- Não. - A garotinha revirou os olhos. - O médico disse que ela iria dormir. Deram um remédio a ela. Colocaram bem ali. - Apontou o soro.
- Ah, tá. É Claire né? - Ela assentiu. - Eu vou atrás do seu tio, pode ficar aqui?
- Claro. Minha mamãe não vai demorar, e eu vou ficar com a vovó pra cuidar dela.
- Promete? - Ela assentiu e voltou a atenção ao desenho.
Saí pela porta e fui procurar Christopher, o que não precisou de esforço algum. Ele estava sentado em uma das cadeiras no corredor fitando o chão.
- Você pode chorar se quiser. - Me sentei ao lado dele.- Homens não choram.
- Ah não? - Acariciei o ombro dele. - É a sua mãe, você tem todo direito. E sim, homens choram, principalmente homens que têm sentimentos tão dóceis como o seu.
- Eu odeio quando ela fala assim. Como pode agir assim?
- Ela só está em paz. Seria pior se ela estivesse com medo não acha?
- Pensando por esse lado sim. Mas eu não quero perdê-la. Não quero.
- Eu sei que não.
- Eu nunca a vi tão mal como ontem a noite. Ela chorava de dor e eu não podia fazer nada. Era como se eu pudesse sentir a dor que ela sentia.
- Passou a noite aqui?
- Sim. Só saí daqui para buscar você. Ela queria te conhecer.
- Já tinha falado de mim pra ela?
- A gente conversa sobre tudo. Ela riu muito quando contei sobre o dia que nos conhecemos. - Ele deu um sorriso fraco.
- Sei que deve ficar ao lado dela, mas você precisa descansar. Vai pra casa, toma um banho, come alguma coisa e dorme um pouco.
- Não posso deixá-la sozinha.
- Os médicos estão cuidando dela. Tenho certeza que se acontecer qualquer coisa vão ligar pra você.
- Mas...
- Mas nada. Você precisa descansar. - Me levantei e estendi minhas mãos para ele. Ele suspirou frustrados e se levantou fingindo apoiar em mim. Christopher foi despedir da mãe e depois nós dois fomos para o apartamento dele. Enquanto ele tomava um banho eu tentava preparar algo pra ele. Na verdade uma sopa com todos os legumes que consegui encontrar em sua geladeira. Ele terminou o banho antes de eu terminar a sopa então ele ficou me olhando na cozinha. - O que foi?
- Nada. O que está fazendo? O cheiro está bom.
- Sopa. - Ele fez uma careta. - Não gosta?
- Não.
- Já comeu sopa de legumes? - Ele negou. - Vamos ver se vai gostar. Eu adoro, e é bem saudável.
- Eu sou saudável. - Ele veio até mim e me abraçou por trás enquanto eu mechia um pouco a panela. Senti meu corpo se arrepiar e um calor percorrer por ele.
- quer... quer provar? - Ele assentiu colocando o queixo sobre meu ombro. Peguei um pouco do caldo da sopa com a colher e soprei um pouco para baixar a temperatura. Depois coloquei a colher na boca dele. Anti higiênico, eu sei, mas quem iria comer seria ele, então não havia problema algum. - E aí? Bom?
- Hurrum.
- Acho que já está bom. - Apaguei o fogo e então ele me soltou. Servi um prato bem cheio pra ele e depois um pouco pra mim. Aparentemente ele gostou bastante, pois até repetiu. Parecia bem faminto. Depois que comemos ele foi para o quarto e eu fui limpar a cozinha. Não queria deixar nada bagunçado já que tudo ali era impecavelmente limpo. Terminei de arrumar tudo, mandei um torpedo para Ivalú e depois fui até o quarto. Ele estava agora somente com uma bermuda branca, deitado de barriga para baixo encarando a janela. - Precisa dormir.
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[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)
Fiksi Penggemar"Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir...