[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)

Capítulo 11

Passei a quinta-feira com os pés para cima no quarto, na sexta tive que ir à classe para fazer um teste, já no sábado não resisti e tive que sair. Vesti um vestido preto, uma sapatilha e coloquei a máscara que Ivalú comprara para mim no sábado de manhã. Eu estava linda de vestido, bota ortopédica e muletas na festa.

Procurei por Christopher na festa mas não consegui localizá-lo, talvêz por ele estar bem disfarçado com a máscara, talvêz por ele sequer ter comparecido ali, e isso me dasenimou completamente.

Eu não queria mais ficar na festa. Além de eu ter que ficar sentada, meus amigos ainda me deixaram sozinhos. Vi Eddy beijando uma outra garota na pista de dança, e consegui vir Zoraida o fitar há metros de distância, mas isso não me importava. Ivalú desaparecera de vista com Pedro, mas já era de se esperar.
Terminei meu último gole de ponche, dei mais uma olhada em volta, me levantei, apoiei nas muletas e me dirigi até a saída que dava direto no pátio principal.
Haviam alguns poucos alunos por ali também, mas ninguém sequer notara minha atenção.
Dobrei a esquina e fui em direção ao prédio de alojamentos, porém na metade do caminho senti meu corpo ser puxado para trás e minha boca ser tapada rapidamente. A pessoa que fez isso, me levou para o prédio ao lado. Tentei golpeá-lo com as muletas, mas sem êxito algum.

- Xiii. Calma, está tudo bem, não vou te machucar. - Reconheci a voz instantâneamente. - Não grita por favor, eu vou te soltar. - Assenti e ele me soltou. Virei-me rapidamente e topei com um cara mascarado. A máscara metade preta, metade prata em detalher relevados.

- Você quer me matar de susto?

- Não queria te assustar, desculpa.

- Imagina se quisesse então. - Olhei em volta. Estávamos no prédio de aulas. Estava vazio e pouco iluminado. - Porquê fez isso?

- Vi você sair.

- Pensei que não tinha vindo. Não consegui te encontrar lá dentro.

- Você me procurou? - Senti minhas bochechas arderem. - Reconheci você de longe, já que é a única pessoa com cabelo vermelho aqui, e bom, a única com vestido, bota ortopédica e muletas. - O fitei, como ele ainda podia zombar de mim? - Desculpa, só queria conversar com você.

- Eu fiquei a festa inteira praticamente sozinha, sentada olhando todos se divertirem, e só quando saio você vem falar comigo? Ah, e eu estou bem, obrigada por perguntar. - Olhei meu pé propositalmente.

- Não é tão simples assim. - Ele tirou a máscara ignorando miha direta, depois se sentou no chão encostado na parede. Ergui a sobrancelha esperando ele continuar. - Rodrigo. - Revirei os olhos. - E também o Arturo.

- O que tem eles?

- Arturo sabe o que houve no meu apartamento. - Arregalei os olhos. Mas é claro que ele diria. São melhores amigos. - Não o que houve entre nós, mas do outro dia. Ele disse para me manter longe de você e das outras alunas para evitar confusão. - Me sentei ao lado dele com a ajuda do ombro dele para me apoiar.

- Ele não faria nada, você é amigo dele.

- Ele não, mas se alguém mais descobre eu posso ser demitido entende?

- E porquê está aqui? Não está correndo riscos de mais?

- É estou, mas vale a pena. - Um silêncio horripilante pairou pelo ar. O que ele queria dizer com "mas vale a pena"? - Me sinto bem conversando com você. - Ele falava encarando a máscara em sua mão. - Posso fazer uma pergunta?

- Poder pode, não sei se terei respostas.

- O Rodrigo... Você e ele já...

- Nem precisa continuar. - O interrompi. - Não. Nunca houve, não há e nunca haverá nada entre nós dois.