Capítulo 34

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Abri meus olhos e a primeira coisa que vi à minha frente foi minha aliança e uma jarra com lírios brancos.

Sentei-me na cama e peguei a aliança. Porque Christopher estava fazendo isso? Já era doloroso de mais pra mim, e ele ainda fazia isso.

Peguei meu celular e dei uma olhada. Havia apenas uma mensagem de Christopher.

"Me encontra no parque de sempre assim que acordar. Me manda uma mensagem quando sair."

Olhei mais uma vez a aliança no criado mudo, suspirei, levantei e fui tomar um banho, me arrumei e respondi a mensagem.

Antes de sair coloquei a aliança no bolso a fim de entregá-la novamente.

Fui caminhando lentamente para o parque enquanto ouvia um pouco de música no fone e ensaiava mentalmente o que eu iria dizer. Tive a ligeira impressão de estar sendo seguida. Olhei diversar vezes para trás e não vi ninguém que aparentava estar me seguindo.

- Sentei-me em baixo da árvore que eue stava sentada quando vi Christopher ali pela primeira vez. Ainda me lembro como ele estava suado devido aos exercícios físicos e mesmo assim tinha uma cheiro tão bom.

- Dulce? - Arregalei meus olhos quando vi Rodrigo. Levantei-me depressa pensando em algo. Se Christopher chegasse ali tudo iria por água abaixo.

- O... o que faz aqui? - Olhei em volta na esperança de ver Christopher.

- Eu vim atrás de você. Sinceramente, não sei quem é o garoto com quem você anda saindo, mas sei que ele tem feito muito mal a você.

- Do que está falando Rodrigo?

- De como você tem agido. Respondendo as pessoas, se portado mal.

- E o que você tem a ver com isso?

- Você não era assim.

- As pessoas crescem. Eu não sou mais aquela garotinha que você dava aula, eu cresci ok? E fico com quem eu bem entender. - Cruzei meus braços tentando me manter firme sob seu olhar. - E olha, o que eu te disse no elevador aquela vez, ainda está valendo.

- Eu gosto de você Dulce e me preocupo, de verdade. Porque não me dá uma chance?

- Chance? - Eu dei uma gargalhada sarcástica mas ele se manteve sério. - Nunca. Jamais. Você é velho de mais pra mim.

- Idade não impede ninguém de amar.

- O que você sente por mim, não é amor, é no máximo uma paixão. Você tem uma fissura por mim, ou acha que nunca percebi isso? O jeito como me olha, como fala comigo, como age perto de mim.

- Viu, se você percebeu é porque no fundo você sente algo. - Ele deu um passo em minha direção e eu recuei batendo minhas costas contra o tronco da árvore. - Deixa eu provar que eu posso ser um cara legal. - Ele segurou meus braços me encarando. Desviei meu olhar, porque eu pude ver um olhar estranho vindo dele. Um olhar de desejo. Pela primeira vez desejei que Christopher chegasse rápido.

- Se afasta de mim. - Tentei me soltar. - Rodrigo, você está me machucando.

- Olha pra mim Dulce. - Fitei o chão sentindo a primeira lágrimas escorrer. Eu não tinha força nem pre gritar pra alguém me ajudar. Rodrigo me dava medo. - Olha pra mim. - Ele soltou um de meus braços e segurou meu queixo. Fechei meus olhos quando os lábios dele tocou os meus. Tentei me debater mas Rodrigo era forte de mais.


- Solta ela. - Ouvi a voz de Christopher e logo em seguida Rodrigo ser puxado para longe de mim. Christopher lhe lançou um soco no olho esquerdo e eu soltei um grito de desespero. Eu estava com raiva e medo, mas Christopher não podia bater no professor Rodrigo. Ambos começaram a rolar sobre a relva entre socos e pontapés. Tentei puxar Rodrigo quando vi que ele estava por cima de Christopher e o socava sem parar, mas ele me empurrou com tanta força para trás que eu tropecei no prório chão e caí batendo a lateral da cabeça em uma árvore atrás de mim. Me senti atordoda com o baque. Tudo começava a perder o sentido. Vi a multidão que se formara girar como um carrossel a meu redor.


- Está tudo bem? - Ouvi uma voz perguntar, mas parecia distante. Senti meus olhos fraquejarem, mas tentei lutar contra isso. - Ah meu Deus, mantenha-se acordada. Alguém chama uma ambulância. - Gritou.

- Dulce. Dulce. - Agora era a voz de Christopher. Ele vinha a meu encontro, o rosto um tanto ensanguentado. Tentei ver onde estava Rodrigo, mas não foi possível. - Menina, olha pra mim. - Ele segurou meu rosto. - Bateu a cabeça? - Tentei assentir, mas também não foi possível. Christopher tirou minha franja do rosto procurando alguma ferida. Estava bem dolorido o local que eu bati. - Não dorme, por favor. Olha pra mim. - Parecia ter três pessoas iguais a meu Chris em minha frente. - Não, não. Não dorme, por favor. - Ele manteve minha cabeça imóvel. - Olha só o que você fez seu imbecil. - Ele gritou olhando pra trás. Ouvi também uma sirene, mas que parecia muito longe.

- Dulce. - Ouvi Rodrigo. Olhei para onde vinha sua voz. Ele estava sendo segurado por alguns caras.

- Vai ficar tudo bem. Apenas se mantenha acordada ok? - Vi uns caras de branco vir em minha direção. - Ela bateu a cabeça.

- Tudo bem. Nós vamos imobilizá-la, enquanto isso os enfermeiros irão ver se está tudo bem com o senhor. Pode me acompanhar?

- Eu não vou sair de perto dela.

- Senhor, precisamos examiná-lo.

- Primeiro quero vê-la bem. - Senti algumas mãos sobre mim. Fechei e abri meus olhos algumas vez. Eu estava com sono. Muito sono. Era mais forte que eu. -Dulce... Dulce.. Du... - Não ouvi mais nada.

Acordei com uma luz forte batendo em meu rosto. Tentei me mover para ver onde estava mas meu pescoço estava imobilizado. Podia ouvir o som da chuva forte caindo lá fora.

- Ei. - Ouvi a voz dele e me esforcei ao máximo para olhá-lo. Estava com o rosto cheio de cortes e seu olho direito estava meio inchado. - Até que em fim.

- Chris. - Ele apertou minha mão. - Oh Chris. O que você foi fazer?

- Tudo bem. Eu estou bem.

- Não está não. Já se viu no espelho?

- Ele estava te agarrando a força e ninguém fez nada.

- Ele me seguiu Chris.

- Imaginei. Mas não se preocupe, acredito que ele não vá mais se meter contigo.

- Não me preocupar? Já era Christopher. Ele deve estar contando sobre a gente nesse intante.

- Não se preocupe com isso, apenas descanse.

- Eu quero ir embora daqui. - Choraminguei.

- Talvêz pela manhã. O médico disse que não houve fratura alguma, mas que você precisa ficar em repouso e em observação.

- Vou precisar ficar usando isso?

- Ele ainda não disse. Você bateu forte a cabeça mocinha.

- Eu sei. - Suspirei frustrada. - Porque você me chamou lá?

- Eu queria conversar com você, mas deixa pra depois.

- E meus amigos?

- Já foram avisados e devem estar chegando aqui.

- Estou com medo de que me expulsem depois do que eu fiz mais cedo, ou pior. Que expulsem você.

- Não vão fazer isso, e mesmo se fizer, tudo bem. Eu gosto muito de lá, mas gosto ainda mais de você e estou disposto a enfrentar qualquer consequência disso. - Ele depositou um beijo em minha mão. - Agora descansa.

- Chris.

- O que foi?

- Porque você é assim comigo? Porque você deixou a aliança lá?

- Você estava nervosa quando disse tudo aquilo. - Ele acariciou meu rosto. - Eu poderia ter insistido mais, mas sei que você não cederia. Se realmente quiser um tempo, tudo bem, mas não termina comigo tá? Eu te amo muito menina, você é tudo pra mim. Você não é infantil, está apenas agindo como uma garota da sua idade agiria. - Ele forçou um sorriso. - Eu me apaixonei por você exatamente assim como você é e com o tempo nós dois amadureceremos juntos ok? - Ele pegou a aliança no bolso do meu short que estava dobrado na mesinha ao lado. - Eu não vou deixar você escapar tão fácil assim de mim. - Ele depositou um beijo na aliança e tornou a colocá-la no meu dedo. 

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora