Atacante.
📆 Dias depois.
Maior tempo olhando pro nada eu fiquei, pensamento e o coração tá naquele quarto de hospital, dei uma última puxada no cigarro, soltei a fumaça e joguei fora. Tem sido dias de cão, deitar na cama e ver que Alana não tá. Sentimento é coisa de maluco, eu só queria sexo com ela e ela o mesmo comigo, aliás nem sexo comigo ela queria, mas o bagulho desandou, foi pra um lado que nós não teve proporção e quando nós começou a viver, acontece essas coisa.
Mas tô decidido a continuar com ela, do lado dela com tudo o que ela precisar, não vai ser fácil, aquele gênio dela é foda também, mas é aquela né? Eu como a carne, mas quero o osso também, não tem fofoca, nem caô, Alana continua sendo minha mulher independente de qualquer coisa.
Lilian: Sabe que eu não gosto de ver tu fumando aqui, Kaíque pode ver e não é saudável pra ele. - tirou minha atenção.
Atacante: Kaíque sabe o pai que tem, infelizmente é esse aqui. - taquei o cigarro no cinzeiro.
Lilian: Até quando, Wellington? - falou firme, entendi nada.
Atacante: Até quando o quê? - a encarei.
Lilian: Até quando tu vai ficar nessa rotina de maluco que tu vive, tu não para em casa mais, quando não tá em boca de fumo, tá atrás daquela mulher no hospital, tu tem um filho, sabia? Olha teu estado, abatido, parece um zumbi, credo.
Atacante: Não esqueci que tenho um filho, mas aquela mulher a quem a senhora tá falando é a minha mulher e mãe do meu filho. Claro que eu não esqueci do moleque, faço o que eu posso e o que eu não posso por ele, geral sabe disso. - falei serinho, não tava gostando do rumo que aquela conversa ia tomar.
Lilian: Filho, eu sei que você se encantou por essa mulher, de fato, ela é muito bonita, tem um olhar atraente. - falou segurando o porta retrato com uma foto dela - Mas infelizmente essa moça não tem mais condições de tomar conta de você, muito menos do Kaíque. Como é que ela vai dar conta de tudo presa a uma cadeira de rodas?
Atacante: Tá e o que é que a senhora sugere? - levantei a sobrancelha, tinha que dar corda pra saber onde que ela queria chegar.
Lilian: Tem tanta moça por aí, até mais linda do que ela e que pode fazer você um homem feliz, mais realizado e que futuramente possa dar uma família pra você e cuidar do mocinho que tu já tem. - sentou ao meu lado - Por agora eu sei que tá delicado a situação, mas conforme o tempo vai passando, você esquece e ela também vai esquecer. O Kaíque pode ir morar comigo em Niterói, eu e suas irmãs vamos tomar conta dele muito bem e a gente pode trazer ele pra visitar você, até que você tenha alguém a altura pra cuidar de vocês. - fez carinho no meu cabelo.
Atacante: Mãe, tem três coisas que eu quero que a senhora saiba e procure da melhor forma possível me entender. A primeira é que eu amo a Alana, sou doidão por ela e o Kaíque deve ser o dobro, porque pra ele adoecer, é porque o vínculo deles é forte. Segunda coisa, ela tá viva, a perna pode ter parado, mas ela continua viva e vai fazer tratamento. Se voltar, beleza e se não voltar ela vai continuar sendo minha mulher, eu vou cuidar dela da mesma forma! Terceira e última coisa, Kaíque só sai do Jorge Turco se for pra morar na pista, não vai pra Niterói nem com você e muito menos com a família da Letícia. Entendeu, mãe? - falei calmo, mas firme pra ela entender.
Lilian: Eu nunca vou te entender, Wellington! Você não pode prender essa moça por puro capricho seu.
Atacante: Ah, então eu posso agir como um canalha e largar ela depois de tudo?
Lilian: Canalha não, olha onde você mora, o lugar e a casa principalmente! Ela vai ser refém de alguém sempre, o quarto que você dormia com ela que a cadeira de rodas não passa na porta, a suíte então, esquece. Deixa essa menina voltar pra família dela, eles vão saber o que fazer, você não tem obrigação de carregar problema alheio!
Atacante: Eu não tô ouvindo isso não, chega! Alana não é um problema e quanto a casa, eu dou um jeito e isso é assunto meu. - abri olhão - Para de falar essas coisas ou você vai perder seu filho, entendeu?
Lilian: Eu só tô abrindo seus olhos, meu filho. - começou a choramingar - Não quero perder você nunca.
Atacante: Então passa a respeitar a Alana. - levantei do sofá.
Lilian: Pra onde você vai? - segurou meu braço, puxei logo.
Atacante: Buscar Kaíque na escola, pra onde mais eu iria?
Lilian: Ainda tá muito cedo pra ele sair.
Atacante: Isso quem decide sou eu.
Fui no meu quarto, tomei banho, me trajei e depois fui no quarto do Kaká, peguei uma roupa limpa pra ele, a chave do carro da braba e meti o pé pra buscar ele. Resolvi fazer uma surpresa pra dona encrenca e aproveitar que ela tinha sido transferida pro quarto ontem, então nada mais poderia deixar ela mais feliz que a presença do Kaíque, né não?
Faltava meia hora pra ele sair ainda, mas como eu não tava pra esperar, entrei pela secretaria e pedi pra buscarem ele. Kaíque veio correndo mais que o flash, tinha que ver o sorriso que esse moleque deu quando me viu agachado de braço aberto pra ele.
Kaíque: Pai, tu veio. - falou surpreso, sorrindo a toa, me abraçou fortão.
Atacante: Surpresa pra tu, tu gostou? - olhei pra ele, concordou com a cabeça - Então, vamo embora que nós vamo fazer surpresa pra sua mãe.
— Seria importante que você não fizesse esse tipo de coisa com frequência, pois aqui temos regras e o Kaíque não pode crescer achando que pode ter mais regalias do que os outros alunos. - a diretora falou, filha da puta.
Kaíque: Vamo pai, eu quero ver a minha mãe. - puxou minha mão.
Atacante: A gente vai, Kaká, tem paciência. - pedi sorrindo, ele concordou.
— Veja bem, está aí um exemplo de que criança precisa receber não dos pais. - a filha da puta falou, minha vontade era deitar ela na porrada.
Atacante: Meu filho é uma criança, tem muito pra aprender e a mãe dele tá internada no hospital durante semanas e agora tem horário de visita! Um dia não vai fazer do meu filho o pior aluno do mundo ou vai? - peguei a mochila que tava na mão da professora.
— Claro que não, Kaíque é um bom aluno e muito inteligente! Desejo que a mãe dele se recupere logo. - a professora falou.
Atacante: Valeu.
Peguei Kaíque no colo e fui embora com ele pro hospital, no meio do caminho comprei um buquê de flores, chegando lá falei com a enfermeira e logo ela autorizou a entrada, mas antes tinha que esterilizar o moleque. Eu pensei em falar um montão, que porra é essa, pô?! Mas fiquei quieto, ela deve saber o que tá fazendo. Resumindo, dei um banho no moleque usando o sabonete líquido dela que a enfermeira foi buscar e ela nem desconfiou de nada, bobinha, pô!

VOCÊ ESTÁ LENDO
DO JEITO QUE A VIDA QUER 4
FanfictionFabiana e Murilo morreram e seus familiares se afastaram após uma briga. Será que um dia a família Falconi volta a ser como antes?