Capítulo 49

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A volta para casa só não foi mais tensa porque Yuri conversou todo o trajeto comigo. Tentei manter-me o máximo focada na conversa já que Christopher parecia me fuzilar com o olhar o tempo todo.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Claro.

— Há alguma probabilidade do boato de está rolando ser verdade?

— Hmm, qual boato?

— Você... você e o seu professor. – Arregalei meus olhos e o encarei.

— Como assim?

— Ouvi uma garota falar que tinha quase toda a certeza que vocês dois tinham algo, e bom, eu notei como ele olha para você.

— Não, claro que não! Ele é meu professor, lembra? E cara, eu tenho namorado, já te disse, não acredite em ninguém.

— Não quis lhe ofender.

— Não me ofende, é só que conheço as regras. – E mesmo assim as quebrei. Pensei sozinha. – É apenas que tentamos ser amigos, mas não misturamos o ambiente de trabalho com a vida pessoal, sabe?

— Entendo, mas em fim, isso não é da minha conta né? – Forcei um sorriso enquanto minha mente explodia de curiosidade.

Aliás, quem saberia disso a ponto de comentar algo assim?

Assim que chegamos na SE, tomei um banho e já dentro do TAXI mandei uma mensagem para Christopher. A gente precisava conversar urgentemente.

"Precisamos conversar. É urgente."

A primeira mensagem foi ignorada e juro que quis bater nele até desconfigurá-lo.

"Christopher, é sério, eu estou indo para sua casa."

"O que você quer?"

O tom frio dele tinha motivo, mas não me importei.

Assim que cheguei fui logo subindo. Uma das vantagens do porteiro já estar acostumado com sua presença é esta.

Toquei a campainha e esperei que ele abrisse. Ele abriu e saiu da frente se jogando no sofá.

— O que você quer? – Notei que ele estava bebendo cerveja, e já haviam duas latas vazias jogadas no chão próximo ao sofá.

— É sério isso?

— O quê? – Ele pegou o controle remoto e começou a mudar de canal sem parar.

— Olha, eu vou ser bem rápida, não se preocupe. – Apoei-me na maçaneta. – Eu não sei quem, nem como, mas alguém sabe da gente.

— Claro que sabe. O Arturo, seus amigos, o Rodrigo, não é novidade.

— Dá para parar de agir feito... feito... – apertei a maçaneta.

— Um imbecil? Oh querida, me desculpe, mas você não é a única que tem direito de ficar irritada aqui.

— Christopher, está rolando boatos na SE sobre a gente, será que dá para desligar essa porcaria de televisão e prestar atenção no que eu estou falando? – Bati a porta com força e fui até ele arrancando a maldita lata de cerveja e o controle da mão dele. – Ou a gente conversar sobre isso ou acabou está me ouvindo?

— Não se preocupe, depois de terem visto você com aquele japa, hipoteticamente falando, a probabilidade de você e eu estarmos juntos é zero.

— Não dá para falar com você. Não nesse estado.

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora