Epílogo
O sol estava se pondo no oceano à nossa frente deixando o final da tarde em um tom alaranjado bem forte. Olhei pela Janela e Vi Christopher brincando com Victoria na areia, segurando suas mãozinhas enquanto a ajudava a andar. Benjamin estava sentado em um lençol tentando mastigar um patinho de borracha que havíamos comprado para ele.
Sorri ouvindo a gargalhada de Victoria enquanto eu levava para fora dois copos de suco, um para Christopher e outro para mim, e as duas mamadeiras para meus dois filhos. Ao fundo, nosso cachorro Thor, um Husky Siberiano corria desajeitadamente pela areia atrás dos pássaros. Era engraçado vê-lo, pois, apesar do tamanho, ele ainda continuava com cara de filhote e era tão brincalhão quanto um. Quando pedi a Christopher um cachorro, jamais imaginei que ele seria extremamente palhaço.
— Olha quem chegou.
Benjamin virou a cabeça para trás seguindo o som de minha voz e isso fez com que ele caísse deitado para trás. Sorte a areia por baixo do lençol amortecer a queda.
— Não precisa chorar bebê.
Deixei a bandeja com as bebidas ao lado e o peguei no colo antes que ele começasse a chorar. Aquele projeto de ser humano estava cada dia mais parecido com Christopher e se eu não tivesse a certeza absoluta que ele não tinha saído de dentro de mim, eu acharia que ele era filho somente dele. Ao contrário de Victoria que tinha fortes traços meus e ao mesmo tempo de Christopher, Benjamin era a cópia em miniatura dele.
Sentei-me no lençol e entreguei a mamadeira a ele que não hesitou nem um pouco ao coloca-la na boca.
— Chris, vem pra cá.
— A gente já vai.
Ele pegou Victoria do chão e a colocou sentada em seu ombro com uma perna para cada lado de seu pescoço. Fiz uma careta quando ela começou a tentar morder a cabeça de Christopher que ficaria toda babada.
— Filha, não faz isso. Machuca o papai.
— E é bem nojento isso.
Christopher se sentou ao meu lado e colocou Victoria entre suas pernas. Passei a mamadeira dela para ele e ela a entregou.
— Trouxe suco para gente. — Deitei minha cabeça no ombro dele.
— Eu quero.
— Eu imaginei. Está um pouco quente hoje.
— Só um pouco?
— Bastante.
— Olha só para ele, parece uma criança.
Christopher olhou na direção de Thor que agora rolava na areia fazendo manha para um pássaro que estava parado perto dele.
— Ele é uma eterna criança, Chris.
— Agora temos três.
— Pois é. — Ficamos em silêncio por um tempo e então eu o chamei com a voz mansa.
— Oi.
— Meu pai acabou de ligar.
— E?
— Ele disse que eu recebi uma carta da Universidade de São Francisco.
— Você conseguiu?
— Harram.
— Sabe que vai ser puxado, não é?
— Sei sim, mas eu vou conseguir. Preciso disso.
— Você tem todo meu apoio, menina.
Christopher se virou um pouco para mim, segurou meu queixo e me deu um beijo dócil. — você merece isso — Eu sorri e então o beijei um pouco mais, até Victoria começar a chorar. Não contive o riso quando percebi que o motivo do choro era o beijo. Ela estava nos olhando e deixara cair sua mamadeira no chão.
— Oh mamãe, não beija o papai não. — Pincelei o narizinho dela.
— Meu Deus, mas que princesinha mais ciumenta você.
A voz de Christopher saiu suave e ele a pegou no colo e ela simplesmente deitou a cabeça no ombro dele me encarando. O ciúme não era por mim, e sim por Christopher, que sempre que se aproximava demais de mim ou de alguma outra pessoa, era motivo de choro. Quando se tratava de Claire então o choro era certo, mas fazer o quê se ela puxou isso de mim? Benjamin, por sua vez, continuou concentrado em sua mamadeira.
— Nem a mamãe pode chegar perto do seu pai, filha?
Sequei o rostinho dela que havia começado a se molhar e ela virou o rosto para o outro lado.
— Seu pai está mimando demais vocês dois.
— Mentira.
— Não é não. Faz todas as vontades deles.
— São apenas dois bebês, menina.
— Começa assim mesmo. — O fitei e ele riu.
Não era nem um pouco mentira isso. Se um deles quisesse algo e eu não desse, eles tentavam novamente com Christopher que sempre sedia e eu ficava bem brava por isto. Eles iriam ficar insuportáveis quando mais velhos.
Ficamos ali até o sol se pôr e então voltamos para dentro da casa. Desde que Benjamin voltou para casa, Christopher e eu íamos passar os fins de semana em Los Angeles.
Era uma maneira de relaxar da tensão da semana e uma maneira de ficarmos apenas nós quatro. O sol, o som das ondas se quebrando, o cheiro do mar, a brisa que o vento trazia eram suficientes para nos deixar mais calmos e leves e cada final de semana era único para nós.
Foi ali que Benjamin falou mamãe pela primeira vez e que Victoria deu o primeiro passo e era ali que ainda viveríamos momentos incríveis e únicos pelos restos de nossas vidas.
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[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)
Fanfiction"Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir...