Só o melhor

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Foi na noite anterior ao Natal, quando por toda a casa não havia nenhuma criatura se mexendo, nem mesmo um rato

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Foi na noite anterior ao Natal, quando por toda a casa não havia nenhuma criatura se mexendo, nem mesmo um rato.

Apenas Evey, é claro, na cozinha escura da Galeria.

Quase meia-noite, de acordo com o relógio de parede, e Evey se movia o mais rápido que podia. Por direito, ela já deveria estar na cama, embrulhada com seu companheiro... sim, sim, enquanto visões de ameixas dançavam em sua cabeça. Mas em vez disso, ela estava parada no balcão, deliciando-se com leite e biscoitos.

Em sua infância, esta teria sido a hora de preparar esses doces guloseimas de Natal para o Papai Noel. Escolhendo os de formato mais perfeito de todos aqueles que sua mãe havia feito e arrumando-os em um prato de cerâmica com alegres motivos de inverno na borda. Só o melhor para o homem que percorreria o mundo inteiro só para trazer tantos presentes lindos para ela.

Claro, isso foi antes do Fogo Nórdico. Antes de o regime encerrar grande parte do feriado. Encerrar grande parte de sua infância.

Porém, todos os anos, desde a revolução, as velhas tradições voltavam cada vez mais. E todos os anos com seu companheiro... bem... as férias eram cada vez melhores. Às vezes, de uma forma estranha, era como reviver a infância. Curando-o, enquanto ela compartilhava as memórias com seu companheiro.

Então, naquela manhã, quando ela estava no supermercado local e viu aparecer um de seus biscoitos de Natal favoritos na seção da padaria, ela simplesmente não resistiu. Aqui estava outro pedaço de sua história. Talvez não tão boa quanto a de sua mãe, mas apenas a ideia inspirou um sentimento tão caloroso.

E sim, ela sabia que estava velha demais para deixar biscoitos para o Papai Noel, embora também soubesse que V poderia brincar de outra forma. Então desta vez os biscoitos eram para ela. Dois deles, colocados perfeitamente no prato, assim como ela costumava preparar para o Papai Noel. Um copo de leite, isso também para ela, e não para o alegre elfo vermelho, e ela faria seu lanche; em seguida, refresque-se e rasteje para os braços quentes de seu companheiro.

Não demoraria muito esse momento de satisfazer sua criança interior. Ele provavelmente não notaria o atraso.

Até...

—Você tem um bigode, amor— ronronou das sombras do outro lado da sala.

Embora ela ainda não o tivesse visto, ela soube sua resposta imediatamente —Olha quem está falando—

E sim, ele riu disso.

—O meu está pintado— ele respondeu corretamente, como alguém poderia instruir uma criança. Até uma criança pega com a mão no armário de biscoitos. —O meu é uma representação precisa de um herói com séculos de idade e há muito venerado. O seu está... pingando, eu suspeito—

Bom, agora ela teve que parar de comer, com medo de engasgar.

—Eu estava apenas fazendo um lanche antes de dormir— ela explicou enquanto seu companheiro se aproximava —Minha mãe costumava fazer isso exatamente dois dias antes do Natal e, na véspera de Natal, eles teriam um sabor perfeito. Ou pelo menos eu pensei assim na época— Ela riu da lógica inocente e ligeiramente distorcida que usava naquela época. —Meu irmão e eu comíamos um pouco, e então o Papai Noel pegaria seu próprio prato para sua visita noturna—

VIOLA - V de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora