Capítulo 21

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Eu estava voltanto do quarto, cantarolando uma das músicas que eu tinha ouvido quando senti alguém me puxar para dentro de uma sala escura, mas dessa vez não gritei e nem me debati. Olhei em volta e perguntei:

- Um depósito? Um belo ligar não acha? - O local estava cheio de pilhas de papéis, livros velhos, objetos mais velhos ainda, baldes, vassouras e mais um monte de coisa que eu nem imaginava encontrar ali.

- Gostou da surpresa? - Ele me pressionou contra a parede.


- De qual delas? - Tentei ver seus olhos pela pouca claridade que entrava por uma janela minúscula. - Você ter aparecido, a sua mensagem no meu teste, o CD cheio de canções suas ou você me puxar quando estamos a menos de quinze minutos de começar o segundod tempo de aula para dentro de um cômodo apertado e cheio de coisas velhas? Aliás, já falei como isso é romântico? - Falei tão rápido que tropecei em algumas palavras.

- Você dormiu ligada na tomada hoje menina? Respira pra falar pelo menos. - Ele riu beijando meu pescoço.

- Eu ficaria sem ar só pra você fazer respiração boca a boca em mim. - Fechei meu olhos sentindo os lábios quentes dele em meu pescoço. Ele sorriu.

- Senti tanto sua falta essa semana que não aguentei e resolvi voltar bem antes.

- Senti muito a sua também mas não imaginei que voltaria tão cedo. - Acariciei o rosto dele que agora estava frente a frente com o meu. - Como está se sentindo?

- Um pouco melhor. - Ele selou meus lábios. - Descobri que apesar da dor não sumir, eu fico melhor respirando o mesmo ar que você.

- Você me tira do chão falando essas coisas, sabia? Assim eu acabo acreditando.

- Então farei você acreditar muito mais minha menina. Até o fim. - Ele apertou minha cintura e me beijou. Rodeei meus braços em seu pescoço trazendo-o ainda pra mais perto.

- É seguro aqui? - Ele assentiu e voltou a me beijar. O calor subiu por meu corpo e eu o afastei.

- O que foi?

- É só que... se ficarmos aqui vou acabar não aguentando. - Pude imaginar o sorriso no rosto dele. - O que foi?

- Minha intenção é fazer você não aguentar. - Ele colou seu corpo no meu e eu soltei um gemido rouco. - Shh. - Ele me beijou novamente e senti suas mãos procurarem o botão da minha calça.

- Tem certeza que é seguro? - Perguntei mais uma vez. Seria o meu fim alguém chegar ali bem na hora do ato.

- Confia em mim. - Ele desabotoou minha cala e a desceu até o chão. Tirei minha sapatilha e fiz com que ela terminasse de sair. Christopher voltou a se levantar desabotoando a própria calça e a abaixando. Mordi meu lábio inferior e ele me encostou nocamente contra a parede erguendo uma de minhas pernas. Ele voltou a me beijar e afastando minha calcinha para o lado, me penetrou forte. Não foi nada fácil abafar o gemido. Ele começou a se movimentar forte e rápido dentro de mim e eu parei de beijá-lo abafando os sons que saiam de mim no pescoço dele. Na intensidade e na velocidade que ele ia não demorou para que nenhum de nós chegássemos ao orgasmo, e foi tão bom que não me aguentei deixando o gemido escapar alto, torcendo para que ninguém estivesse passando no corredor. Minhas inhas inhas cravaram no braço dele com força. Demorou um pouco até minhas pernas recuperarem a força. Christopher me soltou e então vesti minha roupa o mais rápido que pude.

- Você ainda vai me matar Uckermann. - Falei e mesmo agora minha voz saiu fraca e cansada. - Eu não sei se posso voltar pra aula agora, não nesse estado. - Suada, descabelada e com o corpo completamente mole.

- Pode ir para o quarto se quiser, eu coloco presença pra você. Prometo. - Ele roubou um selinho meu. - Preciso ir agora. - Falou enquanto fechava a calça desajeitadamente. - Vou sair primeiro e se eu ver que está livre de tou um toque no celular.

- Ok. - Respirei fundo ainda tentando controlar minha respiração cansada.

Assim que Christopher deu um toque em meu celular eu saí e fui direto para o quarto. Suada como eu estava não poderia ir para a sala de aula e se alguém me visse no meio do caminho eu com certeza diria que não estava me sentindo bem.

Tomei um banho frio depois de esperar meu corpo esfriar um pouco e me deitei. Passei o restante da tarde ouvindo o CD que Christopher me deu, repassando cada música e anotando a letra em um caderno.

Foi difícil convencer Ivalú que o motivo de eu não ter comparecido à aula depois do almoço era que eu estava com dor de cabeça. Na verdade eu nem fui com eles almoçar. Comi apenas alguns salgadinhos que tinha no quarto no meio da tarde, quando a fome apertou. Se Christopher soubesse, ele me daria uma bronca. E ele soube. Provavelmente Ivalú perguntou por mim em algum momento e disse que não fui com eles.

"Dulce você almoçou? Fiquei sabendo que você não saiu para almoçar. Vou esperar você no meu carro depois da aula, apareça."

E lá estávamos nós depois da aula no apartamento dele. Christopher tentando cozinhar e eu sentada no balcão olhando o desastre que ele era na cozinha.

- Eu não quero que fique sem comer por minha causa mais Dulce. - Ele colocou em minha frente um prato com legumes cozidos, purê de batata e um bife acebolado.

- Desculpa, eu só fiquei curiosa. Me empolguei de mais e quando vi só faltavam uns vinte minutos pra aula começar. - Dei uma garfada em um pedaço de cenoura cozida.

- Está sem comer até agora?

- Eu comi um salgadinho que estava lá no quarto, mas prometo que isso não voltará a se repetir. Palavra de escoteira. - Coloquei uma mão sobre o peito e ergui a outra com o garfo fazendo o pedaço de cenoura voar longe. - Ops, foi mal.

- Tudo bem. - Ele riu. - Acredito em você. - Eu queria fazer um convite a você, de novo.

- O que é? - Foquei-me na comida à minha frente. Christopher mais mechia sua comida do que comia.

- Eu vou a Los Angeles nesse feriado prolongado e queria que você fosse comigo. Eu sei que eu convidei você pra outra coisa, mas eu preciso ir lá.

- E o convite ainda se extende ou é só nós dois?

- Na verdade eu queria que fosse só nós dois sim, mas minha irmã também vai e bom, pode levar seu amigos se quiser. - Ele tomou um gole de vinho. - Eu e minha irmã iremos levar as cinzas da minha mãe. Faz parte do pedido dela.

- Chris, isso é algo que vocês têm que fazer, sabe disso não sabe? - Deixei o garfo no prato e cruzei meus braços sob a mesa.

- Eu sei, eu sei, mas não vou passar o feriado inteiro apenas fazendo isso e gostaria que você tivesse ao meu lado. - Ele acariciou meu rosto. - Se você não estivesse comigo esse tempo, eu não sei o que seria de mim. É você quem está me mantendo de pé Dulce.

- Não se firme tanto assim em mim Christopher, precisa pensar mais em você.

- Eu sei que deveria, mas não consigo. É o seu sorriso, o seu olhar, o seu calor que me faz bem. - Ele se dobrou sobre a mesa e me deu um beijo na testa. - E acredite, eu me controlo ao máximo com relação a isso. - Eu apenas sorri. Tinha certeza o quanto ele estava apaixonado por mim e não queria estragar isso. 

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora