VIOLA - V de Vingança

Tropeçando em casa

Este seria um procedimento delicado... muito, muito delicado, V percebeu silenciosamente para si mesmo. Ele olhou para frente e para trás entre as três caixas pretas na mesa à sua frente e os esquemas relevantes do equipamento e circuitos contidos nelas. Tão delicado que ele já havia parado de cantarolar junto com a Sra. Ella Fitzgerald, que cantava na jukebox distante.

Ele estava sentado em uma de suas salas de trabalho, com diversas ferramentas e suprimentos prontos, estudando os diagramas de alguns aparelhos muito sensíveis. Ele teria apenas uma chance de acertar, e acertar três vezes. Se houvesse algum problema, ele teria muita dificuldade em tentar substituir pelo menos uma dessas caixas pretas. Felizmente, os diagramas pareciam bastante úteis. É incrível o que se pode encontrar no interligado. E ele tinha a maior parte da noite para dedicar a isso, o diário social de Evey repleto de outros compromissos.

Isso provavelmente foi uma coisa boa. Ela provavelmente desaprovava isso, não apenas por causa dos riscos inevitáveis, mas pela agitação que ele provavelmente criaria na cidade. Porém, se feito corretamente, essas repercussões poderiam ser bastante minimizadas e um problema potencial resolvido a longo prazo.

Além disso, ele não se sentiria culpado, não importa como o resto do mundo pudesse reagir. Ele estava limitado no tempo, limitado nas alternativas e, no que lhe dizia respeito, mais do que justificado no que estava prestes a fazer. 'Domínio eminente' e tudo mais. 'Posse é 90% da lei.' Ele até aceitaria 'detentores de descobridores, choradores de perdedores', se isso estabelecesse o precedente certo.

Por fim, ele pegou a primeira das três caixas para virar nas mãos. Vamos ver se ele consegue entrar nessa coisa sem causar danos irreparáveis. Este não era seu estoque habitual de explosivos que ele sabia como manusear.

Ele pegou uma chave de fenda e estudou o esquema novamente. O tempo estava passando e ele tinha que fazer isso funcionar.

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Evey certamente não havia subestimado seus planos para aquela noite, ficando fora até altas horas com velhos amigos da BTN. Apesar dos vários rumos que as suas vidas tomaram após a revolução, sempre houve bons e velhos tempos para recordar, e novas reviravoltas para partilhar.

Ela se encontraria novamente com uma das meninas mais velhas no dia seguinte para o almoço, que seria repartido com sopa, sanduíches e um bule de café forte. Ambos ainda lutavam contra os efeitos de uma noite passada na cidade. Um café em Londres era o destino, e as brincadeiras logo mudaram para o casamento recente de sua amiga Bridget.

—Não acho que Trev tenha ficado muito satisfeito quando cheguei tão tarde ontem à noite— Bridget riu a certa altura. —Mas eu continuo dizendo a ele que um pouco de tempo longe é bom. Se sempre temos que ter os mesmos amigos em comum, então como é que podemos nos divertir um pouco?—

Evey assentiu, tomando uma colher de sopa e sorrindo de comiseração. Ela concordou em princípio, certamente. A variedade é o tempero da vida, não era sabedoria comum? Mas depois de algumas noites longe da Galeria, sem o luxo de simplesmente "caminhar para casa, para seu companheiro", como era tão fácil para a maioria de seus amigos, Evey estava particularmente ansiosa por uma noite passada com V, e com V sozinho.

—Espero que não tenhamos atrapalhado sua agenda— continuou Bridget, tentando lembrar que sua amiga não era mais a mesma trabalhadora de antes. O diretor de um departamento governamental inteiro estava muito longe de ser um ajudante de escritório —Eu sei que Cecily não veio encontrar seu editor esta manhã, mas acho que seria mais difícil para você adiar o presidente da Turquia—

—Vice-presidente— corrigiu Evey, tomando um gole significativo de café. A cafeína lhe faria bem. —Não se preocupe, cheguei a tempo. E era uma reunião matinal— ela ergueu sua xícara —então, muito chá e café—