Capítulo 51

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— É melhor se deitar ok? Eu vou na farmácia ver se compro algum remédio para você. — Ivalú me guiou de volta até a cama.

Fiquei deitada com um travesseiro em baixo da barriga enquanto a via se arrumar.

Não era nem sete horas da manhã quando eu acordei, e agora, já ia dar oito. Ivalú não pensou duas vezes antes de se vestir e sair.

O tempo que ela ficou fora foi de completa tortura. Eu rolava de um lado para o outro tentando encontrar alguma posição confortável, mas nenhuma era confortável o suficiente. Olhei para porta quando ouvi algumas batidas.

— Dulce? Posso entrar? — Pedro colocou a cabeça para dentro. — Ei.

— Faz parar. — Minha voz falhou.

— Oh meu anjo.

Pedro entrou, fechou a porta e veio até mim.

— Tudo bem, já, já ela chega com o remédio ok?

— Ela está demorando.

— Eu sei, olha, toma um pouco de água, ela me disse que você vomitou, então é bom se hidratar. — Pedro pegou uma garrafa de água no criado mudo e me entregou. Tentei tomar um pouco, mas não consegui. — Sempre que vocês dois brigam, você fica mal. Sempre acontece alguma coisa.

— Não é verdade.

— É sim. Ou você acha que não sei da bebedeira de vocês duas? — Olhei novamente para a porta quando ouvi mais batidas. — Entra. — Pedro autorizou sem eu falar nada. Arregalei meus olhos ao ver Christopher entrar no quarto, trazendo consigo uma garrafa térmica.

— Como ela está?

— Com dores.

— Oi. – Christopher se sentou na beirada da cama. — Trouxe um chá para você, vai ajudar.

— Como... como você...

— Você tem bons amigos Dulce.

— Eu vou deixar vocês sozinhos, qualquer coisa me deem um toque. Melhoras Dul. – Pedro depositou um beijo em minha testa.

— Não precisava ter vindo.

— Não começa tá? Afinal, é minha culpa você estar nesse estado.

— Com certeza. Você me obrigou a comer todas aquelas porcarias Christopher.

— Não importa como, foi minha culpa ok? — O vi procurar por algo no quarto. — Não tem um copo, uma xícara, ou algo que dê para você tomar o chá?

— Eu não vou tomar chá algum.

— Vai sim. Nem que seja na tampa da garrafa. — Christopher voltou a se sentar, destampou a garrafa e despejou um líquido fervente de cor marrom na tampa. O cheiro fez minha garganta queimar e eu saí correndo para o banheiro. Christopher veio logo atrás e ficou me olhando voltar mais um pouco do que eu havia comido.

— Sabe de uma coisa? — O olhei sem entender. — Você me deu uma ótima ideia menina. — Ele saiu e depois voltou trazendo o chá com ele.

— Ah não, eu não vou tomar isto.

— Tenta pelo menos, vai te fazer bem. — O encarei mas ele não tinha cara de quem mudaria de ideia. Enfurecida peguei a tampa e tentei tomar um gole. Eu não sei o que tinha ali no meio, mas era horrível.

E mais uma vez coloquei para fora outra parte do que havia comido, só que dessa vez vomitei duas vezes seguidas.

— Terminou?

— Acho que sim.

Christopher me ajudou a ficar de pé e me levou até a pia onde lavou meu rosto e então eu escovei meus dentes. De modo estranho me senti muito mais leve, embora ainda sentisse um desconforto no estômago.

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora