Capítulo 8

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- Posso saber onde esteve? Ficamos o dia inteiro procurando por você.

- Eu estou bem. Só quero ficar sozinha. - Me desviei dele e continuei andando.

- Dulce, você não pode sair por aí sem avisar ninguém. Se te acontece algo como poderemos ajudar? Não faça mais isso. - Ele veio atrás de mim enquanto me dava sermões.

- Eu sei me cuidar Rodrigo, me deixa em paz. - Gritei e ele me olhou espantado. - Eu não tenho mais dez anos de idade caramba. Já sei atravessar a rua sem precisar de um adulto segurar minhas mãos.

- Por que está falando assim comigo? Eu ainda sou seu professor Dulce.

- Meu professor, não o meu pai. - Entrei no prédio de alojamentos e bati a porta na cara dele. Peguei o elevador e fui até o andar do meu quarto. Cheguei no quarto e fui direto para o banho, depois fiquei deitada em minha cama meditando no que havia acontecido essa tarde.


Já estava escurecendo quando a porta se abriu. Eu estava deitada virada de costas para ela.

- Ela está dormindo? - Conhecia aquela voz, e não era de Ivalú nem de Pedro.

- Acho que não. - Agora era Ivalú. - Vai lá. Qualquer coisa estamos aqui fora.

- Ta. - Ouvi a porta se fechar. - Dulce?

- O que foi?

- Te acordamos?

- Não. Já estava acordada. - Me sentei e o encarei.

- Desculpa por hoje. Eu não sabia.

- Meus amigos lhe contaram? - Ele assentiu. - Eu só não gosto de falar nisso, mas tudo bem, você não sabia de nada, então está perdoado.

- Se sente bem? Ficamos preocupados com você.

- Sim. - Dei um sorriso fraco. - Ficaram mesmo o dia inteiro me procurando? - Ele assentiu e veio se sentar ao meu lado.

- Onde estava?

Fui dar uma volta por aí. - Obvio que eu não diria a ele que passei a tarde no apartamento do nosso professor. - E a Zoraida, ainda está brava comigo?

- Um pouco. Na verdade está mais com ciúmes do que brava.

- Ciúmes?

- Ela gosta de mim, mas não consigo corresponder esse sentimento sabe.

- Ah meu Deus, eu... eu não sabia.

- Tudo bem. Eu já disse a ela que se quiser continuar sendo minha amiga terá de aceitar isso.

- E você não sente nada por ela?

- Eu não sei. A vejo como amiga. Quem sabe algum dia.

- Talvêz seja melhor a gente não ficar mais. Não quero uma inimiga a essa altura da minha vida.

- Sério isso?

- Sério.

- Você está séria hoje. Principalmente agora. Aconteceu alguma coisa?

- Não. Por que diz isso? Só estou com um pouco de dor de cabeça. Devo ter pegado muito sol.

- Toma alguma coisa. É horrível ficar com dor de cabeça.

- Já tomei. Não deve demorar a passar. - Menti.

- Você quer comer alguma coisa?

- Não. Estou bem.

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora