Capítulo 29

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- Bom dia dorminhoca. - A voz de Christopher soou com música aos meus ouvidos. - Precisa levantar. - Ele beijou o canto da minha boca.

- Já?

- Sim. Já estamos um pouco atrasados, ou vamos pegar um baita trânsito na autoestrada.
- Você está cheiroso. - Esfreguei os olhos e o olhei. Ele já estava arrumado. - Você não dorme?

- Dormi um pouco,
fiquei com medo de perder as horas.

- Precisa dormir.

- Nada que uma boa dose de starbucks não ajuda ok? - Ele beijou meu pescoço depois puxou o edredom me deixando nua. - Vai lá tomar um banho e se vestir antes que eu te ataque. - Ele beijou minhas costas.

Tive que rir. Ficamos até tarde e ele ainda pensa em fazer isso? O sol comçou a apontar faz pouco tempo e eu ainda sinto meu corpo mole. Segui caminhando feito um zumbi para o banheiro e entrei em baixo da ducha morna.

Depois de pronta Christopher passou no starbucks, comprou um para cada um de nós e duas caixas cheias de rosquinhas Dunnuts. Sempre que como, entendo porque os policiais dos filmes americanos estão sempre com uma caixa dessa no carro. São maravilhosas. Pegamos Pedro e Ivalú perto da SE e depois seguimos caminho.

Quando passamos pela Golden Gate, vi que o relógio marcava 7:0 da manhã. O dia estava dourando com o nascer do sol, e já tinha bastante carro indo e vindo na autoestrada. Perdi metade da viagem, já que peguei no sono.

- Estou com sede. - Choraminguei abrindo os olhos, minha boca estava seca, bem seca. O sol batia diretamente em meu rosto. - Alguém tem água?

- Não. Devíamos ter trazido umas garrafinhas. - Christopher comentou. - Em uns três km tem um posto. Vou parar pra abastecer e aproveitamos pra comprar água.

Assenti e voltei a fechar meus olhos. - Dá pra desligar o ar? Por favor.

- Aí morreremos todos de calor menina. - Abri meus olhos e o olhei, depois olhei para trás e vi que tanto Ivalú como Pedro estavam até de boca aberta no banco de trás. - Está com frio?

- Não. Só não curto muito ar condicionado, me deixa enjoada. - Christopher desligou o ar e abriu a janela. Ficava bem melhor com o ar puro batendo em meu rosto.

- Como conseguiu chegar até os Estados Unidos? São tipo, umas treze horas de vôo, não é?

- Remédio e umas boas horas de sono. - Ele riu. - Não tem graça, não faço isso de propósito. Sem contar a parte que eu odeio aviões. A sensação de estar lá em cima, presa dentro de uma ave mecânica e que podemos cair a qualquer instante é horrível. E quando vai aterrissar, meu Deus, é horrível.

- Nossa, você é bem exagerada viu.

- Não sou não. - Belisquei a costela dele.

- Para. - Ele se encolheu, chegou a sair um pouco da pista. Fiquei pálida com esse movimento. Os carros na contra mão e os que estavam atrás da gente bozinaram.

- Legal, eu quase causei um engavetamento agora. - Meus olhos ainda estavam arregalados. - Nunca mais eu faço isso. - Comecei a estralar meus dedos e vi o quanto eu estava trêmula.

- Ai, relaxa.- Christopher riu. - Eu já pesquei no volante umas duas vezes hoje e você nem viu. - Ele entrou no posto e estacionou.

- Christopher. - O repreendi. Sabia que não era seguro ele dirigir depois de mal ter dormido.

- A vida é bela meu amor. - Ele selou meus lábios e saiu do carro. O vi ir em direção à loja de conveniência. Encostei minha cabeça para trás e comecei a controlar a respiração tentando acabar com o enjôo. Tive que sair do carro quando percebi que não poderia mais impedir. Afastei-me um pouco do carro e fui até perto de uns arbustos e coloquei tudo pra fora.

- O que você tem? - Christopher chegou minutos depois, trazendo consigo duas sacolas. - Está se sentindo bem?

- Estou. - Passei meu cabelo pra trás. - Acho que foi o ar.

- Eu hein. - Ele pegou uma garradinha na sacola, abriu e me entregou. - Toma, vai se sentir melhor. - Peguei a garrafa e enxaguei a boca cospindo a água em seguida, depois tomei quase toda a garrafa. - Vai com calma. - Ele tomou a garrafa da minha mão. - Comprei um salgadinho, talvêz você se sinta melhor comendo algo de sal.

- Talvez. - Voltamos ao carro e enquando Christopher reabastecia comecei a comer os salgadinhos. O restante da viagem pude apreciar a paisagem. O mar azul de um lado e montanhas do outro.

Demorou mais umas três horas até conseguirmos chegar na casa de praia. Era lindo o local. A casa branca de bela faixada em madeira e vidro, uma escada ao fundo ligando a varanda da casa até a praia. A irmã de Christopher, a sobrinha e o cunhado já estavam na casa quando chegamos. Christopher fez as apresentações e então nos instalamos. Para nossa sorte, a irmã dele havia preparado o almoço. Comemos e então Christopher e eu apagamos no quarto.

Somente quando acordei, no meio da tarde, pude ver a bela paisagem através da sacada do quardo que estávamos. Ao contrário do apartamento clim de Christopher, ali a decoração era um pouco mais rústica.

- Ei. - Christopher me abraçou por trás beijando meu ombro. - Não gosto quando você foge.

- Pensei que estivesse dormindo.

- Estava, mas senti você se levantar e acordei.

- É lindo aqui Chris.

- Você acha?

- Agora sei porque sua mãe gostava tanto daqui.

- Ela era apaixonada por esse lugar. Quer dar uma volta?

- Eu quero.

- Coloca um biquini, aproveita pra pegar o sol da tarde.

- Ok. - Mordi de leve o braço dele e me soltei.

- Espera. - Ele tornou a me segurar. - Você melhorou? - Harram. Estou renovada, pronta pra próxima. - Apertei o nariz dele. - Agora deixe-me ir trocar de roupa e colocar um biquini bem sexy.

- À noite nós vamos ao centro pra vocês conhecerem a cidade tá? - O vi se jogar na cama enquanto procurava o biquini na mala.

- Sabe o que tenho vontade?

- O quê?

- Ir naquelas limousines que as pessoas alugam para dar uma volta na cidade, mas deve ser muito caro.

- Se irmos todos e dividirmos não deve ficar caro. Nunca fui, mas já vi vários turistas fazerem isso. 

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora