Capítulo 31

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Estávamos apenas Christopher e eu na piscina. Já passava da meia noite. Ivalú e Pedro foram dormir assim que chegamos. E a irmã dele, o cunhado e a sobrinha também já dormiam. A água estava morna devido ao aquecimento artificial, mas com a brisa que vinha do mar estava perfeita.

- Vem cá. - Christopher me puxou para mais próximo dele com uma mão enquanto segurava uma taça de vinho branco em outra.

- Eu estou encantada com esse lugar Chris. - Me virei e ele me abraçou por trás. Tomei um gole da minha taça e a coloquei na borda da piscina.

- Podemos vir aqui mais vezes, só nós dois. O que acha?

- Eu acho maravilhoso. - Fechei meus olhos sentindo os lábios dele em meu pescoço. - Mas me contento em estar sozinha com você onde quer que seja.

- É? - Ele perguntou com uma voz manhosa. Senti um líquido gelado cair em meu pescoço e depois a língua dele sugar o líquido. Vi que ele colocara a taça agora vazia ao lado da minha. Fechei meus olhos e fiquei sentindo aquilo. Era incrível como cada toque dele me fazia sentir. Senti suas mãos acariciarem minha cintura dentro da água e uma delas deslizarem até dentro meu biquini. Soltei um gemido baixo ao sentir os dedos dele sobre minha intimidade.

- Chris. - Falei com a voz rouca. - Vão ver a gente.

- Não vão não. - Ele mordiscou minha orelha. - Relaxa. - Virei minha cabeça e procurei os lábios dele. Christopher me beijou calmamente enquanto me estimulava embaixo d'agua. Mordi o lábio inferior dele quando senti meu corpo estremecer. Christopher rodeou seu outro braço em minha cintura e me imobilizou. Senti o ar me faltar tentando abafar o gemido. A probabilidade de alguém aparecer na janela era grande. Ele tirou a mão de dentro do meu biquini, desfez o laço de um lado, me virou de frente pra ele e me pegou pela cintura. Enganhei minhas pernas em seu quadril e logo ele abaixou a sunga e me penetrou. Foi tão rápido quanto o som que escapou de minha boca. Fechei meus olhos erguendo a cabeça um pouco para trás e mordendo meu lábio. - Desse jeito sim vão ouvir a gente menina. - Abri meu olhos e topei com o sorriso mais sapeca que já vi dele.

- Você me pegou de surpresa. - Senti minhas bochechas corarem.

- Desculpa, não pensei que sairia tão alto. - Ele me roubou um selinho. - Eu te amo, não briga comigo não.

- Own. - Embolei meus braços em seu pescoço e o beijei. - Eu também te amo.

Eu nunca me cansava de Christopher. Ele era tão perfeito que por mim viveria cada segundo ao seu lado e esqueceria o mundo. Quando estou ao lado dele nada mais importa.

Acordei com um feixe de luz batendo exatamente em meu rosto. Me virei para esconder meu rosto no pescoço de Christopher e sentir seu cheirinho, mas eu estava sozinha no quarto. Esfreguei meus olhos e olhei para um relógio sobre o criado mudo. Ainda não eram nem seis da manhã. Sentei-me na cama e olhei para o banheiro, mas estava vazio. Levantei da cama enrolada no lençol e fui até a porta da sacada. Abri um pouco a cortina e vi Christopher e Sofia na beirada da praia. Eles estavam abraçados e vi que Sofia tinha um pote em mãos. Me lembrei do verdadeiro motivo de estarmos ali.

Fechei a cortina e fui tomar um banho. Quando saí do banheiro Christopher já estava no quarto novamente. Talvêz ele não quisesse que eu visse a cena.

- Oi. - Minha voz saiu baixa. Vi que seus olhos estavam avermelhados. - Pode chorar se quiser. - Me sentei ao lado dele. - Você pode fazer o vue quiser, é normal.

- Eu estou sentindo tanto a falta dela. - Ele falou começando a chorar. Me deitei e o chamei para meus braços. Christopher se deitou e eu o acolhi como uma criança. Seus soluços faziam meu coração pulsar mais forte. É triste quando você vê alguém que ama sofrer e não poder fazer exatamente nada por ela. - Tem dia que eu acordo e me esqueço que ela não está mais aqui, e quando eu me lembro, eu entro em pânico.

- É difícil sabe. A gente nunca entende, mas vai ter que aceitar um dia. - Acariciei seu cabelo.

- Eu tenho medo de que o tempo me faça esquecer dela. Esquecer o sorriso, a voz, o cheiro, os olhos...

- Principe, não dá pra se esquecer o que fica guardado aqui. - Pousei minha mão sobre seu peito. - Vão se passar décadas, e quando você estiver velhinho gagá ainda se lembrará dela. - Fechei meus olhos sentindo uma pontada de inveja dele. Eu nunca vou saber qual era o cheiro da minha mãe, como era a voz dela. - Tenta dormir um pouco. - Fiquei ouvindo ele chorar e soluçar até pegar no sono. Não demorou muito até que eu voltasse a dormir de novo.

O restante do dia se seguiu com Christopher dando febre. Se eu era emocionalmente frágil, ele era duas vezes pior. Jogar as cinzas da mãe dele deve ter sido um choque de realidade pra ele.

- Onde está seu homem, Dulce? - Ivalú perguntou chegando com Pedro de algum lugar. Eles saíram logo cedo e só voltaram no fim da tarde.

- Dormindo. - Me encolhi no sofá. - Ele não está muito bem.

- O que ele tem? Aliás, porque tanto silêncio nessa casa?

- Sofia com o marido dela levar a Claire num parque, e o Christopher dormiu o dia inteiro. Estou começando a ficar preocupada. Não acordou nem pra comer.

- O que ele tem? - Pedro se jogou ao meu lado.

- Acho que levou um choque de realidade hoje cedo.

- Tem a ver com a mãe dele né? - Assenti. - Muito triste isso, mas ele não pode ficar sem comer Dulce. Ele não está com gastrite nervosa? Ficar sem comer só piora a situação dele.

- Eu sei, é só que me dá pena acordá-lo. Ele está realmente mal, não sei nem como vamos voltar pra São Francisco se ele não melhorar até amanhã.   

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora