- Anima Dulce. - Pedro falou me sacudindo pelos ombros. - Já passou.
- Já passou o caramba. Não foi com você, e pra ajudar ainda perdi meu celular. Se ele ao menos tivesse bateria... - Bufei. O fim de semana fora péssimo, e não era pra ser assim. Era pra ter sido bom, mas não foi. E pra ajudar, além de ter levado uma bronca do professor Rodrigo, ele ainda não saiu do nosso pé.
- Cara, ele não para de olhar pra cá. - Ivalú disse disfarçadamente enquanto fingia tomar um gole de café. - E a culpa é sua de seduzir ele.
- Ah, vai te catar, eu nunca seduzi ele, e essa fixação por mim já está me irritando. Ele não é meu pai nem meu namorado pra ficar assim.
- Fala isso pra ele. - Pedro falou rindo. - Se bobear daqui a pouco ele te pede em casamento.
- Até parece. - Revirei os olhos. - Vamos indo pra aula? Estou cansada de ficar sob os olhos dele, ele está me dando medo. - Me levantei e peguei uma maçã, depois minha mochila que estava na cadeira ao lado. Meus amigos e eu seguimos para a sala. Olhei algumas vezes para trás para ter a certeza de que Rodrigo não estivesse bem atrás. - Espero que ele pare com isso, senão terei que ter uma conversa séria com ele. - Bufei. - Isso é chato demais.
- Eu pago pra ver você chegar nele e falar pra ele largar do seu pé. Você é certinha demais Saviñon.- Pedro falou.
- Isso não quer dizer que eu não possa ter uma conversa séria com ele Pedro. Aliás, a certinha aqui dormiu bem na casa de um desconhecido de sexta para sábado, não é? Já pensaram que eu poderia muito bem engravidar ou pegar uma DST?
- Você já perguntou isso, deixe-me ver... - Ivalú fingiu contar nos dedos. - Pelo menos umas dez vezes.
- E nenhuma delas vocês se importaram, mas tudo bem, não foi com vocês. - Bufei. Arrumei minha mochila e saí pisando firme.
- Dulce, espera, também não é assim. - Ouvi Ivalú gritar atrás de mim, mas não dei ideia.
Segui meu caminho sozinha até a sala, entrei e me sentei próxima à porta enquanto terminava de comer minha maça. Pedro e Ivalú se sentaram próximos a mim e ficaram conversando, embora eu estivesse emburrada o suficiente para não conversar com eles.
Aos poucos os alunos foram chegando e se sentando cada um em um lugar, e conversando. Havia um garoto muito lindo na classe. Ouvi ele se apresentar na sexta. O nome dele é Eddy Vilard, e é mexicano. Diria que é o meu número. Ele estava sentado do outro lado da sala, conversando distraídamente com uns dois garotos.- Ele é muito lindo. - Falei baixinho.
- Quem? - Ivalú parou a conversa para me perguntar.
- Nã... Ninguém. Só pensei alto. - Respondi.
- Ah, aquele. - Ela riu. - Realmente, ele é um pitelzinho. - Desviei meu olhar para ela e ela olhava para a mesma pessoa. - Que foi? Você está olhando tanto pra ele que dá a impressão de que vai levantar daí e ir até lá pedi-lo em casamento.
- Sem essa vai, eu nem conheço ele.
- Não é problema, eu posso te apresentar. - Pronunciou Pedro. - Eddy. - Ele gritou e o garoto olhou. - Vem aqui, por favor. - Ele o chamou e o garoto assentiu. O vi dizer algo aos garotos com quem ele conversava.
- Fala Pedro.
- Vo... vocês se conhecem? - Perguntei trêmula. Eu queria voar no pescoço dele, mas ao mesmo tempo no de Eddy. Meu Deus, como ele cheirava bem.
- A gente se conheceu no sábado. - Respondeu Pedro.
- E aí tudo bem?
- Sim cara, e com você? Aproveitou o passeio?
- Foi ótimo. Por que vocês não foram?
- Nossa amiguinha aqui não estava se sentindo muito bem. E ah, por falar nela, queria te apresentar.
- Dulce não é?
- É. - Arregalei os olhos.
- Prazer, Eddy. - Ele me estendeu a mão e eu o cumprimentei.
- O prazer é todo meu.
- E bota prazer nisso. - Ivalú sussurrou.
- Vai se ferrar. - Alterei a voz e Eddy franziu o cenho. - Perdão, não era você. É essa louca sussurrando aqui no meu ouvido. - Fitei Ivalú e ela riu. Vi de esguio duas pessoas passarem por mim. Um era o professor Arturo, o mesmo que esteve com a gente na sexta feira. O outro, ah meu Deus!!!
- Dulce está tudo bem? - Eddy Perguntou, mas eu não respondi. Mantive-me parada feito uma estátua.
- Ei. - Ele soltou minha mão e passou a mão em frente a meu rosto.
- Olá pessoal. - Arturo nos cumprimentou.
- Eu preciso me sentar, depois a gente se fala. - Eddy falou e saiu em direção à sua cadeira.
- Bom dia a todos. - Continuou Arturo. E eu não conseguia me mover, mal podia respirar. - Como estão hoje?
- Bem. - Respondeu a classe em uníssono como se estivessem no jardim de infância.
- Hum, muito bom. Espero que tenham aproveitado o fim de semana. - Continuou ele. E como aproveitei. - Bom, na sexta feira, eu disse a vocês que eu era apenas um professor substituto, então hoje eu vim apresentar o novo professor de vocês. - Senti meus olhos se arregalarem mais do que deviam. - Christopher Von Uckermann. Ele não é tão bonito como eu e nem tão legal, mas acho que gostarão dele. - Vi o outro professor acenar sem graça. Como assim o aproveitador de garotas embriagadas iria ser meu professor?
- Gostei desse. Ele também é um pitel. - Ivalú tocou meu ombro enquanto sussurrava. - Dulce? O que foi? Por que está tremendo tanto?
- E... eu... eu. - Meus pulmões queimavam. O ar me faltava.
- Dulce? O que você tem? - Pedro perguntou. Estava um pouco mais longe portanto sua voz saiu mais alta. - Iva, o que ela tem?
- Está tudo bem senhorita Saviñon? - Arturo me perguntou, e então os olhos do aproveitador me encontraram. Me levantei num impulso, mas não consegui andar. Senti os olhares da classe pesarem sobre mim.
- Dulce, fala alguma coisa. - Ivalú se levantou.
- Eu... não.. não.. consi... resp..respi. - Tentava respirar, mas sem êxito. O ar parecia muito pesado. Vi Arturo e o aproveitador virem em minha direção.
- Se afasta de mim. - Gritei repentinamente o encarando. Ele também parecia assustado.
- O que está acontecendo? - Arturo me olhava apavorado. - Fala com a gente.
- Eu... eu.. eu... - E então o sol simplesmente desapareceu deixando tudo completamente escuro.
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[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)
Fanfiction"Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir...