Capítulo 81

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— Eu não quero ir. — Resmunguei afundndo-me em baixo do edredom no sofá e tomando mais um gole de chá.

— Dulce, eu queria que você fosse.

— Chris, isso é algo seu e da sua irmã. Não me diz respeito, além do mais, eu não me sinto muito disposta tá? Prefiro ficar aqui confortável e quentinha.

— Isso te diz respeito sim. Diz respeito aos nossos filhos, a você e a nossa família. Nós somos oficialmente uma família quer queiram quer não e não é um papel que dirá isso ok?

Ele se levantou irritado e foi se arrumar. Eu não queria estar presente na leitura do testamento, isso não era para mim. O que Christopher iria possuir não era problema meu.

Assim que ele saiu eu fui preparar um pouco de espaguete para eu comer e depois fiquei assistindo a TV.

Adormeci e quando acordei o interfone tocava insistentemente. A cara de Arturo quando abri a porta não fora das melhores.

— É difícil?

— O quê?

— Precisei mesmo vir trazer os papeis para você assinar? — Olhei na mão dele uma pasta. — Estão pegando muito no meu pé pelo que houve.

— Jura? Não é você que passou pelo que eu passei Arturo. Não é você que teve fotos e vídeos de momentos íntimos divulgados lá dentro e ainda acha que eu voltaria a pisar naquele lugar?

— Desculpa, eu só estou estressado.

— Não, eu não desculpo.

— Você que sabe. Então, eu vou deixar você ler o que está escrito e aí você assina. Se tiver alguma dúvida, estou ali na sacada. — Ele me entregou a pasta e saiu.

Sentei na cadeira e comecei a ler aquela multidão de papel. No fim eu tremia tanto vue mal conseguia segurar a caneta. Doía tanto aquilo. Doía assinar o fim do meu sonho.

Olhei um ponto fixo no chão e nem percebi o momento em que a primeira lágrima traçara meu rosto. Quando dei por mim, as folhas estavam respingadas e eu segurava a caneta com tanta força que a mesma marcara minha mão.

— Dulce? Cheguei.

A voz de Christopher me despertou e eu olhei para ele.

— Ei, ei, o que houve? — Ele deixou uma sacola que tinha em mãos no sofá e veio até mim. — O que foi meu amor? Por que está chorando?

— Eu não consigo Chris, eu não consigo.

— Não consegue o quê?

— Assinar. Eu não posso.

— Assinar o quê Dulce? — Ele tomou as folhas em suas mãos e deu uma passada de olho. — De onde tirou isso?

— Eu que trouxe. — Arturo disse da porta da sacada e Christopher o olhou.

— Isso é sério? Eu disse para não incomodarem ela Arturo. — Seu rosto passou de branco a vermelho em questão de segundos.

— Eu precisava fazer ok? Acha que está sendo fácil para mim aguentar tudo lá na SE, Christopher? A pressão sobre mim também está grande, ou se esqueceu que eu sou seu amigo e sabia de tudo?

— Eu não me importo com essa droga de papel. Assinar ou não assinar não fará diferença alguma para vocês. Vocês já têm a droga do dinheiro que ela pagou, querem mais o quê?

— É só uma assinatura Christopher, faz parte.

— Não. Se ela não quer assinar, ela não vai. Não vê que faz mal a ela insistindo com isso?

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora