Capítulo 46

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Christopher me colocou propositalmente na equipe dele no acampamento o que me impossibilitou de ficar longe do campo de visão dele. Os alunos mais novos foram divididos em algumas cabanas de madeira e nós, os mais velhos em barracas.

O primeiro dia foi o mais tranquilo com explicações sobre o que faríamos, regras do local e etc.

Pela noite fizeram uma grande fogueira onde juntos, professores e alunos conversavam, cantavam, contavam histórias enquanto assavam marshimellows exatamente como nos filmes. Do outro lado da fogueira Christopher me encarava, e apesar da chama pude ver seus olhos. Vi quando ele se levantou e foi rumo aos banheiros.

- Eu já volto. – Falei com Ivalú após um tempo.

Torcendo para que ninguém tivesse notado a ausência de Christopher fui à sua procura.

- Sabia que viria. – Ele falou encostado na árvore, agora atrás de mim.

- O que você quer.

- Ver você.

- Pensei ter dito que queria um tempo.

- Eu não aguento mais ficar longe de você menina. Sinto sua falta. – Ele segurou minhas mãos.

- Não faz assim.

- Sei que também sente minha falta.

- Eu sinto.

- E está funcionando ficar longe de mim? – Neguei.

- Eu te amo. – Procurei os lábios dele. Christopher me beijou com fervor. Suas mãos acariciavam minha cintura por debaixo de minha camiseta.

- Vem comigo. – Assenti. Christopher me puxou pela mão para dentro da mata. – Cuidado com onde pisa.

- Ok.

Chegamos a um rancho afastado que parecia ter sido abandonado. Pelo menos por fora. Por dentro estava muito bem arrumado.

- E se pegarem a gente?

- Esse lugar é do imbecil do meu pai Dulce. Única coisa que conheço que é dele.

- Está falando sério? Ele vem aqui?

- Não. Ainda está no nome dele, mas sou eu quem possuo a chave disso. – Ele trancou a porta. Havia apenas uma luz fraca iluminando um pouco o local. – Christopher veio até mim já arrancando minha blusa. Quando dei por mim já estava completamente nua nos braços dele.

- Não me faça esperar. – Pedi passando meus dedos sobre os lábios dele. Christopher me penetrou com intensidade e eu soltei um gemido rouco. Levei minhas mãos aos seus cabelos embolando meus dedos neles. – Mais rápido. – Pedi de olhos fechados, hora ou outra, meus lábios roçando os dele sem completar o beijo. Christopher segurava uma de minhas pernas envolta à sua cintura enquanto apoiava o próprio corpo no outro braço.

Soltei um gemido prazeroso sentindo o primeiro orgasmo se aproximar e então o beijei. Tive a leve impressão de que havia relampeado mas ignorei esse fato. Talvez fosse da minha cabeça.

Nos amamos diversas vezes até não aguentarmos mais e quando já estava quase adormecendo Christopher me despertou. Tinha que deixar o corpo quentinho dele e a cama confortável para voltar à barraca onde teria que dormir sozinha em um saco de dormir.

No dia seguinte eu estava destruída, porém satisfeita. E tudo valeu a pena por acordar e ver Christopher sentado no refeitório com um sorriso bobo no rosto. Sorri de volta e Ivalú me deu uma cotovelada na coluna.

- Ai, isso dói caramba. – Peguei minha bandeja e fui me sentar.

- Dá para deixar menos na cara. – Ela me seguiu. Sentamos em uma mesa vazia. – Afinal que horas você voltou? Eu nem vi você chegar.

- Nem sei. Perdi a noção do tempo, está vendo minhas olheiras? – Apontei meu rosto.

- Espero que esteja muito a fim de fazer exercícios hoje. – Ela deu de ombros encarando alguém atrás de mim. – Aquela garota não para de olhar pra cá. – Antes que eu pudesse perguntar quem ela continuou. – A amiguinha da Bianca.

- Ah, deixa ela. – Dei de ombros tomando um pouco de leite. – Uma pena ela estar na nossa equipe. Não dá nem pra sacanear.

- Não começa Dulce. – Revirei meus olhos.

Uma hora depois estávamos prontos para começar uma caça à bandeira. A equipe que chegasse primeiro ganharia um prêmio surpresa.

Enquanto caminhávamos Christopher, Pedro e eu olhávamos um mapa.

- Acordou bem? – Christopher perguntou disfarçadamente.

- Eu estou morrendo de sono.

- Será que dá para focarem na tarefa? – Perguntou Pedro. – Não preciso saber da intimidade de vocês.

- Vá se ferrar Pedro. – Mostrei o dedo do meio para ele e Christopher riu. Senti um baque forte contra meu estômago que me fez voltar dois passos e bater com Ivalú que estava bem atrás de mim.

- O que foi? – Perguntei irritada massageando a barriga. Christopher havia parado e colocado o braço na frente me impedindo de andar.

- Desculpa, te machuquei?

- Imagina. – O fitei. A amiga de Bianca disfarçou o riso. Christopher se abaixou e afastou umas folhas, de baixo dela saiu uma armadilha. Fiz careta só de pensar que aquilo teria prendido minha perna e então rapidamente minha raiva passou e a cara da retardada mudou completamente.

- Caçadores. – Christopher resmungou desfazendo a armadilha. – Fiquem atentos, podem haver mais desse ou de outro tipo por aí.

O fato de desarmarmos mais quatro armadilhas nos atrasou muito e acabamos chegando em terceiro lugar, mas não me importei muito. Eu já tinha o meu prêmio e ele ninguém tiraria.


[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora