Anjo caído

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—Com aspecto grave ele se ergueu, e em sua ascensão parecia um pilar do estado, conselho principesco em seu rosto ainda brilhava, majestoso... embora em ruínas—

V fez o anúncio dramaticamente, orgulhosamente enquanto olhava para o espelho de sua penteadeira. Um novo rosto olhou para trás esta noite, um rosto astuto e conspirador. Onde as bochechas rosadas geralmente destacavam a pele branca e nítida, esse rosto era de um vermelho profundo brilhante e quase sólido. O bigode pintado ainda estava lá, mas agora virado para baixo nas pontas, sugerindo uma pitada de perigo por baixo. No entanto, permaneceu um sorriso. Um sorriso muito menos charmoso que o de Fawkes, mas ainda assim um sorriso. Porque mesmo em sua malevolência, o diabo sempre sorria.

—O que isso deveria significar?— Evey riu quando ela apareceu atrás dele. Ela se inclinou, usando o espelho para ajustar os fios de brilhantes estrelas brancas que pendiam de seus brincos. Um anjo branco fofo não era nada se ela não tivesse suas estrelas.

—Do Paraíso Perdido de Milton— ele esclareceu. —Uma expressão da dignidade do Diabo, mantida mesmo nas profundezas do inferno—

—Então você tem certeza que está bem com isso?— Evey perguntou timidamente. Algo não parecia muito certo sobre ter esse homem vestido como o diabo. Muitas pessoas o chamaram de terrorista maluco no passado, incluindo ela, que detestava admitir a si mesma. Ela queria que ele não visse nenhuma mensagem oculta nisso. Mas com toda a praticidade, de todas as fantasias que ela havia visto durante suas compras, esta fornecia a melhor máscara, a mais parecida com a que seu rosto estava acostumado.

E, de fato, ele já havia customizado ainda mais, tendo instalado uma tela atrás da boca e dos orifícios dos olhos. Autoproteção no seu melhor.

—É bastante confortável— assegurou, levantando os braços para testar as vestes vermelhas e pretas. Até o manto externo era ideal, esconderia muito bem seu cinturão de facas. —E os filósofos opinaram durante séculos que existe um demônio dentro de cada um de nós. Eu não tenho medo de mim mesmo—

Evey sorriu aliviada, colocando as mãos nos ombros dele e inclinando-se ainda mais para apoiar o queixo na cabeça dele. Um pescoço comprido e uma calota craniana cobriam seu couro cabeludo, e ela teve que se posicionar entre os dois chifres que se projetavam de cada lado de sua mandíbula. E de um ponto de vista tão agradável, uma calmaria pacífica no ritual de vestir desta noite de Halloween, o par simplesmente observou um ao outro.

Uma mão vestida de couro preto ergueu-se para pousar sobre a delicada renda branca que compunha suas próprias luvas pequenas, e seu vestido branco angelical se destaca em contraste com o preto e vermelho mais primitivo de seu próprio traje. Tão diferentes e ao mesmo tempo tão próximos.

— A linha entre o diabo e o anjo é tênue, amor— ele meditou. — O diabo nada mais era do que um anjo expulso do céu e caído na Terra, quaisquer que sejam as outras calúnias que os homens lançaram sobre ele ao longo dos tempos, ele era na verdade, nada mais que um anjo caído—

VIOLA - V de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora