- Sinto muito querida. Estamos sem vaga disponível em turmas do seu nível. – A secretária se sentou com uma pilha de papeis. – Infelizmente não é possível fazer a troca a não ser que algum aluno queira trocar com você. – Christopher me olhava ainda incrédulo com o que eu estava querendo fazer.
- Tudo bem. – Suspirei frustrada. – De qualquer modo, muito obrigada.
Me levantei e saí. Apressei meus passos na esperança de que Christopher não me alcançasse, mas foi em vão. Senti a mão dele segurar firme um de meus braços e me virar de frente para ele.
- Não faz isso com a gente.
- Não tem mais a gente Christopher! Eu disse que precisava escolher entre meu namorado ou o meu professor. Eu tentei fazer uma escolha, mas olha só, estou sendo obrigada a fazer a outra coisa.
- Você não está sendo obrigada a nada Dulce. Pelo contrário, está fazendo uma escolha.
- Algum problema? – Ouvi uma voz firme atrás de Christopher. Christopher me soltou instantaneamente e seu rosto perdeu toda a cor.
- Senhor Huitron. – Huitron... Ele era o dono da SE. Afastei-me de Christopher.
- Está tudo bem? A senhorita está bem?
- Sim. – Me limitei. Eu estava prestes a desabar. – Só um pouco indisposta e o professor estava me perguntando se eu estava bem. Com licença.
Não faço ideia do que eles conversaram depois.
Não consigo entender porque todas as vezes que olhava para Christopher tinha que coincidir que ele estava fazendo o mesmo comigo. Foi uma tortura a aula. O clima na sala estava pesado e Christopher até se irritou com dois garotos que estavam conversando durante a aula – coisa que nunca acontecera antes.
Fui a primeira a sair da sala no fim da aula e assim que me vi livre de meus amigos e de Christopher eu desabei. Cada soluço doía.
Eu sabia que Ivalú iria atrás de mim assim que tivesse a oportunidade, então saí da SE.
Passei o restante do dia e parte da noite em um parque sentada em baixo de uma árvore e ignorando as mensagens e ligações de Christopher, Ivalú e Pedro. Eu queria sumir, evaporar do planeta.
uando voltei pra SE não consegui nem chegar no portão.Christopher me puxou pelo braço de uma forma tão ágil que eu não consegui sequer reagir. Quando dei por mim já estava dentro docarro dele.
- O que você quer?
- Eu que pergunto isso. – Christopher estava irritado. Bem irritado. Ele arrancou com o carro e partiu rumo à casa dele. Eu não queria brigar, não queria discutir com ele então me mantive calada.
Ele também não disse nada o restante do trajeto e seu silêncio só foi vuebrado quando ambos estávamos em seu apartamento.
- Caramba Dulce, será que dá para parar de sumir sem dar notícias sempre que algo não está de acordo com seus desejos? – Abaixei minha cabeça abraçando minhas pernas em cima do sofá. – Será que não vê que nós dois estamos nos machucando com essa atitude? – Houve-se um minuto de silêncio. – Se quer mesmo terminar o nosso namoro termina, mas para de agir assim.
Christopher estava tão alterado que chegava a dar medo. Tive certeza que ele fora para o quarto para evitar fazer algo comigo quando ele bateu a porta com força. Continuei na sala apenas chorando enquanto ele estava no quarto fazendo sabe-se lá o que.
Ele saiu de lá quase meia hora depois e se sentou ao meu lado.
- É realmente isso que quer?
- Sim.
- Me dê um motivo para eu aceitar isso.
- Não tem que aceitar Christopher. É minha decisão.
- É um relacionamento a dois. Eu amo você e estou disposto a deixar que faça o que quer, mas quero que ter certeza que você não vai viver em prantos por uma decisão errada.
- Como sabe que é errada?
- Eu não sei, só saberemos se acontecer. – Fiquei calada. E se ele tivesse razão? E se o nosso término piorasse minha situação? Poderia ser apenas uma fase ruim que passaria quando eu menos esperasse. – Você acredita no meu amor por você?
- Mas é claro que sim, e caramba Christopher, eu também te amo e muito, mas não posso deixar isso estragar meu futuro. – Enxuguei o rosto. – Eu não vim para os Estados Unidos me apaixonar. Eu vim estudar para dar um futuro melhor para mim e para o meu pai. Ele já trabalhou muito por mim, agora é minha vez de fazer algo por ele e não quero que ninguém me atrapalhe nisso.
- Eu sou um problema?
- Não! Não, não. Não coloca palavras na minha boca.
- Não coloquei.
- Colocou sim. – Me levantei. – A gente não está indo bem. Nada bem e eu nem sei quando isso começou, mas sei que está interferindo no meu desempenho. Não posso permitir isso.
- A gente pode separar tudo Dulce. Há maneiras diferentes de se resolver isso e não seria mudando de turma ou terminando nosso namoro. – Christopher pousou a mão em meu joelho. – Podemos separar. Deixar a SE separada do nosso relacionamento, sei que é possível.
- E como Christopher? Me diz como porque até agora não foi possível. – O encarei por fim. Doeu tanto vê-lo com os olhos vermelhos. Christopher havia chorado por minha causa. Eu havia feito o meu príncipe chorar, eu estava fazendo ele sofrer. Eu era um monstro.
- A gente pode dar um jeito, eu sei que pode. – Christopher acariciou meu rosto. – Vamos encontrar uma maneira, mas não me deixa. – Ele se aproximou e roçou os lábios nos meus. Por um momento pensei que me renderia, mas então virei o rosto. Ficamos de olhos fechados um tempo e em silêncio.
- Me deixa pensar. Estou de cabeça quente agora, não posso decidir nada assim.
- Eu sei. – Christopher me puxou para um abraço forte. – Mas jamais se esqueça do quanto eu te amo, ok? – Assenti.
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[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)
Fanfiction"Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir...