Um ano e meio se passou desde que o Parlamento caiu no dia cinco de novembro, e Evey Hammond viu V pela última vez.
Agora, um ataque rebelde ao Departamento de Preservação Cultural de Evey trara à tona aquele que antes era considerado perdido.
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Cap...
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Muito, muito cautelosamente, com a delicadeza de literalmente pisar em ovos, Evey contornou a porta de uma das salas de trabalho da V na Galeria. Era uma sala de eletrônicos, cheia de fios, circuitos e todos os tipos de dispositivos que ela nunca conseguiu identificar. Talvez fosse o melhor, porém, ela às vezes se perguntava.
Ele sempre parecia saber o que estava fazendo, e atualmente estava sentado em uma parede distante, curvado sobre uma mesa de trabalho de costas para a porta, parecia super concentrado.
Claro, não eram cascas de ovos que ele estava trabalhando, por mais complicada que a tarefa parecesse. Os ovos não podiam explodir em bolas de fogo, removendo metade do seu rosto no processo. Era aqui que ele tradicionalmente conectava seus dispositivos explosivos menores. 'Presentes' que ele às vezes entregava às células rebeldes de Norsefire, sempre preparados para parecer que o boom final era culpa da própria falta de jeito do inimigo. E se eles perdessem seu estoque de armas no processo, bem, para quem eles iriam reclamar? A polícia?
V era bom nisso. É bom garantir que as pequenas joias nunca saiam aqui. Então, mesmo no corredor, ela se moveu com extrema cautela, não tendo nenhuma intenção de ser a causa do primeiro acidente.
—Eu sei que você está aí, Evey— ele anunciou de repente, embora sua atenção não se desviasse nem um pouco de seu trabalho. —Você certamente pode se juntar a mim—
Sua sobrancelha se ergueu e seus braços se cruzaram, enquanto ela entrava na sala. —Eu estava tentando ficar quieta para não dar um susto em você—
—Oh, não precisa disso, amor— ele brincou. —Acho que nunca te achei particularmente assustadora—
Bem, aparentemente o trabalho dele não era tão intensamente estressante.
—Eu trouxe os filmes comigo— disse ela, caminhando casualmente atrás dele. —Devemos ter tempo suficiente para terminar todos os três esta noite, se a granada puder esperar até mais tarde—
—Não é uma granada— respondeu ele, inclinando-se ainda mais sobre o trabalho. —Na verdade, é exatamente isso que você está tentando ganhar, e que eu estou tentando salvar, tempo—
E ele não estava brincando, ela percebeu, assim que pôde olhar ao redor de seu braço. Parecia um relógio de bolso, cujas entranhas estavam espalhadas por sua mesa de trabalho. E sob suas pinças estava a carcaça principal. Ainda assim, por via das dúvidas, ela tinha que perguntar. —Presente surpresa para seu líder rebelde favorito?—
—Nãooo— ele respondeu. Ele olhou para ela por apenas um momento, a expressão da máscara sugerindo sucesso... ou diversão... ou qualquer outra coisa que aquele sorriso pudesse comunicar. —Um presente para mim, se eu puder devolvê-lo ao estado de funcionamento. A mola precisa ser substituída e as rodas estavam um pouco coladas, parece que um túnel antigo não é o melhor ambiente para armazenamento de antiguidades. Não que eu tenha cometido tal erro, é claro. Não tema, estará muito mais seguro sob meus cuidados.
