— Eu não quero ir. — Resmunguei afundndo-me em baixo do edredom no sofá e tomando mais um gole de chá.
— Dulce, eu queria que você fosse.
— Chris, isso é algo seu e da sua irmã. Não me diz respeito, além do mais, eu não me sinto muito disposta tá? Prefiro ficar aqui confortável e quentinha.
— Isso te diz respeito sim. Diz respeito aos nossos filhos, a você e a nossa família. Nós somos oficialmente uma família quer queiram quer não e não é um papel que dirá isso ok?
Ele se levantou irritado e foi se arrumar. Eu não queria estar presente na leitura do testamento, isso não era para mim. O que Christopher iria possuir não era problema meu.
Assim que ele saiu eu fui preparar um pouco de espaguete para eu comer e depois fiquei assistindo a TV.
Adormeci e quando acordei o interfone tocava insistentemente. A cara de Arturo quando abri a porta não fora das melhores.
— É difícil?
— O quê?
— Precisei mesmo vir trazer os papeis para você assinar? — Olhei na mão dele uma pasta. — Estão pegando muito no meu pé pelo que houve.
— Jura? Não é você que passou pelo que eu passei Arturo. Não é você que teve fotos e vídeos de momentos íntimos divulgados lá dentro e ainda acha que eu voltaria a pisar naquele lugar?
— Desculpa, eu só estou estressado.
— Não, eu não desculpo.
— Você que sabe. Então, eu vou deixar você ler o que está escrito e aí você assina. Se tiver alguma dúvida, estou ali na sacada. — Ele me entregou a pasta e saiu.
Sentei na cadeira e comecei a ler aquela multidão de papel. No fim eu tremia tanto vue mal conseguia segurar a caneta. Doía tanto aquilo. Doía assinar o fim do meu sonho.
Olhei um ponto fixo no chão e nem percebi o momento em que a primeira lágrima traçara meu rosto. Quando dei por mim, as folhas estavam respingadas e eu segurava a caneta com tanta força que a mesma marcara minha mão.
— Dulce? Cheguei.
A voz de Christopher me despertou e eu olhei para ele.
— Ei, ei, o que houve? — Ele deixou uma sacola que tinha em mãos no sofá e veio até mim. — O que foi meu amor? Por que está chorando?
— Eu não consigo Chris, eu não consigo.
— Não consegue o quê?
— Assinar. Eu não posso.
— Assinar o quê Dulce? — Ele tomou as folhas em suas mãos e deu uma passada de olho. — De onde tirou isso?
— Eu que trouxe. — Arturo disse da porta da sacada e Christopher o olhou.
— Isso é sério? Eu disse para não incomodarem ela Arturo. — Seu rosto passou de branco a vermelho em questão de segundos.
— Eu precisava fazer ok? Acha que está sendo fácil para mim aguentar tudo lá na SE, Christopher? A pressão sobre mim também está grande, ou se esqueceu que eu sou seu amigo e sabia de tudo?
— Eu não me importo com essa droga de papel. Assinar ou não assinar não fará diferença alguma para vocês. Vocês já têm a droga do dinheiro que ela pagou, querem mais o quê?
— É só uma assinatura Christopher, faz parte.
— Não. Se ela não quer assinar, ela não vai. Não vê que faz mal a ela insistindo com isso?
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[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)
Fanfiction"Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir...