Um ano e meio se passou desde que o Parlamento caiu no dia cinco de novembro, e Evey Hammond viu V pela última vez.
Agora, um ataque rebelde ao Departamento de Preservação Cultural de Evey trara à tona aquele que antes era considerado perdido.
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Cap...
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AVISO: Esse Capitulo contém conteúdo adulto (menção a sexo)
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Foi a luz do sol que acordou Evey naquela manhã preguiçosa de Londres. Luz solar suave, filtrada através de cortinas brancas transparentes.
Nada de despertadores barulhentos, nem mesmo os despertadores vizinhos, uma vantagem consideravelmente agradável para a vida em sua nova casa. Nada de portas batendo em andares distantes, nem crianças chorando no meio da noite. Coisas que, sim, de certa forma, a ajudaram a se sentir mais próxima dos cidadãos a quem servia. Mas também havia vantagens definitivas neste modo de vida.
Falando nisso, a maior vantagem de todas agora estava dormindo pacificamente ao lado dela. V. Enterrado debaixo das cobertas e alheio ao resto do mundo. Alheio até a toda aquela luz.
Foi uma daquelas noites que decidiram passar lá em cima. Uma opção agora, embora com toda a honestidade, Evey ainda preferia a Galeria quase tanto quanto seu companheiro. Estava mais quieto. Não representava absolutamente nenhum risco de olhares indiscretos (embora o risco também tenha sido bastante reduzido aqui). E, tudo bem, ela admitiria isso. Depois de todo esse tempo, ela se acostumou a controlar o cair do anoitecer e a chegada da manhã, abaixo da superfície da terra. Então isso a deixou se perguntando ainda mais, exatamente como ele continuava a dormir tão profundamente. A manhã chegou. O sol já havia decidido isso.
Talvez tenha sido devido ao trabalho pesado do dia anterior na instalação de seu novo fogão? Embora ele certamente não parecesse tão exausto. Mesmo depois de carregar o aparelho por quilômetros através dos túneis, ele aceitou suas piadas e elogios com um sorriso.
Ou pelo menos 'Fawkes' estava sorrindo.
E hoje era o dia em que ela deveria testar aquele fogão por um longo número de horas. Aquele que ele havia fraudado sabe Deus o quê. Ela imaginou que os dois ficariam por um tempo, pelo menos o suficiente para garantir que não explodisse.
Talvez seja por isso que ele ainda estava dormindo. Tentando evitar enfrentar sua própria obra.
Bem, isso não poderia ser permitido.
Forçando seus próprios músculos rígidos a agirem, ela se endireitou. Depois respirou fundo e ela sorriu para a janela ensolarada. Ao lado dela, V se mexeu, seus braços se reajustando agora que ela havia escapado deles, uma mão pousando na curva de sua barriga, a outra enterrando-se ainda mais sob seu travesseiro. Não pareceu registrar que ela não estava mais deitada. Contanto que ele a encontrasse, isso era bom o suficiente. Ele limpou a garganta; aninhado no travesseiro; e voltei direto para a terra dos sonhos.
Muito ruim. Se ao menos ele tivesse visto o sorriso no rosto dela.
Sua cabeça careca, manchada e com muitas cicatrizes estava virada de lado, ignorando completamente a luz. Seus olhos estavam fechados, protegidos pela elevação do travesseiro. Sua orelha esfarrapada voltada para cima, deixada como proteção primária contra qualquer perigo invasor. E seu crânio fazia o contorno mais perfeito contra a fronha branca.
