Seu toque

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AVISO: Esse Capitulo contém conteúdo adulto (menção a sexo) caso não gostem esse tipo leitura, por favor não leia.

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—Sabe, nas circunstâncias certas, eu realmente adoraria isso— comentou Evey, enquanto mergulhava o longo palito de fósforo em outro pavio de vela. —Sempre adorei o brilho da luz das velas— Sua cabeça inclinou-se em sarcasmo —Mas, no momento, estou apenas me perguntando quanto calor cada um irá emitir—

Era a sexta vela que ela acendia e ainda faltavam mais seis. Uma dúzia... isso deve ser suficiente. Com tantas aberturas de ventilação da Galeria fechadas, seu companheiro queria ter cuidado.

O objetivo no momento era evitar o mau tempo. Viver no subsolo ajudou, quando o ar de Londres caiu tão abaixo de zero. O solo básico era um bom isolante térmico. Mas aquele ar lá em cima... estava frio. E com o sistema de aquecimento desligado, com um apagão significativamente longo cobrindo Londres tanto quanto o mau tempo, o objetivo agora era manter o calor dentro e as correntes de ar afastadas.

Uma tempestade de gelo atingiu aquela manhã, levando a cidade a uma paralisação incomum. E por trás disso, algumas das temperaturas mais frias que a Inglaterra já viu em anos.

V há muito considerava instalar um aquecedor a combustível, mas o escapamento era o problema que o confundia. Com a logística da localização da Galeria e o potencial para testemunhas acima do solo, a ventilação adequada seria bastante difícil. E o envenenamento por monóxido de carbono era um risco que ele não correria.

Então, naquela noite, enquanto a cidade acima estava na escuridão, ele e Evey dormiriam à luz de velas. De certa forma, foi exatamente o que ele disse a ela ao colocar um castiçal especial perto da porta. —Para idas noturnas ao banheiro— ele acrescentou.

Ela não achou graça.

—Você estará quente o suficiente, amor— ele assegurou, espalhando um segundo cobertor na cama —Você tem minha palavra— Ele olhou para sua companheira, notando seu pijama de flanela. Eles eram realmente uma visão rara, mas provavelmente sábios dadas as circunstâncias.

Algodão, lã e linho, todos a protegeriam esta noite. Quase todas as fibras naturais conhecidas pelo homem, trabalhando para combater o frio que vinha de cima. E seda, o tecido de seda de suas próprias roupas grossas para a noite. Isso estaria cercando ela também.

Parecia estranho estar tão bem vestida para dormir, especialmente ultimamente. Que injusto ter ganhado o seu toque apenas algumas semanas atrás, só para perdê-lo agora por capricho da Mãe Natureza.

Mas mesmo estes jogos dos deuses passariam.

—Sua palavra, hein?— ela brincou, entre acender as velas oito e nove. —Então você mesmo cuidará disso?—

Agora, como ela sabia que o sorriso da máscara refletiria inteiramente o sorriso por baixo?

—Você sabe que sempre oferecerei o meu melhor—, respondeu ele, com pura galanteria envolvida em uma implicação muito mais pessoal. Mesmo tão agasalhados como ambos estavam... ah, sim, ele certamente garantiria seu calor.

Evey assentiu com conhecimento de causa e depois acendeu a vela número onze.

Atrás dela, a cama recém-arrumada foi aberta enquanto ela sacudia o fósforo. E quando ela finalmente se virou, seu companheiro estava apenas alguns passos atrás dela, pegando sua mão.

Parecia estranhamente apropriado levá-la para a cama esta noite, apesar das circunstâncias. De alguma forma, a situação lhe pareceu especialmente "ele e ela contra o mundo em geral". Mesmo contra o frio do ar. Então ele primeiro a persuadiu a se esconder debaixo das cobertas e depois se arrastou logo atrás.

VIOLA - V de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora