Capítulo 43

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Três mensagens ignoradas por Christopher foram o suficiente para perceber que ele estava me ignorando.

Não conversamos depois do que houve naquele dia e depois das mensagens ignoradas deixei meu orgulho falar mais alto.

Com um livro para ler, um resumo para fazer e uma redação para terminar tentei não focar minha atenção a esse fato durante toda a semana, embora fosse duro passar horas do meu dia entre quatro paredes com ele e ser tratada como qualquer outro aluno.

No final de semana minha fúria era tanta que fiz questão de desligar meu telefone e liga-lo somente para telefonar para meu pai.

- Tem certeza que não querem ir? – Pedro perguntou pela terceira vez no sábado à noite enquanto negávamos. Ivalú estava entretida em seu notebook mexendo em alguma rede social enquanto eu fazia mais algumas anotações sobre o livro.

Eu estava atrasada, tive que reler várias partes porque muitas vezes me peguei lendo algo sem sequer prestar atenção.

Assim que Pedro saiu resmungando algo pelo qual nem perdi meu tempo em prestar atenção, peguei meu caderno e comecei a escrever. Duas horas depois o chão do quarto estava repleto de bolas de papel amassadas depois da tentativa frustrada de fazer minha redação.

- Cansei! – Me levantei jogando o caderno e a caneta de qualquer maneira em cima da cama. – Vai, troca de roupa, vamos dar uma volta só nós duas. – Ivalú me lançou um olhar de "você está bem? "

- Está louca? Você nem conseguiu começar a sua redação.

- Eu não estou nem aí para aquela porcaria. – Disse irritada abrindo o armário e pegando um vestido curto. – Não é justo ficarmos trancafiadas aqui, não mesmo.

- Amiga, você está precisando de sexo. – Fiz um gesto obsceno para ela e fui para o banheiro.

Tomei um banho rápido e enquanto me vestia Ivalú também tomou banho. Em menos de uma hora estávamos lindas e poderosas de vestido justo e curto, salto alto, maquiagem e cabelo solto.

Chamamos um taxi e então fomos para uma boate.

- Um ice por favor. – Pedi ao barman praticamente gritando para que ele me ouvisse.

- O mesmo para mim. – O barman assentiu e foi buscar nossa bebida. – Não vá beber muito viu?

- Está aqui para se divertir ou para me vigiar?

- Os dois. – Ela deu de ombros. – E evitar que cometa uma besteira.

- Não vou cometer besteira, apenas quero beber um pouco enquanto converso com minha amiga.

Estávamos na galeria no segundo andar, e da mesa que estávamos dava para ter uma boa vista do salão. Homens e mulheres dançavam e conversavam na pista no andar de baixo, e no corredor da galeria algumas pessoas conversavam divertidamente.

Depois de duas garrafas de ice, uma dose de tequila e um copo de um drink que não faço ideia do que fosse eu já estava um pouco fora de mim.

- Eles são dois estúpidos. – Falei tamborilando meus dedos na mesa enquanto Ivalú dava o último gole em seu segundo drink. Isso porque ela tinha ido para me vigiar.

- São todos iguais. – Ela parecia estar tonta e até seu tom de voz saíra diferente. – Eles nos conquistam e depois fazem isso.

- Verdade. – Me levantei quase caindo. – É melhor a gente ir embora.

Duas amigas bêbadas descendo a escada sobre salto alto não poderia ser pior. Faltando três degraus tropecei no meu próprio pé e fui parar no chão levando Ivalú comigo. Derrubei um cara à minha frente que derrubou um outro que estava parado no pé da escada.

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora