No dia seguinte vi Pedro conversando com uma garota na fila do café da manhã. Olhei dele para Ivalú que os olhava com os olhos úmidos, mas não falou nada. Ela desviou o olhar e pegou a bandeja. Ivalú que estava à minha frente, terminou de encher sua bandeja e seguiu para uma mesa vazia próxima à saída. Olhei Para Pedro que agora ria animadamente com a garota, Eddy e Zoraida na nossa costumeira mesa e depois para Ivalú. Não podia deixa-la sozinha então fui me sentar com ela.
- Pode ir para lá se quiser.
- Estou bem aqui. – Peguei minha caixinha de suco e a agitei, depois arranquei o canudinho, abri a embalagem e perfurei a caixinha tomando um pouco. – É ela né?
- Sim. – Ivalú deu uma garfada com tanta força em um pedaço de mamão que quase furou o prato.
- O prato não tem culpa, viu. – Iva segurou um sorriso. – Gostava mais dos sucos que vinham no copo, olha, você poderia derrubar um pouco nela.
- Claro, vamos ficar conhecidas como as garotas que adoram derrubar suco nas vadias da SE.
- Assim você me calunia amiga. – Me fingi de ofendida.
- Claro, eu te calunio. – Ela pegou a xícara e tomou um pouco de café. – Posso fazer uma pergunta?
- Claro.
- Como foi quando você e o você sabe quem resolveram dar um passo à frente.
- Por que você quer saber isso agora? Já passou tanto tempo.
- Primeiro porque você nunca quis me responder e segundo porque agora estou curiosa.
- O que está pensando em fazer? – A fitei e ela desviou o olhar. – Vocês dois nunca... – Ela negou com as bochechas tão vermelhas quanto a maçã em minha bandeja. – Pensei que.
- Pensou errado.
- Ah, foi bom. Se pensar muito não rola.
- Deve ser por isso que não consegui.
- Ele te pressionou?
- Não, claro que não. Pelo contrário, ele foi bem carinhoso com relação a isso.
- Então tá. Vamos lá, você precisa relaxar, se soltar. Se pensar muito não vai conseguir chegar lá, foi exatamente assim comigo. Eu não pensei, simplesmente deixei rolar.
- E doeu?
- Por que as pessoas sempre fazem essa pergunta?
- Porque dá uma curiosidade né.
- Claro que dói. Tem uma minhoca gigante entrando na sua queridinha aí em baixo e arrebentando com tudo, doer é o mínimo né. – Ivalú arregalou os olhos. – Mas depois, depois é bom, você nem vai se lembrar da dor mais. – Sorri sonhadora, lembrando de minha primeira vez com Christopher.
- Você está sorrindo igual uma retardada.
- Você vai ficar igual daqui um tempo, não me julgue. – Vi Christopher entrar no refeitório. Ele raramente aparecia aqui, mas sempre que entrava roubava olhares por várias partes, inclusive o de Bianca, a qual tive que me curvar para trás para olhar. Seu olhar encontrou o meu e voltei a me arrumar na cadeira. Terminei de comer o mais rápido que pude e segui para o banheiro: o ponto de encontro das víboras depois do refeitório.
Tentei levar Ivalú comigo, mas ela se recusou e foi diretamente para a sala. Fiquei sentada sobre o tampo da privada esperando que elas entrassem. Reconheci instantaneamente a voz das duas, mas para minha decepção elas não falavam nada demais.
Esperei um pouco até as vozes se afastarem e ter certeza que já era seguro sair, mas quando abri a porta e saí, vi que Bianca estava parada na porta de braços cruzados e com um sorriso satisfeito no rosto.
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[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)
Fanfiction"Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir...