Seu ponto

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AVISO: Esse Capitulo contém conteúdo adulto (menção a sexo) caso não gostem esse tipo leitura, por favor pule esse capítulo.

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Uma nuvem de fumaça flutuando em câmera lenta enquanto a pistola disparava. Irônico, não foi? Que aquelas minúsculas partículas de cinzas no ar se afastariam com caminhos tão tortuosos e sinuosos, enquanto a bala vinha reta como uma flecha, acelerando a um ritmo alarmante em direção ao alvo.

V não estava muito preocupado embora, ele poderia se esquivar, ele poderia se esquivar de quase tudo. Os americanos não costumavam ter um herói de quadrinhos com algum tipo de lema semelhante? Mais rápido que uma bala voadora, ou algo assim?

E aquela pequena ponta de aço parecia saber exatamente onde queria ir, mirando diretamente no peitoral de V. Portanto, mesmo que ele não se movesse rápido o suficiente, o dano seria mínimo.

Logo começou, porém, um problema. As balas devem acelerar durante o vôo? Não havia leis da física a serem obedecidas aqui? Não só estava vindo mais rápido, mas estava começando a se curvar para cima da maneira mais impossível.

Talvez tenham sido essas mudanças inesperadas e pouco naturais, que confundiram os reflexos avançados de V. Porque pela primeira vez em muito tempo, V não conseguiu. Quase nem se mexeu na verdade, uma desvantagem da qual a bala aproveitou ao máximo, curvando-se acima da borda do peitoral e cravando-se diretamente na garganta do vingador mascarado.

Sua cabeça caiu para trás, o fino jato de sangue nublando sua visão por um momento. E ele caiu... com força... no chão duro e úmido abaixo dele.

Ele não podia ver.

Ele mal conseguia se mover.

E o mais preocupante, ele não conseguia nem respirar.



Evey acordou de seu sono, assustada com o súbito e estrangulado grunhido do homem ao seu lado.

— V? — ela sussurrou, rolando para lutar sonolenta em direção a ele.

Ele estava deitado de costas, o rosto coberto pela máscara virado para longe dela, o cobertor jogado em seu corpo. Uma das mãos enluvadas estava em seu abdômen, a outra estava fechada em punho e mantida rigidamente entre os travesseiros.

Quanto mais ela o examinava, e uma vez que ela colocou uma das mãos em seu ombro, ela percebeu o quão tenso todo o seu corpo estava, como se estivesse lutando contra alguma coisa, ou alguém. E estava pronto para atacar com uma explosão de força mortal.

Foi quando ele se encolheu, soltando outro grunhido do fundo de sua garganta, então respirando fundo.

— V? — ela perguntou novamente suavemente. — Você está bem?—


De alguma forma, por meio de um imenso esforço de força de vontade, ele conseguiu encher os pulmões. Um suspiro de ar que crepitou através do sangue que brotava em sua garganta.

Foi ruim, ele sabia disso. Sua cabeça estava girando e ele mal conseguia sentir a maior parte de seu corpo. E a dor... bem, não doeu tanto quanto ele pensou que poderia. A carne da parte inferior do pescoço é tão maleável, mais fácil para a bala cortar. Mais limpo, destruindo alguns nervos.

VIOLA - V de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora