—V? Você está aí embaixo?— Evey chamou enquanto se movia rapidamente pelo túnel principal da Galeria. Passava do meio-dia e a última vez que ela tinha ouvido falar dele, ele estava na cozinha, preparando um almoço tardio para eles.
Bem, ele teria mais tempo do que pensava. Ela tinha um recado que precisava fazer na cidade acima, e estava previsto para começar a chover em breve. Sua bolsa já estava pendurada no ombro; um guarda-chuva na mão, apenas no caso de ela não conseguir voltar a tempo.
—V?—
O tilintar de uma panela foi ouvido, seguido por: —Sim, amor?— Em seguida, água corrente. Ele parecia bastante ocupado.
Ela se absteve de se aproximar da porta, apenas no caso de ele estar comendo enquanto cozinhava. Era simplesmente uma etiqueta não escrita aqui na Galeria das Sombras. —Estou indo na farmácia— ela gritou. —Não devo demorar. Espero que eu possa vencer a chuva. Há algo que você queira?—
Ela esperou, enquanto a torneira era fechada e outros sons arrastados vinham da cozinha. Então ela olhou para o relógio. Ela gostaria de uma resposta, muito obrigado.
Então o baque de suas botas moveu-se propositalmente pela cozinha, para fora do túnel, avançando mais alguns passos, até onde ela podia vê-lo claramente sob as luzes do corredor. Ele estava lá em toda a sua glória, enfeitado com um avental floral ofuscante, com uma linda renda rosa e absolutamente inundado de flores rosa, azuis e roxas.
Deus do céu. Ela não tinha visto aquele antes.
E de alguma forma, simplesmente não parecia 'combinar' com ele. Não que sua seleção de aventais tivesse mudado, é claro, desde aquela primeira manhã ele a ensinou sobre o papel do governo, por trás de um toque de margaridas de cores vivas.
Não, hoje o descompasso foi de outro tipo. Não apenas no que ele usava, mas em como ele a estudava. Ele emitiu o olhar mais intenso que a máscara poderia transmitir, acentuado pela imobilidade com a qual ele fez uma pausa. A suavidade com que ele deu seus passos subsequentes em direção a ela.
Ela poderia dizer que ele estava planejando algo. Como se ele tivesse um segredo e estivesse calculando o momento perfeito para revelar tudo. Sim, claro que ela estava curiosa, mas não resistiu a uma cutucada. —Se você está tentando falar, sombrio e misterioso, V, o novo avental não está ajudando. Preciso pegar algumas coisas na farmácia. Devo parar em uma loja de culinária a caminho? Escolher alguns aventais novos, se é isso que você está fazendo agora?—
Seus braços abriram para exibir sua última descoberta. —Eu vasculhei o interlink, amor. Este é o que tinha mais violetas—
Seu sorriso suavizou.
De fato, agora que ele estava mais perto, ela podia distinguir os detalhes das delicadas flores violetas. Ela aceitaria essa resposta, embora ainda tivesse uma risadinha para suprimir. Não foi até que ele a alcançou, ficou quase em cima dela, que seu foco aguçado tirou o último de seu riso.
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VIOLA - V de Vingança
Roman d'amourUm ano e meio se passou desde que o Parlamento caiu no dia cinco de novembro, e Evey Hammond viu V pela última vez. Agora, um ataque rebelde ao Departamento de Preservação Cultural de Evey trara à tona aquele que antes era considerado perdido. . Cap...