Foi uma das noites mais escuras que Londres já viu em algumas semanas, as estrelas quase totalmente apagadas por uma espessa cobertura de nuvens e a lua nova tendo entrado em seu esconderijo mensal.
Bom.
Perfeito.
Era quase impossível detectar a figura escura balançando no alto, voando em amplos arcos acima da população alheia. Ele tinha uma tarefa a cumprir, sua capa preta esvoaçando enquanto balançava em uma variedade de cordas e ganchos.
Carros passavam lá embaixo, seus ocupantes nem pensando em olhar para cima. Pelo menos, não os adultos, apenas um garotinho, que rapidamente chamou a atenção de V. O rosto daquela criança inocente, espiando por uma janela traseira, o maior sorriso destacando suas pequenas feições.
V não resistiu e levantou a mão educadamente para a criança, um pouco de detecção não importava, ele tinha tanto o segredo de sua identidade quanto a ajuda silenciosa dos melhores da Inglaterra naquela noite. Valeu a pena a troca.
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De todas as coisas que Evey nunca esperava ouvir na Galeria da Sombras, o som de outra voz provavelmente estava no topo da lista.
Não a voz dele.
Nem dela.
Nem mesmo uma voz falando da televisão ou cantando na jukebox.
Mas uma voz real, com a nitidez da solidez e o mais fraco eco sobreposto que apenas os túneis poderiam fornecer.
Ela parou ao ouvi-lo, então se colou na parede lateral.
Problema? Algo aconteceu enquanto ela estava fora?
Ela teve um pesadelo ocasional enquanto estava na Suíça, temendo que fosse então durante sua ausência, que ele decidiu sozinho erradicar e destruir um dos bunkers insurgentes, sendo morto no processo. Ele faria isso com total confiança, pensando que assim ela não precisaria se preocupar com o desenrolar dos acontecimentos. O que só a deixou ainda mais preocupada, daí seu retorno para casa um dia antes.
Ou foi algum tipo de invasão? Os funcionários errados ou os rebeldes errados, encontraram a casa subterrânea de V? Oh Deus, eles já estavam se aproximando dos estágios finais da investigação? Eles levaram V embora? Ou pior? É por isso que o estranho falou tão casualmente, sem absolutamente nenhum indício de medo?
Cuidadosamente, ela avançou, apavorada não com armas ou facas, mas com palavras que poderiam fazê-la cair de joelhos. Tremendo, tanto que precisou de um minuto a mais para discernir bem a conversa.
Gordon?
Foi com total choque que ela reconheceu a voz de seu bom amigo e ex-superior, Gordon Deitrich. Graças a Deus, ela praticamente desabou de alívio, os últimos dez metros de sua chegada foram percorridos com muito mais facilidade.
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VIOLA - V de Vingança
RomanceUm ano e meio se passou desde que o Parlamento caiu no dia cinco de novembro, e Evey Hammond viu V pela última vez. Agora, um ataque rebelde ao Departamento de Preservação Cultural de Evey trara à tona aquele que antes era considerado perdido. . Cap...