O mais sortudo

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AVISO: Esse Capitulo contém conteúdo adulto (menção a sexo) caso não gostem esse tipo leitura, por favor não leia.

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Foi, para todos os efeitos, apenas mais uma noite normal na Galeria das Sombras subterrânea.

As luzes da área de estar principal foram diminuídas, em homenagem à escuridão natural que cobria a cidade. A televisão, o aparelho de som e a jukebox foram todos desligados e a queda do piano diminuiu. Tudo estava quieto, exceto pelo zumbido ocasional do computador. Um cracker de senha estava procurando uma porta dos fundos para o English Land and Sea Trust. Sem intenção maliciosa, é claro. A menos que os instintos de V estivessem certos e ele encontrasse algo malicioso primeiro.

A única coisa fora do lugar, na verdade, era Evey andando na ponta dos pés pelo corredor principal.

Ela deveria estar acima, comendo, bebendo e se divertindo em uma arrecadação de fundos para o novo "Centro Intercultural de Exposições e Performances" de Londres ou Epic, para abreviar. E a festa foi épica uma noite luxuosa de ópera italiana; Dança flamenca da Espanha; dança do ventre da Turquia; uma trupe de percussão da Nigéria; e acrobacias do Vietnã. Apenas uma amostra do talento já programado para se apresentar no Epic nos próximos meses.

Era o tipo de festa que Evey adoraria ter ido com seu companheiro. Caramba, ela até se ofereceu para deixá-lo ir como seu "avô" novamente, só para que ele pudesse ver o entretenimento especial da noite. Ele recusou, em primeiro lugar, insistindo que seu ego não precisava repetir o incidente anterior; e em segundo lugar, assegurar-lhe que eles de fato assistiriam a muitas apresentações juntos, lá no Epic. Ele havia há muito tempo rastreado as plantas do edifício na interligação. Um comentário que ela achou melhor deixar de lado por enquanto.

Ela ainda sentia falta dele, os artistas internacionais inevitavelmente a lembravam de seu conhecimento das culturas do mundo. O curso intensivo que ele deu a ela, há muito tempo, aquelas primeiras semanas passadas na Shadow Gallery original.

E então, quando Medea Brockway apareceu... bem, Evey simplesmente não conseguiu voltar para seu homem mascarado rápido o suficiente, não é?

Vestida com o vestido formal vermelho e preto favorito de V, seus pés protegidos apenas por meias para não revelar sua presença a ouvidos superqualificados, ela andou na ponta dos pés pelo corredor principal do túnel, pouco depois da 1h da manhã. V já estaria dormindo em sua espreguiçadeira, preparando-se para sua chegada matinal. Uma estadia de fim de semana tranquila foi planejada. Pronto, essa poderia ser a desculpa dela quando ele a repreendeu por viajar tão tarde. Ela não estava atrasada. Muito, muito antes do planejado.

Pode funcionar. E ela ainda estava tentando decidir se ele compraria, quando passou pelo quarto deles, e percebeu que precisaria da desculpa ainda mais cedo do que pensava.

V estava na cama.

Na cama deles.

Não em sua espreguiçadeira.

Quando isso aconteceu, ela se perguntou? Quando ele desistiu do exílio apertado da espreguiçadeira pela cama que era dele por direito? Por direito deles? Ela piscou, certificando-se de que a imagem era real. Que isso não era uma miragem. E lá ficou ele, negro como a noite contra os lençóis brancos.

Quando? Ela não se importou. Isso tinha acontecido! Espremendo-se pela porta entreaberta, não querendo arriscar nem mesmo o mais leve rangido das dobradiças, Evey se aproximou de seu companheiro.

Ele estava vestido como sempre... calça, meias, camisa, luvas, máscara, peruca. O traje completo, só por precaução. Sim, ela entendeu; e ficou tão humilhado como sempre com a logística subjacente. Ele pode ter se mudado para o conforto da cama, mas não viu ímpeto suficiente para se revelar. O resto do mundo ainda deveria ser protegido, com a mesma vigilância e cautela de sempre. A menos que ela estivesse lá, como razão, testemunha e proteção.

VIOLA - V de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora