Capítulo 59

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Estava sentada na sala de espera. Ao meu lado estão o professor Arturo e Ivalú. Abracei minhas pernas e apoiei meu queixo em meus joelhos.

Já havia passado mais de uma hora e nenhuma notícia de Christopher. Emily entrou acompanhada do marido desesperada.

— Onde está o meu irmão?

— Emily, fica calma.

— Não, eu quero saber como ele está.

Abaixei a cabeça e voltei a chorar soltando dolorosos soluços.

— Tudo bem Dulce, ele vai ficar bem. – Arturo acariciou minhas costas.

— É minha culpa, é minha culpa.

— Dulce, o que aconteceu? — Emily se aproximou e eu não consegui olhá-la. Como explicar à irmã dele que eu o empurrei para debaixo de um carro em movimento?

Flash Back

— Dulce, me escuta. Eu juro que eu não tive culpa.

— Eu já disse para me deixar em paz Christopher, eu não quero saber de você. — Esperei o semáforo fechar e atravessei a rua. Sair para caminhar no dia seguinte e tentar espairecer um pouco não foi uma boa ideia contando que Christopher estivesse na porta da SE e tivesse me seguido até o centro.

— O que você viu não foi o que aconteceu.

— Jura Christopher? Um garoto que eu não sabia nem da existência vir me dizer que você estava com a vadia da sua ex namorada e quando chego para ver do que se tratava ela te leva para a pista de dança e te beija bem na minha frente. Você não fez nada, literalmente nada para impedi-la. Me deixou sozinha naquela mesa e foi beber depois de eu dizer que não era para você beber.

— Dulce. — Christopher segurou meu braço e eu o empurrei para o lado. Vi em câmera lenta ele caminhas desequilibradamente para o asfalto e um carro bater com tudo nele.

Ele foi lançado por pelo menos uns quatro metros à frente.

— Christopher! — Gritei seu nome e tapei minha boca em seguida. Ele estava desacordado no chão e uma multidão começava a se formar ao seu redor.

— Alguém liga para a emergência! — Uma voz gritou.

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— Foi um acidente amiga, por favor, não se culpe.

— Eu preciso vê-lo, eu preciso. — Desci da cadeira e saí desesperada procurando por Christopher.

Abri porta por porta, mas não o encontrei em nenhuma. Subi pela escada até o próximo andar e recomecei minhas buscas. Quando abri a quinta porta eu o vi.

Ele estava com a cabeça enfaixada, um corte na boca e arranhões por todo o braço.

— Chris? — Chamei-o e caminhei em sua direção. — Diz para mim que você está bem, por favor. — Ouvi-o soltar um suspiro bem fraco e abrir os olhos.

— Dulce? — Sua voz saiu bem fraca.

— Eu estou aqui, eu estou aqui. — Acariciei seu rosto. — Me perdoa, por favor, me perdoa, eu não queria, eu juro.

— Você me deve uma camiseta nova. — Christopher sorriu esticando a mão para mim. Sem hesitar eu debrucei-me sobre ele e o abracei. — Au.

— Desculpa, desculpa.

— Tudo bem, não chora, eu estou bem.

— Eles não foram dar nenhuma notícia, pensei que tivesse acontecido o pior.

— O médico acabou de sair daqui, acho que se desencontraram.

— Pensei que iria te perder.

— Eu disse que não deixaria você não disse? — Assenti. — Me desculpa por ontem...

— Não fala nada. — Selei os lábios dele. — Eu já esqueci, eu juro.

— Ei, para de chorar. — Christopher passou as costas das mãos em meu rosto enxugando as lágrimas. — Não foi tão grave assim, não quebrei nada. Só terei que usar essa coleira aqui por um tempo.

— Não é coleira.

— É assim que você falou aquela vez, lembra? — Sorri sem graça.

— Você fica muito lindo assim, na verdade, fica de qualquer jeito. Quando está dormindo, quando está chateado, quando está pelado, na verdade quando está pelado é mais bonito ainda.

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[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora