa em um braço, ele abriu o porta-malas do carro, então cuidadosamente a posicionou dentro. Era errado de muitas maneiras, e ele sabia disso. Mas foi para seu próprio bem. Ele seguiria adiante.

E o tempo estava se esgotando. Os homens de Creedy tinham carregado Gordon em um dos veículos blindados. Bem mais ou menos, também. Inclusive a muitos metros de distância, V podia ouvir o uivo de dor surpreso de seu associado quando a coronha de um rifle se enfiou na parte de trás de sua perna. O prisioneiro derrotado tinha começado a desmoronar, dando aos soldados uma desculpa fácil para jogá-lo em corpo pelas portas.

Criaturas vis e cruéis. Foi a descrição mais educada que V pôde pensar para esses criminosos brutais que fingem 'defender a Inglaterra'. Seus prisioneiros não eram mais humanos no que lhes dizia respeito. Uma atitude nascida, criada e reforçada por Larkhill.

Olhando para baixo, V verificou sua própria presa, assegurando-se de que ela não seria ferida quando a porta fosse fechada. Ele voltaria para ela assim que pudesse. Mas, por enquanto, ele estava com as mãos ocupadas.

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— Maldição, eu odeio essas corridas noturnas — jurou um dos soldados vestidos de preto do Dedo, sentado dentro do pequeno veículo preto do governo, enquanto ele acelerava pelas longas sombras negras de Londres após o toque de recolher. — No meio da porra da noite —

Eles estavam correndo em direção ao quartel general da Finger, sete soldados escoltando seu último prisioneiro. Sete soldados para guardar o inimigo amarrado, ensacado, subjugado e quebrado do estado. Parecia um pouco demais, mas era raro que eles levassem alguém tão famoso à custódia. Creedy queria que a situação fosse tratada de forma silenciosa, rápida e limpa, minimizando quaisquer explicações que o BTN pudesse ter que dar ao público.

Três unidades foram chamadas para este ataque à meia-noite, e um dos membros mais antigos olhou para seu companheiro queixoso. Era um cara novo, de uma unidade diferente, recentemente transferido da guarda de perímetro de Sutler.

— Não seja tão maricas — o membro mais velho admoestou o calouro. — Apenas fique feliz que você está indo para casa mais cedo. Você pode estar preso lá atrás nos detalhes da limpeza.—

VIOLA - V de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora