Um ano e meio se passou desde que o Parlamento caiu no dia cinco de novembro, e Evey Hammond viu V pela última vez.
Agora, um ataque rebelde ao Departamento de Preservação Cultural de Evey trara à tona aquele que antes era considerado perdido.
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Cap...
AVISO: Esse Capitulo contém conteúdo adulto (menção a sexo)
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—Evey?—
V observou enquanto ela atravessava a sala, uma figura escura entrando e saindo das sombras. Ela tinha aquele ar de lazer e alívio que surge ao voltar para casa depois de uma noite longa e animada.
Ele estava pendurando sua capa. O chapéu dele. Tudo sob a suposição de que agora iriam se retirar para dormir. O relógio estava marcando a Quinta, e ainda restavam outras coisas para... 'comemorar'.
Ela não estava, entretanto, indo em direção ao corredor principal. Ela não iria ao banheiro, nem iria para o quarto, nem mesmo passaria pela cozinha para tomar um rápido gole de água, antes de encontrar seu companheiro entre os lençóis. Não... ela sentou-se em frente ao computador dele e deu vida à tela.
Ah, bem, isso fazia sentido. Talvez? Ela queria verificar seu e-mail?
—Algum desastre organizacional de última hora iminente para os eventos de amanhã?— ele perguntou brincando. Ele caminhou pela sala de estar, parando para dobrar novamente um jornal e colocar as coisas em perfeita ordem. Ela estaria de volta em seus braços em breve.
—Eu não sei— ela respondeu, então fez uma pausa quando acrescentou: —Eu realmente não me importo. Acho que quase consegui—
V olhou para encontrá-la focado intensamente na tela. 'Entendi'?... Entendeu o quê?
—Sim— ela declarou. —Eu encontrei— E finalmente os olhos dela encontraram os dele, uma suavidade e luz que ele podia sentir através da escuridão —Eu gostaria de ter mais uma dança esta noite— ela pediu. —Agora que estamos sozinhos—
A cabeça de V inclinou-se com curiosidade, enquanto as notas ressonantes de um piano emergiram uma a uma do computador. Evey estava se aproximando dele, passos lentos e conscientes, a expressão mais sincera em seu rosto. E assim que a música parou, ela deslizou delicadamente em seus braços.
Silêncio abafado, o piano cedendo. Então ergueu-se a voz sensual da grande Dana Owens. ... 'A primeira vez... que vi seu rosto.'
Por trás da máscara, o sorriso de V não pôde ser contido. Que ideia maravilhosa, e ele reuniu sua companheira em seus braços. Sim, uma dança. Uma última dança. Protegido em privacidade e encorajado por uma antiga canção de amor clássica. Sua cabeça abaixou, a bochecha da máscara roçando a dela.
Evey soltou um suspiro profundo, que parecia ter segurado a noite toda. Isso era o que ela queria, os braços deslizando ao redor do pescoço dele e o corpo aninhado no dele, sem se preocupar com outra alma viva. —Pensei em pedir essa música para a banda— ela falou suavemente. —Mas eu não fiz isso... porque tudo que eu conseguia pensar era em fazer isso—
Como poderia ter sido uma surpresa, quando seus dedos subiram até os laços da máscara? V assistiu silenciosamente... humildemente, enquanto aquele escudo pessoal era removido. Ela estava ficando muito experiente nisso. Mesmo no escuro, os olhos dela permaneciam nos dele com adoração.
