[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)

Capítulo 10

Saímos da SE quando o sol ainda estava nascendo. Já no local os alunos foram divididos em grupos. Eu, Iavlú, Pedro, Eddy, Zoraida e seis alunos ficamos com Christopher e mais um instrutor. Depois de uma longaa palestra dada a todos os alunos juntos que levou o restante da manhã, fizemos uma pausa para o almoço em um restaurante do local. Piqueniques não eram permitidos na reserva. Comi frango frito com purê de batata e alguns legumes cozidos, um dos pratos mais pedidos ali. Senti falta do tempero brasileiro, mas estava bom.

Por volta de uma hora da tarde cada grupo seguiu seu caminho.

Entramos por uma trilha de terra e pedras por entre a natureza. Enquanto o instrutor explicava detalhe por detalhe do caminho. Segundo ele, essas trilhas não pavimentadas se conectariam em trilhas foras dos limites do monumento.

Haviam subidas, descidas, algumas trilhas mais apertadas e mais difícieis.

- Muir Woods é o lar de mais de 50 espécies de aves. - Falou o instrutor. Observamos alguns pica-paus bicarem as árvores. Eu nunca havia visto um pica-pau ao vivo, e eles eram completamente diferentes do desenho animao. - Este número é relativamente baixa devido à falta de insetos. - Continuou ele.

- Um esquilo. - Gritou um pouco àfrente uma garota que era de Argentina. Alguns alunos se desdobraram para ver.

- Olhem, tem mais ali. - Apontou Eddy para a árvore. Olhei para onde ele apontava. Haviam mais três esquilos na árvore nos observando.

- Esses são uns dos poucos mamíferos vistos durante o día, já que a maioria possui vida noturna. - Explicou o instrutor.

- Tem ursos aqui? - Perguntei curiosa. Queria muito ver um urso de perto, eles parecem ser tão fofinhos.

- O último urso visto na área foi em 2003. Eles foram exterminados devido a destruição do habitat. Esses são os esquilos sonoma, e esse que a senhorita... - estendeu a mão à garota que havia gritado.

- Macarena Fortunati.

- Senhorita Fortinati viu, é um esquilo cinzento ocidental. - Ele continuou andando e a turma o seguiu. Olhei Christopher de relance e vi que virara o rosto repentinamente. Tive a leve impressão que ele estava me observando. Tomei um pouco de água fingindo não ter visto isso.

Continuamos andando mais uma hora até chegarmos em um lago. Lá sentamos em algumas rochas para descansar. O sol estava forte, e ia dar três horas da tarde. Tirei meu tênis e assim como alguns outros alunos fui refrescar meus pés na beira do lago. Uma água impecavelmente limpa e com poucos peixes. O Instrutor explicou que a maioria dos peixes subiam o rio ppara desovar no período de dezembro e janeiro.

- Pode nadar nessa água? - Perguntou um garoto com afeições ocidentais. - Está ótima pra nadar.

- Não, não pode nadar. Mas você não é o primeiro nem o último a perguntar. - O instrutor riu. Christopher tomava sol em uma rocha, ele parecia sério. Agora tinha um óculos de sol no rosto o que me impedia de ver para onde ele estava olhando. Tive muita vontade de ir até ele e tentar falar sobre o ocorrido.

- É lindo não é? - Ivalú comentou ao meu lado, chutando a água. Por um momento me esqueci que ela estava ali.

- O quê?

- A paisagem, a água cristalina, as montanhas lá longe. - Tinha um tom de poesia em sua voz. - Olha só, está tudo congelado lá no alto, e aqui está calor.

- É... é sim. - Subi em uma rocha mais alta, saindo da água.

- É a típica paisagem que eu adoraria ver todos os dias.

- É.

- Dulce, o que você tem hein?

- Eu? Nada.