Capítulo 39

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- Bom dia pessoal. – Christopher desejou assim que entrou na sala. A classe respondeu e então ele prosseguiu. – Desculpem a demora, estava assinando umas coisas na secretaria. Então vamos lá, hoje nossa aula será em outro local. – A sala começou a falar toda ao mesmo tempo se perguntando o porquê, já que para aquele dia não tinha nada preparado. Christopher cruzou os braços e deixou que eles terminassem de falar. Ele não era de chamar nossa atenção, segundo ele porque tínhamos idade o suficiente para saber quando é e quando não é hora de conversarmos. Assim que a classe se acalmou ele prosseguiu. – Eu queria fazer uma surpresa para vocês, mas não imaginei que fosse ser tão impactante. - Brincou. – Enfim, vamos? Tem um micro ônibus esperando a gente lá fora. Levem os materiais, vão precisar.

Sem hesitar a classe em peso se levantou e começou a sair. Christopher ficou na porta cumprimentando cada um que passava e propositalmente fiquei por último, acompanhada de Ivalú, Pedro, Eddy e Zoraida.

- Onde vamos? – Perguntei mantendo o passo um pouco mais lento que dos outros e Christopher instantaneamente fez o mesmo.

- É uma surpresa.

- Você não me falou nada sobre isso.

- Porque era surpresa. – Ele insistiu e eu revirei os olhos.

- Chato.

- Como ousa falar assim comigo senhorita Saviñon? – Havia um sorriso quase imperceptível em seu rosto.

- Há outras maneiras que eu adoraria falar com o senhor, professor. – Arrumei a mochila no ombro. Christopher ficou em silêncio por um tempo e então prosseguiu.

- Preciso falar uma coisa pra você... sobre a Bianca.

- O que tem ela? – Tentei afastar todo e qualquer pensamento negativo de minha mente.

- Ela veio falar comigo.

- Sobre?

- Me chamou pra sair.

- E você?

- Sério que preciso responder pra você isso?

- Não. Mas adoraria ver a cara daquela vadia ao ouvir sua resposta.

- Dulce! - Christopher me repreendeu.

- Christopher! – Usei o mesmo tom de voz que ele. – Vai defende-la? Preciso dizer que outro dia ouvi ela e a outra cobra planejarem isso no banheiro?

-Você o quê?

- Isso mesmo que você ouviu, estava esperando que viesse me contar como foi a conversa com ela. Aliás, quando foi que ela falou com você?

- Ontem à noite. Ela estava numa lanchonete que eu fui com meus amigos.

- Ah...

- Mas nem dei muita ideia pra ela. Deixei ela entender que já tenho namorada e que a amo muito.

Christopher soube bem como de desarmar nesse momento, então não falei mais nada.

Entramos no ônibus e em poucos minutos paramos em frente a um prédio muito lindo.

- Bem pessoal. – Christopher se levantou na frente e começou a explicar. – Hoje passaremos a manhã no Museu da Arte Moderna de São Francisco. Quero que prestem atenção no que os instrutores dirão e aconselho que façam anotações, pois depois, pedirei que façam uma redação falando sobre a obra que mais gostaram, sobre o autor e afins. Mais tarde vamos sair para um restaurante, onde fiz reservas para nossa turma e em seguida voltaremos pra SE. Terão o restante da tarde livre.

Ficamos pelo menos três horas dentro do enorme museu, e fiquei encanada com cada obra. Era uma mais linda que a outra e ficava difícil escolher uma só para minha futura redação.

Já no restaurante, haviam várias mesas separadas para a nossa turma, todas encostada uma às outras como se fosse apenas uma. Me pergunto quanto Christopher gastou para reservar isso pra gente. O local era aconchegante e bem movimentado, e parecia ser novo também. Christopher se sentou ao meu lado propositalmente. Fiquei aliviada por perceber que ninguém percebia que nós estávamos conversando baixinho. Ivalú e Pedro estavam à nossa frente, ao meu lado estava Zoraida e do lado de Christopher estava um outro aluno.

- Você quer ir lá pra casa? – Hesitei um pouco. Já fazia um bom tempo que eu não ia pra casa de e sabia que Christopher já havia percebido que eu estava fazendo de propósito. – Não é a mesma coisa sem você lá.

- Chris... – Suspirei. - Eu não sei.

- Não vou fazer nada que você não queira tá bom? Jamais encostaria um dedo em você sem sua permissão.

- Eu sei. Que horas?

- Professor? – Uma garota o chamou na ponta da mesa. Olhei Ivalú que parecia a ponto de me crucificar e sequer prestei atenção na conversa dos dois. Voltei à terra quando vários alunos começaram a gargalhar e Christopher fez o mesmo ao meu lado. Pelo visto eu havia perdido algo bem engraçado.

Tinha que haver uma maneira de fazer isso voltar ao normal sem prejudicar nem a mim nem Christopher. Talvez eu devesse procurar alguma ginecologista e pedir um anticoncepcional. Mais tarde eu pensaria mais sobre isso e até conversaria com Christopher.


[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora