—Ah, vamos lá— reclamou Evey. —Isso simplesmente não faz sentido—
Ela sentou-se encolhida contra seu companheiro no sofá, discutindo, entre todas as coisas, com um aparelho de televisão. Ou melhor, o filme passando ali. E com toda a honestidade, V não estava disposto a discordar dela. Ele vinha dizendo exatamente a mesma coisa há algum tempo.
Para a noite acima, Evey comprou uma cópia do filme americano 'Homem-Aranha'. Seu irmão mantinha um estoque de gibis há muito, muito tempo, e ela era conhecida por folheá-los de vez em quando. Geralmente quando seus próprios companheiros não estavam disponíveis, ou naqueles dias em que seus pais passavam mais tempo em comícios do que com ela. Homem Morcego. Super homem. O Flash. Ela leu todos eles. E como ela achou que seria divertido ver um deles ganhar vida.
V, no entanto, questionou a história o tempo todo. —Força superior de uma aranha?— ele questionou, não muito tempo atrás. Esse conceito ele considerou muito improvável.
Ao que ela simplesmente respondeu: —Em oposição a quê? Vindo de um vírus?—
Isso lhe rendeu um suspiro por trás da máscara, provavelmente perplexidade, tanto pelo filme quanto pelo fato de ela parecer insistente em duelar com as críticas dele.
—Sim, mas eu não atiro coisas com meus pulsos, nem voo pelo ar— foi sua resposta óbvia, embora ela também tivesse uma para isso.
—Certo. Não como facas ou algo assim. Ou pular de prédios. Nada disso—
E foi aí que o último debate terminou, quando V puxou sua amada ainda mais para seu colo. Para se distrair de tais idas e vindas mesquinhas (especialmente quando não era ele quem estava ganhando). E, francamente, para se divertir além da estranha história contada na telinha.
Ela... era muito mais fascinante. Durante anos, foi assim. Na Galeria. No ar noturno. E especialmente aqui em sua nova casa. Ela era absolutamente, positivamente, muito mais fascinante.
Seu foco, no entanto, permaneceu dividido entre V e a história que estava sendo contada diante deles. Pobre Mary Jane, não conseguia ver o que estava bem diante de seus olhos. E foi exatamente isso que motivou a reclamação mais recente de Evey. A heroína realmente beijando aquele homem de meia-calça vermelha, revelando facilmente metade de seu rosto no processo, mas permanecendo completamente alheia à sua identidade.
—Isso é simplesmente ridículo— concluiu ela com uma risada, balançando a cabeça. Até a mão dela se estendeu, apontando para o erro óbvio que acontecia na tela da televisão. —Melhores amigos, vizinhos que cresceram juntos e ela nem o reconheceria? Seu queixo? Sua voz?!—
—Ela não o beijou antes— V respondeu, tentando esconder sua brincadeira. Ah, sim, se Evey fosse debater suas críticas, então ele certamente faria o mesmo com as dela.
—Sim, mas eu vi os livros posteriores— respondeu Evey, como se esta fosse a resposta mais óbvia do mundo, e ela mesma, a especialista no assunto. —Esses dois deveriam estar 'destinados'. Um dos pares reais que sobrevivem, e juntos desde a infância. Acredite, apenas o beijo em si ela deveria ter reconhecido. Até o primeiro—
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VIOLA - V de Vingança
RomanceUm ano e meio se passou desde que o Parlamento caiu no dia cinco de novembro, e Evey Hammond viu V pela última vez. Agora, um ataque rebelde ao Departamento de Preservação Cultural de Evey trara à tona aquele que antes era considerado perdido. . Cap...