- Bom dia pessoal. – Christopher desejou assim que entrou na sala. A classe respondeu e então ele prosseguiu. – Desculpem a demora, estava assinando umas coisas na secretaria. Então vamos lá, hoje nossa aula será em outro local. – A sala começou a falar toda ao mesmo tempo se perguntando o porquê, já que para aquele dia não tinha nada preparado. Christopher cruzou os braços e deixou que eles terminassem de falar. Ele não era de chamar nossa atenção, segundo ele porque tínhamos idade o suficiente para saber quando é e quando não é hora de conversarmos. Assim que a classe se acalmou ele prosseguiu. – Eu queria fazer uma surpresa para vocês, mas não imaginei que fosse ser tão impactante. - Brincou. – Enfim, vamos? Tem um micro ônibus esperando a gente lá fora. Levem os materiais, vão precisar.
Sem hesitar a classe em peso se levantou e começou a sair. Christopher ficou na porta cumprimentando cada um que passava e propositalmente fiquei por último, acompanhada de Ivalú, Pedro, Eddy e Zoraida.
- Onde vamos? – Perguntei mantendo o passo um pouco mais lento que dos outros e Christopher instantaneamente fez o mesmo.
- É uma surpresa.
- Você não me falou nada sobre isso.
- Porque era surpresa. – Ele insistiu e eu revirei os olhos.
- Chato.
- Como ousa falar assim comigo senhorita Saviñon? – Havia um sorriso quase imperceptível em seu rosto.
- Há outras maneiras que eu adoraria falar com o senhor, professor. – Arrumei a mochila no ombro. Christopher ficou em silêncio por um tempo e então prosseguiu.
- Preciso falar uma coisa pra você... sobre a Bianca.
- O que tem ela? – Tentei afastar todo e qualquer pensamento negativo de minha mente.
- Ela veio falar comigo.
- Sobre?
- Me chamou pra sair.
- E você?
- Sério que preciso responder pra você isso?
- Não. Mas adoraria ver a cara daquela vadia ao ouvir sua resposta.
- Dulce! - Christopher me repreendeu.
- Christopher! – Usei o mesmo tom de voz que ele. – Vai defende-la? Preciso dizer que outro dia ouvi ela e a outra cobra planejarem isso no banheiro?
-Você o quê?
- Isso mesmo que você ouviu, estava esperando que viesse me contar como foi a conversa com ela. Aliás, quando foi que ela falou com você?
- Ontem à noite. Ela estava numa lanchonete que eu fui com meus amigos.
- Ah...
- Mas nem dei muita ideia pra ela. Deixei ela entender que já tenho namorada e que a amo muito.
Christopher soube bem como de desarmar nesse momento, então não falei mais nada.
Entramos no ônibus e em poucos minutos paramos em frente a um prédio muito lindo.
- Bem pessoal. – Christopher se levantou na frente e começou a explicar. – Hoje passaremos a manhã no Museu da Arte Moderna de São Francisco. Quero que prestem atenção no que os instrutores dirão e aconselho que façam anotações, pois depois, pedirei que façam uma redação falando sobre a obra que mais gostaram, sobre o autor e afins. Mais tarde vamos sair para um restaurante, onde fiz reservas para nossa turma e em seguida voltaremos pra SE. Terão o restante da tarde livre.
Ficamos pelo menos três horas dentro do enorme museu, e fiquei encanada com cada obra. Era uma mais linda que a outra e ficava difícil escolher uma só para minha futura redação.
Já no restaurante, haviam várias mesas separadas para a nossa turma, todas encostada uma às outras como se fosse apenas uma. Me pergunto quanto Christopher gastou para reservar isso pra gente. O local era aconchegante e bem movimentado, e parecia ser novo também. Christopher se sentou ao meu lado propositalmente. Fiquei aliviada por perceber que ninguém percebia que nós estávamos conversando baixinho. Ivalú e Pedro estavam à nossa frente, ao meu lado estava Zoraida e do lado de Christopher estava um outro aluno.
- Você quer ir lá pra casa? – Hesitei um pouco. Já fazia um bom tempo que eu não ia pra casa de e sabia que Christopher já havia percebido que eu estava fazendo de propósito. – Não é a mesma coisa sem você lá.
- Chris... – Suspirei. - Eu não sei.
- Não vou fazer nada que você não queira tá bom? Jamais encostaria um dedo em você sem sua permissão.
- Eu sei. Que horas?
- Professor? – Uma garota o chamou na ponta da mesa. Olhei Ivalú que parecia a ponto de me crucificar e sequer prestei atenção na conversa dos dois. Voltei à terra quando vários alunos começaram a gargalhar e Christopher fez o mesmo ao meu lado. Pelo visto eu havia perdido algo bem engraçado.
Tinha que haver uma maneira de fazer isso voltar ao normal sem prejudicar nem a mim nem Christopher. Talvez eu devesse procurar alguma ginecologista e pedir um anticoncepcional. Mais tarde eu pensaria mais sobre isso e até conversaria com Christopher.
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[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)
Fanfiction"Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir...