Capítulo 53

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No dia seguinte Ivalú sequer me esperou para o café e quando cheguei no refeitório a vi conversando com Pedro já sentada na mesa tomando o café.

— Dulce? — Ouvi a voz de Yuri bem atrás de mim na fila.

— Ah, oi.

— Será que podemos conversar?

— Sobre?

— Sobre ontem à noite. — Tive um pequeno flash back me lembrando do episódio com minha amiga.

— Ann, sobre aquilo, eu nem me lembrava. Não foi nada né? — Terminei de pegar a comida, o que se resumia a uma maçã, um copo de cappuccino e duas torradas. Segui para a mesa e Yuri me seguiu. — Está tudo bem, não foi nada.

— Eu apenas fui arrumar sua blusa, então eu vi umas manchas no seu pescoço e fiquei preocupado. Juro que só abaixei um pouco a gola, então sua amiga chegou bem nessa hora. Você não está doente está? — Ele pousou sua mão sobre a minha por cima da mesa e eu neguei constrangida.

— Você a estava tentando beijar. — Ivalú se intrometeu.

— Você o quê?

— Desculpa, eu só... — Ele abaixou a cabeça e eu suspirei.

— Tudo bem, só não faça isso. Como disse, volto a repetir, eu tenho namorado e o amo muito Yuri, não me dê motivos para brigar com ele. — Olhei para a porta onde vi a silhueta de Christopher desaparecer. Era muito bom para ser verdade.

— Não vai mais se repetir, eu prometo. Ainda podemos ser amigos?

— É... Acho que sim. — Forcei um sorriso e tomei um gole do cappuccino.

Durante a aula Christopher não me olhou. Estava ficando cada vez mais difícil. Quando não era ele, era eu com algum motivo para ficarmos com raiva um do outro.

No final da aula, ele se despediu da turma e saiu. O vi ir em direção à sala dos professores, então apenas arrumei minha mochila nos ombros e fui para a casa dele.

— O que diabos está fazendo aqui? — Christopher parecia assustado e tinha uma das mãos sobre o peito.

— Desculpa, eu não queria assustar você.

— Mas assustou. Você não pode entrar assim na minha casa sem avisar e quando quiser Dulce, caramba!

— Diria isto se não estivesse com raiva de mim? — Escorei-me no batente da porta enquanto cruzava meus braços.

— Eu não estou com raiva de você. — Ele passou por mim, deixando sua mochila sobre a escrivaninha.

— Ah, não. Imagina, aliás, oi para você também que me ignorou o dia inteiro porque viu o Yuri segurando minha mão.

Christopher ergueu o dedo no ar e abriu a boca, mas ao ficar sem palavras ele simplesmente entrou no banheiro já tirando a camisa. Tive que me concentrar bastante para não agarra-lo. Como meu namorado podia ser tão gostoso?

Sentei-me no balcão da pia e fiquei o observando tomar banho. Até as gotas de água que escorriam pelo corpo dele eram sexys, e se não fosse o fato de estarmos tentando ter uma conversa séria, eu arrancaria minha roupa e enfiaria em baixo da ducha quente com ele.

— Você quer um motivo para ficar irado Christopher? Eu dou. Ontem à noite ele foi lá no meu quarto e ficamos vendo um filme.

— Vocês o quê? — Ele limpou o box embaçado e me encarou. Vi quando um monte de espuma de shampoo escorreu até os olhos dele. — Mas que merda Dulce!

— Preferia que eu não tivesse contado? Eu não pude simplesmente expulsá-lo tá bom? E outra, eu enrolei o máximo no banho para ficar o menor tempo possível junto dele, e pouco depois eu dormi.

— Você não está ajudando Dulce.

— Eu estava bem cansada. Fiz sexo três vezes com meu namorado e isso me deixou bem cansada, então foi bem tranquilo nossa sessão de filmes.

— Eu consigo imaginar você com um pijama bem curto deitado na mesma cama que aquele cara. Chega a me dar ânsia de vômito.

Christopher jogou mais um punhado de shampoo no cabelo descontando a fúria no vidro.

— Christopher Alexander! — Saltei do balcão e fui até o box mantendo-me o mais longe possível da água. — Eu jamais faria isso com você tá bom? Esse corpo aqui pertenceu e pertence a um só homem.

— Desculpa, eu só... Será que eu posso sentir ciúmes da minha garota? — Ele terminou de enxaguar o cabelo e passou a mão pelo rosto tirando o excesso de água.

— Desde que não brigue comigo por causa disso.

Christopher sorriu e eu retribui. Soltei um grito fraco quando ele me puxou, sem hesitar para debaixo a ducha com ele.

— Christopher, eu preciso voltar para a SE.

— Não agora. Deixe-me certificar que esse corpinho ainda me pertence.

Eentão ele me beijou. Senti minha roupa se encharcar com o tempo, o que nãoimportou mais, já que minutos depois ela estava jogada no chão do banheiro.x xx9

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora