Faltava apenas uma semana para eu me internar e ter os meus bebês. Benjamin e Victória deveria nascer em uma semana, mas resolveram nascer antes.
— Vocês dois vão me deixar louca. — Grunhi sentindo outra pontada ainda mais forte.
— Eu não estou achando a bolsa do Ben, filha. — Ele gritou no outro quarto.
— Papai, ela está dentro do berço. —Fechei meus olhos e deixei meu corpo cair para trás na cama.
— Vocês dois estão começando a me deixando estressada. Eu que vou parir e vocês que estão eufóricos.
Peguei meu celular e mandei a mensagem para Ivalú e Pedro. "Acho que vão nascer. "
Não esperava que eles estivessem acordados, então voltei a guardar o telefone.
Minha barriga estava tão grande que eu me recusava a acreditar que haviam apenas dois bebês ali, e minhas pernas estavam tão inchadas que doía só de tentar caminhar.
No caminho do hospital quase tomei o volante das mãos de Christopher que estava demasiado nervoso, mas aí me lembrei que eu não sabia dirigir.
— Chris, você ultrapassou o sinal.
— Desculpa, eu estou desesperado. Você está bem? Está sentindo alguma coisa estranha?
— Eu estou bem, você precisa ficar calmo ok? — Menti. A dor parecia estar ficando cada vez mais forte, mas eu precisava ficar calma.
Meu pai estava aprendendo a língua, mas ainda sabia pouca coisa. O tempo que ficávamos em casa eu tentava ensinar a ele o básico para haver comunicação dentro de casa.
— Vai ficar tudo bem meu amor. — Meu pai acariciou meu ombro. Ele sabia que, por mais que eu tentasse transparecer calma, no fundo eu estava apavorada.
Christopher parou na entrada de emergência e não sei por qual motivo já tinha um enfermeiro com uma cadeira de rodas me esperando.
Assim que me sentei na mesma, fui levada para um quarto e logo começaram a fazer uma série de exames em mim.
— Olá querida. — O doutor Anthony entrou no quarto. — Parece que alguém aí quer nascer antes do combinado.
— Olá. — Forcei um sorriso.
— Como se sente?
— Com dor, bastante dor na verdade.
— Tem certeza? Você me parece tão bem.
— Só estou tentando manter a calma. Christopher já está agitado demais por nós dois.
— Entendi. Vou pedir um enfermeiro para te levar a sala de ultrassom, tudo bem? Preciso verificar como estão os bebês.
Ele esperou Christopher e meu pai chegarem da recepção para depois me levarem para a sala de ultrassom. Fiquei deitada em uma maca vendo a enorme barriga à minha frente. Ele passou o gel gelado em minha barriga e depois começou a passar o aparelho.
— E aí doutor? Tudo certo?
— Espera. — Ele aumentou o som e então engoliu a seco.
— Doutor, o que foi? — Perguntei temerosa.
— Tem algo errado. Só estou escutando um dos corações.
Senti um aperto no peito e meus olhos logo se encharcaram. Christopher segurou minha mão e suspirou.
— Vamos ter que fazer o parto agora querida.
Eu mal podia raciocinar o que estava acontecendo ao meu redor. Quando me perguntavam algo eu respondia sem nem prestar atenção.
A gravidez durou quase até o final, tive algumas complicações durante a gestação, mas nas últimas semanas estava tudo tão tranquilo. Na minha última consulta não havia nada fora do normal e agora um dos meus filhos poderia nem mesmo estar vivo.
Aplicaram a anestesia em mim e depois fiquei deitada olhando para o teto. Só dei conta de que estava chorando quando Christopher secou meu rosto.
— Vai ficar tudo bem, tem que ficar. — Ele encostou a testa dele à minha. — Vocês três irão.
— E se não ficar?
— Vai ficar.
— Eu estou com medo. Eu estou com muito medo.
— Não precisa ficar, eu vou ficar aqui com você.
— Dulce, consegue sentir isto?
— O quê?
— Na sua barriga.
— Não sinto nada.
— Consegue mexer o dedo do pé?
— Acho que sim.
— Pode tentar? — Assenti e tentei mexer. — Certo, podemos começar.
Christopher ficou acariciando meu rosto o tempo todo e nós dois ficamos em silêncio. Eu não podia ver nada já que havia um pano tapando o procedimento e Christopher se recusava a sair dali.
O tempo parecia não passar e eu me sentia cada vez mais cansada.
— Dulce? — Christopher me chamou no momento em que eu fechei meus olhos. — Está me ouvindo?
— Sim. — Respondi com a voz fraca.
— Fica comigo, por favor.
— Eu estou tão cansada Chris, me deixa descansar.
— Não, por favor, não faz isso comigo. — A voz dele saiu um pouco alta e eu não entendi o porquê.
Eu só queria dormir, queria descansar.
— Doutor!
Eu não sei o que houve depois. Eu simplesmente apaguei.
d-o
VOCÊ ESTÁ LENDO
[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)
Fanfiction"Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir...