Capítulo 52

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— Não fala nada. — Falei quando Ivalú tornou a entrar no quarto. Minha bochecha estava tão vermelha quanto meu cabelo. Christopher havia acabado de ir embora, depois de me medicar e dizer para eu me alimentar bem.

— Mas eu nem disse nada.


— Desculpa, não queria que você tivesse visto aquilo.

— Pensei que não era para eu falar nada. — Ela se jogou na cama. — E aí? Se acertaram?

— Acho que sim, só não sei por quanto tempo. — Me calei fitando um ponto qualquer na parede.

— E você? Está se sentindo melhor?

— Um pouco.

— Ainda bem né. Parece que seu remédio tem nome e endereço.

— Ah, ele enfiou... – Ela me interrompeu e eu não aguente.

— Eu prefiro não saber o que ele enfiou em você. — Minhas gargalhadas não queriam cessar. — Não tem graça.

— Ai, espera. – Sentei-me arrumando o cabelo. — Não, não foi nada disso tá, e não me olha assim. Ele me fez tentar tomar um chá horrível que me fez voltar tudo sabe, ainda dói, mas deu um alívio e tanto. Então como eu ia dizer, ele tentou enfiar uma xícara de chá para dentro de mim sua pervertida.

— Ah claro, eu sou a pervertida? Entro no quarto, que por sinal também me pertence, e encontro minha melhor amiga montada no filho único do nosso professor, e a pervertida sou eu?

— Ah, acontece tá.

— Acontece? — Olhei-a de lado e dei um sorriso sapeca. — Você é maluca, sério. Vocês dois são, aliás.

— Só um pouquinho. — Gesticulei.

— Ann, Dulce, eu encontrei o tal Yuri lá em baixo.

— E?

— Ele perguntou por você, disse que passava aqui mais tarde para te ver, já que disse a ele que você estava doente.

— Tecnicamente ainda estou, meu estômago ainda está um pouco ruim, então, tenho uma ótima desculpa para não sair hoje com ele.

— É, isso é verdade.

— E você e o Pedro?

— O que tem a gente?

— Como estão indo?

— Tentando melhorar. Ele me chamou para ir ao cinema hoje, tem algum problema em ficar sozinha hoje?

— Não. Você merece se divertir um pouco.

— Dulce? — Desviei meu olhar da TV até ela. Ela abaixou a cabeça como faz quando fica envergonhada.

— Oi?

— Você tem uma camisinha para me emprestar?

— Han?

— É, você sabe, aquele negócio que coloca para evitar DST e gravidez...

— Eu sei o que é, é só que pensei que você ainda era virgem.

— E sou amiga, é só que eu quero estar prevenida.

— Iva, não deixa ele te pressionar não.

— Não, não se preocupe, ele nunca fez isso e bom, eu acho que estou preparada.

— Você acha ou está? É oito ou oitenta, amiga.

— Eu estou preparada para dar um passo a diante.

— Tá. Eu tenho sim. — Virei-me até o criado mudo e retirei de lá uma embalagem fechada. Na verdade, haviam duas embalagens, uma aberta faltando apenas uma outra fechada. Senti uma pontada estranha ao ver aquilo.

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora